quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Swingin' (in the rain): os enxutos # 5

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O verão estava quase no final quando recebemos um convite dos Enxutos. Não conseguimos combinar nada mais cedo porque tivemos férias desencontradas e os calendários deles são mesmo complicados, pelo que o máximo que conseguimos foi passar por perto da casa deles e dar-lhes um olá rapidinho no café. Desta vez, convidaram-nos para um jantar caseiro e uma ida a um motel, que nós aceitámos com todo o prazer. O jantar foi um belo caril de camarão e a Yin levou uvas para sobremesa.


Chegada a hora, fomos para o motel. Gostámos bastante do espaço, recente, bem cuidado, muito clean. A Yin começou a brincar com a iluminação, tinha todo o espectro do arco-íris. A cama era enorme, e se bem que o quarto estivesse pensado para duas pessoas, coubemos os quatro sem problemas na cama. Levámos uma vela/óleo de massagens com aroma de maracujá - a fruta da paixão - e usámos e abusámos dele nos corpos uns dos outros. A Yin levou os seus sapatos de imitação de Louboutin, mas mais uma vez, não esteve muito tempo com eles calçados. A Enxuta tinha ganho uns quilitos que se notavam nas ancas, mas continuava apetitosa. Agora era a Yin a cabra que não tinha celulite.O Yang fez uso dos seus dedos para satisfazer a Enxuta enquanto a Yin tentava colocar um preservativo no Enxuto. Não foi fácil, ele não costuma usar com o seu par, mas com a ajuda dela, lá conseguiram. A Yin cavalgou-o algum tempo e depois ele canzanou-a. Voltaram à posição inicial e o Yang penetrou-a também no outro orifício mais próximo disponível e ficaram assim, a sentir-se um bom bocado, com a Enxuta a estimular os mamilos do seu Enxuto. Foi a dupla penetração mais satisfatória que a Yin teve, os homens vieram-se ambos praticamente ao mesmo tempo, numa sincronização perfeita. Depois fomos todos tomar banho e fazer umas fotos no duche espaçoso, de vidro com vista para a cama. Foram quatro horas muito proveitosas e bem passadas!


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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Swingin' (in the rain): deutsches Paar #2 photo shoot

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Decidimos mais uma vez ir para o clube durante a tarde para aproveitar aquela delícia de piscina com vista privilegiada para a serra, onde se pode mergulhar sem roupa. Apenas meia dúzia de casais tiveram a mesma ideia e estava muito agradável, pelo menos até o sol começar a dar lugar àquela sombra de final de verão.

Fomos para dentro tomar banho e fazer a sessão fotográfica que tínhamos planeado. A Yin tinha comprado roupa nova e uns sapatos super altos, falsos Louboutin. Ela nem sabia andar em cima daquilo, parecia uma avestruz bêbada, mas aqueles sapatos não foram feitos para andar confortavelmente. Alongam as pernas, definem os músculos, empinam o rabo de uma forma altamente provocadora, entesoante. Ela estava a sentir-se bastante confiante no seu corpo e isso transpareceu nas fotos. Experimentou várias peças de lingerie, cada uma mais sensual que a outra, e cada roçar da roupa acendia-lhe o desejo. Sentia-se poderosa e muito puta, não por necessidade, mas por pura vontade. Com a arrogância de quem tem consciência do seu poder e a sabedoria para o usar com dignidade e responsabilidade.
Aquela sessão deu-nos imenso tesão e pudemos satisfazer a nossa urgente vontade antes do jantar, dando continuação à tradição de foder com as instalações limpinhas. Não havia luz regulável no quarto, pelo que só depois de vistas as fotos nos apercebemos que o espaço tinha uma cor diferente do que imaginámos. O Yang fez um belíssimo trabalho com a luz disponível. Começámos a sentir-nos em casa ali.

Terminada a sessão de fotos e de sexo, saímos do quarto para jantar no clube. Haviam poucos casais para jantar e esses poucos estavam dispersos. O Yang comentou isso com o staff, a disposição das mesas também não ajudava. Mais tarde o Dono do Clube perguntou-nos se gostaríamos de conhecer um casal holandês. Nós nunca dizemos que não, é para isso que lá vamos. O casal era bastante mais velho e com ideias BDSM, falámos um pouco sobre o assunto e sobre viagens e culturas, foi agradável, apesar de não termos muito em comum. Pouco depois fomos embora, eles ainda por lá ficaram.

