quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Intensamente.

Devia ser o teu nome. Entraste na minha vida como uma tempestade devastadora, viraste o meu mundo do avesso, obrigaste-me a repensar tudo. Entraste decidida nos teus passos seguros de saltos altivos a ecoar pelo espaço. A tua silhueta recortou-se na ombreira da porta, as tuas mãos posaram uma de cada lado, a barrar-me qualquer hipótese de fuga. O teu olhar perscrutador, incisivo, escaldante. O instante de tensão e de incerteza: odiar-me ou amar-me? Eu parei e vi pelo teu corpo que decidiste amar-me. Aproximaste-te felina, moldada ao tailleur preto, com o colar de pérolas entre os dedos. Esboçaste um ligeiro sorriso que me contagiou. Toquei-te e vibrei. Toquei-te e a tua pele escaldava à minha passagem. Tu nua, de saltos e colar de pérolas. Sonho? Miragem? Tentação irresistível. Invadiste-me os sentidos, deixaste-me num estado de inebriação tal que nada mais importava. Não me atrevi a perguntar se vieste para ficar, se me perdoaste, não me atrevi a dizer nada. Apenas aceitei o que me quiseste dar. E como me deste! Eu tentei retribuir como nunca tinha feito antes, como se não houvesse amanhã. Os teus gemidos fortes e irreprimíveis de prazer luxuriante. O colar de pérolas a baloiçar no teu peito nu. Apertava-te, querias livrar-te dele e eu ajudei. Chegaste ao clímax com as primeiras pérolas a caírem no chão. E eu segui-te, quando as últimas também lá chegaram. Depois da tua entrega, o teu abandono. Vestiste-te decidida, agora sem colar. Olhaste-me de novo com o teu olhar perscrutador, desta vez incisivo e gelado. Disseste de um só fôlego: Adeus. Amei-te intensamente, e tu deixaste-me a apanhar as tuas pérolas. Perdoa-me. Continuo a amar-te, intensamente.


1 comentário:

Imperator disse...

Intensamente me excito com as tuas palavras!