Ainda nos encontrámos mais uma vez com o deutsches Paar em jeito de despedida, como mais outro casal alemão que era para ter ido ao clube connosco, mais a filha. Foi um encontro casual, num centro comercial e apesar de terem voltado no verão seguinte, não voltaram a contactar-nos.

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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Swingin' (in the rain): deutsches Paar #1

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O Yang meteu conversa com um casal português emigrado na Alemanha que lhe pareceu interessante e que é natural de uma localidade vizinha. Como viriam cá no Verão, combinámos encontrarmo-nos num parque da cidade. Gostámos da atitude deles, ela era muito bonita e ele bastante simpático e com bom ar. Eles tinham fotos muito boas no site, tiradas por ele, que fez formação em fotografia e faz trabalhos profissionais. Falaram-nos sobre a realidade dos clubes alemães, de como as pessoas lá são diferentes, mais interativas e desinibidas. Eles têm uma postura diferente da nossa, mas ainda assim, e apesar de ser domingo, a Yin ficou com vontade de estar com eles e não se teria importado de ter ficado acordada toda a noite e ir trabalhar no dia seguinte. Isto não chegou a acontecer, pois se bem que ele não parecia importar-se, ela não aceitou o convite de vir até nossa casa.
Ainda assim, encontrámo-nos mais um par de vezes, a primeira num local público e a segunda era para ser num clube.

No dia da referida festa, eles ligaram a dizer que ela tinha ficado com uma alergia e que não iriam. A Yin ficou cheia de pena e a pensar se seria verdade ou desculpa. A verdade é que ficámos a pensar que ela não foi muito à bola connosco. Mesmo assim, decidimos ir e não nos arrependemos.

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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Swingin' (in the rain): o single

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Estávamos de férias quando recebemos uma mensagem de um single que estava próximo de nós com uma foto de perfil onde se via um corpo sarado e um membro abonado. O Yang não ligou, mas a Yin ficou curiosa e depois de falar com o Yang, decidiu enviar mensagem com contactos. Ficou o dia todo em pulgas, a olhar para o telemóvel, coisa que não é nada típico dela, que se esquece muitas vezes que o aparelho existe, não ligando às chamadas não atendidas. Começou a fazer filmes, a olhar para os homens na praia de nudistas que frequentamos, a ver se poderia ser algum deles. E reconheceu o homem que lhe andou a povoar os sonhos há alguns anos, já antes aqui mencionado. E desejou que fosse ele. Mas nenhuma mensagem ou chamada surgiu. E pensou que poderia ser alguém que nos reconheceu mas que não achou que valesse a pena conhecer-nos. Também não poderia ser o outro homem porque a ser verdade a foto que tinha no perfil, a marca de calções não condizia com o bronze integral do outro. A não ser verdade a foto, se fosse aquele, não tinha motivos para não colocar uma foto dele, pois não tinha nada que se envergonhar do pénis que tem. Passou uma semana e nada. Aquilo fez alguma confusão à Yin, pelo que resolveu perguntar por que motivo ele tinha mudado de ideias. Ele pediu desculpas, teve um convite à última hora para ir para outro sítio e não viu a mensagem que lhe enviámos. A Yin fez-lhe um risco em cima, ninguém gosta de ser trocado. Ainda assim, agradeceu-lhe a sinceridade, umas duas semanas depois.
Passado bastante tempo, recebe no telemóvel uma mensagem via Telegram e não faz ideia de quem seja, mas não se descose, a tentar perceber quem é, até se tornar óbvio que não faz a mínima ideia e admite-o. Encetam um diálogo lento, a Yin tentou abordar alguns temas que lhe interessam, ele parece ser viajado e com alguma formação, mas as conversas não desenvolvem muito e acabam por terminar.


No ano seguinte, o homem dos sonhos estava muito bem acompanhado na praia. Estava com um ar mais velho, notava-se alguns cabelos brancos a despontar, mas para a Yin, continuava bastante apetecível.

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sábado, 11 de novembro de 2017

Assédio invertido



"Homem é foda. O cara passa quase o tempo todo livre malhando, só publica foto em festa, pega qualquer uma, anda por aí de regata ou sem camiseta e depois vem reclamar que é uma vítima. Depois esses cínicos ficam se fazendo de indignados e reclamando. Mas também, eles só sabem fazer isso: vadiar e reclamar. Ele tem que aprender o devido lugar dele e que tem coisa que não se pode fazer. Aí, não arranja uma esposa e não sabe o por quê!"

sábado, 4 de novembro de 2017

Swingin' (in the rain): Festa Havaiana 2x2

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O Verão estava ao rubro, um calor imenso que pedia água e corpos despidos, por isso resolvemos fazer-nos ao caminho e visitar o antro da moda, estrear a piscina e ficar para a noite. Apanhámos bastante calor pelo caminho no nosso bólide sem ar condicionado, mas valeu a pena a viagem, quando lá chegámos, a meio da tarde, atirámo-nos para a piscina sem pudores nem roupa. A piscina que a Yin conheceu no inverno e estava desejosa de chegar ao verão para a experimentar.O ambiente estava porreiro, meia dúzia de casais, bebidas à discrição, churrasquinho, uma delícia. A Yin estava bastante confiante com o seu corpo, feliz da vida a comer amoras oferecidas pelas silvas que rodeavam a vedação. Aproveitámos o mais que pudemos o sol e a água até irmos para dentro tomar banho e vestirmo-nos para o jantar. Encontrámos pelo caminho um casal conhecido, os amantes dos  Devassos e acabámos por jantar por lá com eles num ambiente muito agradável.
Era festa havaiana, por isso o Yang levou uns calções com padrão de hibiscos e a Yin uma micro-saia estampada de franjinhas e bikini, complementados por aqueles colares de flores que nos ofereceram por lá.
A memória escreve-se por linhas tortuosas e nem sempre conseguimos fazer jus aos acontecimentos. Nunca escrevemos aqui sobre um casal que conhecemos no nosso antigo clube preferido, uma vez que lá fomos com os Envergonhados. A bem dizer, nessa noite apenas a Yin conheceu o membro feminino desse casal, e tudo por causa das unhas. Ela estava a conversar com a Envergonhada na fila para pagamento sobre roer unhas e a Senhora que estava atrás meteu-se com elas, porque também ela roía as unhas. Muito simpática esta Senhora, a Yin ficou impressionada com os olhos dela, com a intensidade deles. E ficaram um pouco a discutir tentativas e métodos, e a desejar que da próxima vez que se vissem, conseguissem controlar o vício. Ela disse que o casal a que pertencia se chamava 2x2 e que ambos tinham a mesma tatuagem. Ao mesmo tempo que diz isto, levanta o vestido e mostra (supostamente) a tatuagem, mas foi tudo muito rápido e a Yin não conseguiu ver nada, pois ficou vidrada no papinho moreno e totalmente depilado, sinal de que costuma apanhar bastante sol.
A partir daí, fomos mantendo algum contacto com o membro masculino do casal (por sinal bastante simpático) através de um site swinger, mas nunca mais nos voltámos a encontrar pessoalmente. Viemos a confirmar que também são fãs de nudismo e têm casa na praia.
A Yin reconheceu aqueles olhos intensos na mesa do jantar e foi meter-se com eles. A dona dos olhos intensos demorou algum tempo a lembrar-se dela, mas quando a Yin lhe falou das unhas riu-se e disse que tinha conseguido acabar com o vício de vez, ao contrário da Yin, que na altura em que a conheceu conseguiu andar uns tempos bem, mas depois recaiu no vício.

Mais tarde, a Yin confessou-lhe que não chegou a conseguir ver-lhe a tatuagem e o motivo de não ter conseguido. Ela riu e em plena pista de dança, quando nos íamos a despedir, levantou o seu vestido rendado sem forro, devagarinho, para que a Yin pudesse finalmente apreciar a sua tatuagem… e novamente o seu papinho lisinho e moreno.

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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

* Dança XXI: Luta?

Ólafur Arnalds, Alice Sara Ott - Reminiscence


Eu sei que é suposto ser uma luta, mas parece mais uma dança, uma espécie de valsa. Sou só eu ou isto é extremamente erótico? E triste, a música é incrivelmente melancólica e intimista. Tal como a luta. "Fighting is the ultimate act of intimacy"

Post relacionado: Man on Man

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

swingin'(in the rain): os enxutos #4

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Esperaram meses que a Yin se decidisse, pior que uma virgenzinha. Não era por eles que estava a preparar-se, era por ela. E quando mete uma coisa na cabeça, é difícil demovê-la. E realmente empenhou-se, treinava todos os dias, cuidou da alimentação. Em alguns meses, perdeu peso e sentia-se leve, não apenas fisicamente, mas também mentalmente. Perdeu gordura, ganhou massa muscular e uma certa leveza e clareza de pensamentos.


Finalmente no início do verão decidimos combinar um jantar cá em casa. O tempo estava ótimo, pelo que decidimos comer no espaço exterior. O Yang fez um arrozinho de marisco que estava uma delícia, bem regado por uma sangria tutti-frutti que nos deixou bem alegres.
E neste clima de verão quente, com a Enxuta bem-dispostíssima, na sua mini-saia sexy, fomos até à sala desmoer o jantar.
o nos lembramos de muitos pormenores, até porque já passou algum tempo e estávamos todos com algum grau de alcoolémia, mas a Yin lembra-se bem de ter andado a brincar com o ânus do Enxuto, que a deixou penetrá-la de strap on, o que lhe deu bastante gozo.

Uma lesão no joelho da Enxuta, mazela desportiva, limitou um pouco o posicionamento do Yang, que ainda assim se divertiu bastante com ela.
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sábado, 21 de outubro de 2017

Felices los cuatro



Dúvidas: onde está o quarto elemento? Será homem ou mulher? Será isto swing ou outra forma diferente de viver a sexualidade?

Certeza: Abana-se bem ao som da música. O resto... "no me importa un carajo"! Literalmente.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Swingin' (in the rain): os enxutos #3

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Passaram alguns meses e fomos estando com os enxutos em diversas ocasiões. Numa delas, conheceram a Duquesa, ou melhor, o Enxuto reconheceu-a: tinham sido namorados há trinta e tal anos! Assim se prova que o mundo é uma ervilha… Fizemos caminhadas, geocaching, almoçámos com amigos, fomos a clubes… eles sempre na boa, com imensa paciência à espera que a Yin descongelasse. Fomos ao clube diabólico com eles uma sexta-feira, dessa vez tínhamos o espaço quase todo para nós, fomos os quatro para um quarto e o Yang fez algumas fotos, apesar do quarto ser minúsculo, conseguiu alguns ângulos interessantes. Tentaram puxar pela Yin, fazer com que ela participasse, mas ela não estava para aí virada, ficou apenas a assistir e comentou com a Enxuta: “Não tens celulite, cabra”, ao que ela se riu.

Outra vez encontrámo-nos com o Tal Casal num bar “normal” da cidade dos Enxutos e ficámos por lá até à hora de fecho. Ficámos com a ideia de que os outros dois casais não simpatizaram muito uns com os outros. Mas o bar tinha uns chás mesmo bons!

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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Swingin' (in the rain) os enxutos #2

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Encontrámos um casal charmoso e simpático, com mais de uma década que nós, com melhor aspeto que nós e uma atitude condizente, boa onda. São pessoas que fazem desporto e que se cuidam. O Yang cumpriu a sua promessa, e apesar de a esplanada ser aquecida e haver música ao vivo que nos impedia de falar normalmente, ficámos ali até à hora de fecho e não os convidámos para ir a casa. Despedimo-nos com ideias de nos voltarmos a encontrar.
Apesar de serem pessoas bastante ocupadas com compromissos familiares complexos, conseguimos combinar um sábado para passear à beira-mar. Desta vez o Yang, um pouco à revelia da Yin, fez-lhes o convite para dormirem em nossa casa. Ela de início ficou danada, com a paranóia da casa ter de ser limpa e arrumada, e não estava nada inclinada para aventuras sexuais. O casal já tinha percebido as hesitações da Yin e enviou uma mensagem muito sincera a perguntar se ela queria que eles ficassem, não tinha de acontecer nada de sexual se não fosse a vontade de todos. Ela meditou sobre o assunto enquanto esfregava a casa de banho. Chegou à conclusão que gostava da companhia deles e não fazia sentido recusar-se, por isso também foi sincera quando lhes respondeu falando da sua falta de vontade sexual. Eles disseram que não tinham problemas com isso.
Acabámos assim por passar um fim-de-semana bastante agradável, eles dormiram em nossa casa e não houve sexo. A Yin sentiu-se um bocado desmancha-prazeres, já que por vontade dos outros três, teria havido. Não que ela se opusesse a que eles se envolvessem, mas eles não o queriam fazer sem ela. Trocaram apenas ideias, carícias, massagens, beijos e abraços.
A partir daí, a Yin decidiu pôr-se em forma para os receber, apesar de eles dizerem que ela estava bem como estava, queria fazer aquilo por si própria.

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domingo, 24 de setembro de 2017

Swingin' (in the rain): os enxutos # 1


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O Yang continua a visitar sites da comunidade swinger, gosta de se distrair com as fotos de mamas durante as reuniões chatas. As mamas são para ele uma espécie de terapia que lhe permite aturar clientes loucos. Mas no fundo, no fundo, tem alguma esperança de encontrar algum casal interessante.
A Yin não tem paciência para os sites. Com os seus discursos do costume, fotos demasiado amadoras, sem o mínimo de brio ou descaradamente plagiadas. Admite que no meio de tudo isto poderá existir um ou outro perfil interessante, mas não se dá ao trabalho de procurar.
Numa destas andanças, já não sabemos quem se meteu com quem, o Yang comentou com a Yin um casal de cotas com muito bom ar. A Yin não poderia estar mais a leste, mas achou piada, porque o Yang é um pouco preconceituoso com as idades e admite-o, mas por algum motivo, este casal despertou-lhe a atenção acabou por convencer a Yin em encontrá-los no sítio do costume, a esplanada aquecida num parque da cidade onde vivemos. Não foi fácil convencer a Yin, estávamos em pleno inverno, um frio que convidava a um filme visto debaixo de mantas quentes, e a libido da Yin costuma hibernar por estas alturas. Mas o Yang lá a convenceu e a única condição que ela impôs foi não os convidar para ir lá a casa, que estava super desarrumada. E foi assim que lá fomos, mais uma vez, conhecer mais um casal…

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domingo, 17 de setembro de 2017

Teoria...

"[O swing] é o caminho mais à mão para se tentar uma reinclusão rapidinha na tal cena primária (papai traçando mamãe). O sujeito leva a patroa pro swing porque deseja inconscientemente reproduzir as relações afetivo-sexuais da qual foi excluído pelo pai, pleiteando, dessa vez com êxito, sua inclusão tardia. Nem precisa explicar que, nesse esquema, a patroa vira a mãe no inconsciente traquinas do swingueiro. Agora ele poderá ver sua mãelher sendo desfrutada com alegre despudor por outro homem sem tomar um chega pra lá do desfrutador. Se calhar, até entra na dança também, já que há sempre algum orifício sobrando nessas situações. Sem falar na chance de faturar na boa a mulher do próximo, sendo que o próximo pode ser justamente o sujeito que está sendo agraciado naquele mesmo instante por um boquete da parte da sua, com todo respeito, excelentíssima senhora. Num clube de swing não há terceiros excluídos. Trata-se de uma rebelião contra a lei excludente do pai e a favor do incesto praticado com a mãe. E você ainda pode tomar cerveja e uísque à vonts durante a cerimônia de inclusão."

Reinaldo Moraes, artigo completo aqui.

domingo, 10 de setembro de 2017

10!



O tempo passa... em termos de longevidade blogosférica, este sítio é jurássico! Estive a dar uma volta pelo arquivo, a abrir gavetas de memórias, desde o entusiasmo efervescente dos primeiros tempos até à serenidade dos últimos, passando por alguma indiferença e abandono. Deixámos crescer algumas ervas daninhas neste jardim, a tecnologia mudou, com a morte do flash, muitas ligações desapareceram ou mudaram de sítio e existem ainda muitos conteúdos que não foram adaptados, mas irei tratar disso. As redes sociais tiraram muita clientela à blogosfera, mas creio que acabou por servir de filtro e quem por aqui anda agora, fá-lo num ritmo mais lento, mais saboreado.

Este blog foi uma grande paixão que agora abraço com imenso carinho, após ter estado algum tempo a negligenciar. É certo que isto é só um blog, não se queixa nem sente falta, mas um blog é um meio, um veículo, uma forma de comunicar com pessoas.

Pessoas... há as que vêm e vão, as que ficam, as que se gostam, as que se detestam, as que nos são indiferentes. Mas no fundo, por muito que algumas possam desiludir, fica sempre a esperança de encontrar outras nos surpreendam. Ou por vezes as mesmas que desiludem surpreendem também positivamente... 

É a isso que se deve a longevidade deste espaço: enquanto existirem Colaboradores, Comentadores e Leitores, este blog não morrerá.

E é por causa de quem o criou - JCAparceiro de tantas aventuras, embarcas muitas vezes nas minhas maluquices, sei que posso sempre contar com a tua cumplicidade; quem nele colaborou ativamente - Quimerafoste a primeira, o mote desta aventura inicialmente triangular... agora tão distante, tão diferente, mas muito presente na minha mente; Pekeninatu és grande! Nunca duvidei que chegasses longe! E dez anos depois de nos termos encontrado, tanta coisa aconteceu... és uma promessa cumprida, tenho imenso orgulho em ti!; e toda a longa lista de colaboradores ocasionais (que terei de atualizar, eu sei, peço desde já desculpa a quem não foi incluído, pode aproveitar para se queixar): mil agradecimentos que não cabem em palavras. Agradeço mesmo muito terem embarcado nesta coisa!

Para os comentadores que ajudaram a acrescentar algum valor, prestígio e dignidade a este estaminé, fica também aqui um agradecimento muito especial. Foram muitos ao longo destes anos, alguns bastante assíduos. Conhecemos muitos pessoalmente, alguns tornaram-se amantes, outros amigos que ainda perduram.

​Guardo as últimas palavras para os leitores não comentadores. É que eu continuo a ter fé nas pessoas. Apesar de ser cada vez mais difícil, acredito que anda por aí gente capaz de dizer e fazer coisas que nos acrescentam e fazem crescer e amadurecer. Sim, tu que não conheço mas sei que estás aí a ler e não dizes nada, se tens alguma coisa para dizer, esta é a altura certa para o fazeres. Não precisa de ser um comentário público, também temos e-mail à disposição. Vá, prova-me que a minha fé não é vã!


Gosto mesmo deste recanto internético e quero continuar a alimentá-lo. Mas isto é muito mais divertido com companhia...

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Swingin' (in the rain) outros carnavais e um clube diabólico

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O Carnaval costuma ser uma época animada nos clubes de swing, as máscaras costumam ajudar as pessoas a soltar-se. Houve um ano em que fomos ao nosso clube favorito quando já não era no sítio original, a Yin mascarou-se de cupido, com asinhas brancas, uma boina vermelha de crochet trés française, um poncho também de crochet muito esburacado branco que deixava ver um soutiã vermelho. Improvisou um pequeno arco e flecha e andava a flechar o pessoal aleatoriamente. O Yang não se quis mascarar nesse ano.


Houve outro carnaval em que o Yang se mascarou com o corpete da Duquesa e deixou a Yin colocar-lhe unhas postiças e pintá-las, o que lhe deu imenso gozo. Comprou uma mini-saia elástica, vestiu umas meias de liga que esburacou logo que lhes pôs os dedos manicurados em cima. Completou o look com uma cabeleira loira encaracolada e maquilhagem carregada que não disfarçava a barba a despontar. Ficou com um ar de puta reles transgender que dava tesão e divertia a Yin -  estava uma verdadeira matrafona!
A Yin vestiu um negligé oferecido pela Duquesa, nos mesmos tons preto e vermelho do corpete do Yang com tanga e máscara a condizer. Após um animado jantar na casa da Duquesa, lá fomos com o Tal Casal conhecer um novo clube.
O Tal estava todo cafeinado e quando bebe café, tudo pode acontecer. Depois de muita indecisão em relação ao traje, acabou por se decidir por uma cabeleira punk cor-de-laranja que fazia vagamente lembrar o Rod Stewart. A Tal estava muito elegante no seu corpete, que lhe acentuava a cintura fina e decote generoso, ligeiramente burlesca com um toque de loucos anos 20.
O espaço era do tipo “Tal Clube”, um armazém num local insuspeito mas muito acessível, cremos já ter ido àquela rua visitar uma loja de móveis, mesmo ao lado. No interior, um hall acolhedor dava-nos as boas-vindas. Estava frio lá fora, mas lá dentro tirámos os casacos e assumimos as nossas novas identidades.


Já conhecíamos os donos deste sítio, tinham sido sócios dos Donos do Pedaço. Apresentaram-nos o local, não era muito grande, tinha uma pequena pista, um balcão com varão onde dava para dançar, uma zona de quartos e um labirinto que começava após os quartos e dava a volta para a pista.


O espaço estava bem composto, com bastante fumo, a música era uma treta, por isso ficámos no sítio do bar a conversar. Depois o Tal foi dançar para a pista e deu um espetáculo que nos deixou bastante bem humorados. Fomos até um quarto, tirámos umas fotos e demos a trancada inaugural deste clube a carnavalar.

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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Swingin' (in the rain) a artista e o cientista #5

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Ambos responderam positivamente, ele apenas após a Yin ter perguntado se tinha lido o texto. Mas a verdade é que nunca chegaram a embarcar na viagem. Nós fomos mantendo contato, convidando para várias coisas, desde idas a clubes, caminhadas, jantares, saltos de pára-quedas… todos os convites foram recusados, sempre muito ocupados nos mais variados projetos que nunca nos incluíam. A Yin começou a ter um dejá vu de uma situação com outro casal (ainda antes chamarmos a isto de swing) em que não teve paciência para compreender a falta de disponibilidade da outra parte e desatinou. Desta vez não queria fazer isso e manteve-se quieta.

Passados uns meses, a Artista aborda-nos a perguntar se queríamos ir ao aniversário do Tal Clube que ia fechar para obras e que o Dono do Pedaço disse que nunca voltaria a abrir. Se até então o Yang se tinha mantido na dele, tentando pôr água na fervura sempre que a Yin se exaltava, desta vez achou muito má onda o convite dela, pois só poderiam entrar com outro casal que conhecesse o local e pareciam querer usar-nos para esse efeito. Acabou por lhes responder muito sincera e educadamente que não tínhamos interesse em ir a esse clube nesse dia, pois que estávamos a pensar em ir a outro e seriam muito bem-vindos se quisessem vir connosco. A Yin nem sequer se dignou a pronunciar-se. E é claro que eles não quiseram vir connosco.

A Yin andou a remoer esta história durante um ano, a tentar compreender o que os tinha levado a agir daquela forma, sempre achando que devíamos ter um defeito qualquer. Por que é que alguém diz que gostou, que quer repetir e depois não diz nada durante meses? Ficou mesmo a bater mal uns tempos, tentou esquecer o que se tinha passado e seguir em frente mas não conseguiu. Tinha aquela dúvida a martelar-lhe na mente. Chegámos a encontrar-nos acidentalmente, afinal de contas moramos em localidades próximas, cumprimentámo-nos e seguimos caminho. Numa dessas vezes, o Cientista estava sozinho. A Yin achou que a melhor forma de arrumar o assunto, para além de escrever sobre isto, seria fazer a tal pergunta que lhe andava a martelar o juízo: Por que não nos voltámos a encontrar?, pedindo que lhe respondessem com sinceridade. Ela respondeu prontamente que esteve doente e que o tempo não tinha sido muito. Lembramos que tinha passado um ano desde o nosso encontro sexual. Ele revelou que se tinham separado, mas que continuam bons amigos.

Que pena, eles pareciam mesmo feitos um para o outro. Um peso enorme saiu de cima da Yin. A separação deles explicava a ausência de contatos. Tudo levava a crer que o assunto estava arrumado. Mas o Cientista continuou o diálogo com a Yin. Queria continuar o que tinham começado, agora sem a Artista. Mas não nos pareceu que os nossos desejos estivessem em sintonia, e com alguma pena da Yin, declinámos o convite.


Mais tarde viemos a saber (o mundo é pequeno) que o Cientista afinal tem uma companheira de longa data que se "esqueceu" de mencionar e que pelos vistos, não costuma fazer parte das suas aventuras...

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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

o Prazer de SUPAR*

*andar de Stand Up Paddle


A vontade de experimentar foi imediata, assim que vi e entendi o conceito. A oportunidade surgiu há uns anos, numa plácida baía da costa alentejana. No princípio, as pernas tremem, apesar do mar parecer plano, sempre se agita um pouco, não é fácil manter o equilíbrio e a queda é quase certa. O medo de cair e fazer figuras ridículas está lá, mas não impede o gozo. E lutar contra o desequilíbrio e vencer é um gozo vitorioso. A sensação de estar em pé a deslizar sobre as águas, apenas com uma prancha e um remo (que se chama pagaia) a manobrar, a controlar todo o processo tem qualquer coisa de… bíblico. É mesmo poderoso!
A partir daí, fiquei viciada. Experimentei lagoas, rios e albufeiras, sítios onde conseguia alugar pranchas.


O vento é inimigo do SUP, transforma-nos em vela. E se até pode ser muito bom navegar à popa (é só preciso ficar em pé, podemos abrir os braços e apreciar a paisagem) à bolina (ziguezaguear contra o vento) não é nada fácil, mas com alguma tenacidade, é possível, nem que seja de joelhos ou esquecendo a pagaia e dando aos braços como fazem os surfistas.


Uma vez quis aventurar-me na maré cheia revolta. Vi algumas pessoas a fazê-lo, e achei que depois da rebentação não teria dificuldades. Pois a primeira dificuldade foi mesmo passar a rebentação. Levei com a prancha em cima, engoli alguma água, mas depois de esperar que o sete passasse, lá consegui. A segunda dificuldade foi conseguir pôr-me de pé. O mar, que visto de terra até parecia calminho, sentido na pele era uma máquina de lavar roupa a centrifugar. Ok, talvez esteja a exagerar um pouco, mas aquilo de calmo não tinha nada, tentava pôr-me de pé, vinha uma onda e lá caía eu, punha-me em cima da prancha para de novo cair com a próxima onda… Resultado, só aguentei meia hora e desse tempo, passei muito pouco em pé e fiquei com a boca a saber a sal de tanta água que engoli. Quando decidi sair, apanhei uma onda de joelhos! É uma sensação fantástica, uma energia tremenda, mágica, a elevar-nos e a levar-nos para terra muito rápido… claro que no final enrolei-me toda na onda e na areia, andei às voltas até não saber mais qual era o lado de cima e voltar a descobrir de novo. E via os outros a entrar e a sair com imensa fluidez e elegância, senti-me mesmo aselha… no dia seguinte doíam-me os músculos todos como se tivesse levado uma tareia. É que levei mesmo porrada do mar e passei a respeitar mais os surfistas.


Comecei a ir com mais calma, nas ondinhas pequeninas, aquelas onde se aprende a fazer surf. Comecei a entender o ritmo do mar, a respeitá-lo. Até entender a sintonia da minha respiração com a remada e a ondulação. Quando expiro, puxo a pagaia; quando inspiro trago-a para fora da água e repito o ciclo tendo em atenção as ondas, contrabalaçando os altos e baixos. Trabalho o corpo todo e tenho plena consciência disso. Não é difícil, é parecido com andar a pé ou de bicicleta, se não pensarmos, fazêmo-lo instintivamente. A grande vantagem é que se cairmos, tomamos banho, não nos esbardalhamos no chão duro. Nunca me magoei a sério, o mais grave que me aconteceu foram umas nódoas negras, uma unha partida e um brinco (de estimação) perdido para o mar. E depois de algumas tentativas falhadas, começamos a apanhar ondinhas, a deslizar e a vir com elas para a costa. Uma delícia!


Certa altura, pelo meu aniversário, ofereci-me uma aula de SUP yoga. Já andava para experimentar há imenso tempo, ninguém quis vir comigo por isso tive uma prática muito proveitosa e tranquila na foz do rio, com um professor só para mim. E foi muito bom! Nunca pensei que conseguisse fazer tantas posturas em cima de uma prancha! Alguns amigos acompanharam-me e ficaram em terra na esperança de me ver cair, mas eu aguentei-me. Fiquei mesmo surpreendida por não ter caído, estive quase quando experimentei as posturas do Guerreiro, que em terra firme até nem são muito difíceis, mas que causam bastante desequilíbrio em cima de uma prancha. Ou posturas invertidas como esta. A partir daí, comprei uma âncora, e sempre que pude, usei nas pranchas alugadas. Sabe mesmo bem, depois de remar, sentir o prana, a energia vital a pulsar, ao pôr-do-sol, praticar yoga e relaxar! (Um conselho: usar repelente de insetos para yogar no lusco-fusco)


Fiz as contas e decidi comprar uma prancha insuflável. Muito fácil de transportar, não tão fácil de encher (é preciso uma pressão tremenda, o que acaba por se tornar num bom aquecimento, dar à bomba manual) e também requer alguma logística para voltar a arrumar e lavar, mas como se costuma dizer, “quem corre por gosto, não cansa”.
A verdade é que não me arrependo nada, só tenho pena de não ter comprado há mais tempo. A grande vantagem é poder experimentar sítios onde não existem pranchas para alugar e claro, durante o tempo e o horário que me apetecer.


Tenho conseguido contagiar amigos e familiares com este desporto. Desenvolvi uma técnica parecida com a aprendizagem de bicicleta, que consiste em colocar uma mão no selim e ir a correr atrás, eu vou de boleia na parte posterior da prancha, ajudando a estabilizá-la. É muito divertido, algumas pessoas têm um talento natural para a coisa, outras nem por isso. Encontro particular piada naqueles que acham que é muito fácil e não precisam de indicações. São invariavelmente os primeiros a cair e a fazer aquelas figuras tristes que dão tanta vontade de rir e fazem o meu dia muito mais alegre!... No outro dia estive a ensinar o meu pai. E a pensar que há trinta anos estava ele a ensinar-me a andar de bicicleta…


Guardo muito bons momentos e sei que vou criar muitos mais. Desfrutar de uma vista privilegiada de um grupo de golfinhos… talvez numa próxima consiga nadar com eles! Subir rios tranquilos, sem gente, sem roupa… sentir a água a fluir debaixo dos pés, em perfeita comunhão com a natureza… apanhar uma onda em pé, aproveitar toda aquela energia acumulada na água, sentir a adrenalina a fazer o seu trabalhinho espalhando pelo corpo e mente uma torrente de euforia e bem-estar… Na serenidade das águas calmas ou no ímpeto das ondas, é verdadeiramente entusiasmante. Só me falta experimentar sexo na prancha. Um orgasmo em cima da água deve ser estrondoso!


Que mais dizer para te converter… EXPERIMENTA!