domingo, 24 de setembro de 2017

Swingin' (in the rain): os enxutos # 1


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O Yang continua a visitar sites da comunidade swinger, gosta de se distrair com as fotos de mamas durante as reuniões chatas. As mamas são para ele uma espécie de terapia que lhe permite aturar clientes loucos. Mas no fundo, no fundo, tem alguma esperança de encontrar algum casal interessante.
A Yin não tem paciência para os sites. Com os seus discursos do costume, fotos demasiado amadoras, sem o mínimo de brio ou descaradamente plagiadas. Admite que no meio de tudo isto poderá existir um ou outro perfil interessante, mas não se dá ao trabalho de procurar.
Numa destas andanças, já não sabemos quem se meteu com quem, o Yang comentou com a Yin um casal de cotas com muito bom ar. A Yin não poderia estar mais a leste, mas achou piada, porque o Yang é um pouco preconceituoso com as idades e admite-o, mas por algum motivo, este casal despertou-lhe a atenção acabou por convencer a Yin em encontrá-los no sítio do costume, a esplanada aquecida num parque da cidade onde vivemos. Não foi fácil convencer a Yin, estávamos em pleno inverno, um frio que convidava a um filme visto debaixo de mantas quentes, e a libido da Yin costuma hibernar por estas alturas. Mas o Yang lá a convenceu e a única condição que ela impôs foi não os convidar para ir lá a casa, que estava super desarrumada. E foi assim que lá fomos, mais uma vez, conhecer mais um casal…

continua aqui


domingo, 17 de setembro de 2017

Teoria...

"[O swing] é o caminho mais à mão para se tentar uma reinclusão rapidinha na tal cena primária (papai traçando mamãe). O sujeito leva a patroa pro swing porque deseja inconscientemente reproduzir as relações afetivo-sexuais da qual foi excluído pelo pai, pleiteando, dessa vez com êxito, sua inclusão tardia. Nem precisa explicar que, nesse esquema, a patroa vira a mãe no inconsciente traquinas do swingueiro. Agora ele poderá ver sua mãelher sendo desfrutada com alegre despudor por outro homem sem tomar um chega pra lá do desfrutador. Se calhar, até entra na dança também, já que há sempre algum orifício sobrando nessas situações. Sem falar na chance de faturar na boa a mulher do próximo, sendo que o próximo pode ser justamente o sujeito que está sendo agraciado naquele mesmo instante por um boquete da parte da sua, com todo respeito, excelentíssima senhora. Num clube de swing não há terceiros excluídos. Trata-se de uma rebelião contra a lei excludente do pai e a favor do incesto praticado com a mãe. E você ainda pode tomar cerveja e uísque à vonts durante a cerimônia de inclusão."

Reinaldo Moraes, artigo completo aqui.

domingo, 10 de setembro de 2017

10!



O tempo passa... em termos de longevidade blogosférica, este sítio é jurássico! Estive a dar uma volta pelo arquivo, a abrir gavetas de memórias, desde o entusiasmo efervescente dos primeiros tempos até à serenidade dos últimos, passando por alguma indiferença e abandono. Deixámos crescer algumas ervas daninhas neste jardim, a tecnologia mudou, com a morte do flash, muitas ligações desapareceram ou mudaram de sítio e existem ainda muitos conteúdos que não foram adaptados, mas irei tratar disso. As redes sociais tiraram muita clientela à blogosfera, mas creio que acabou por servir de filtro e quem por aqui anda agora, fá-lo num ritmo mais lento, mais saboreado.

Este blog foi uma grande paixão que agora abraço com imenso carinho, após ter estado algum tempo a negligenciar. É certo que isto é só um blog, não se queixa nem sente falta, mas um blog é um meio, um veículo, uma forma de comunicar com pessoas.

Pessoas... há as que vêm e vão, as que ficam, as que se gostam, as que se detestam, as que nos são indiferentes. Mas no fundo, por muito que algumas possam desiludir, fica sempre a esperança de encontrar outras nos surpreendam. Ou por vezes as mesmas que desiludem surpreendem também positivamente... 

É a isso que se deve a longevidade deste espaço: enquanto existirem Colaboradores, Comentadores e Leitores, este blog não morrerá.

E é por causa de quem o criou - JCAparceiro de tantas aventuras, embarcas muitas vezes nas minhas maluquices, sei que posso sempre contar com a tua cumplicidade; quem nele colaborou ativamente - Quimerafoste a primeira, o mote desta aventura inicialmente triangular... agora tão distante, tão diferente, mas muito presente na minha mente; Pekeninatu és grande! Nunca duvidei que chegasses longe! E dez anos depois de nos termos encontrado, tanta coisa aconteceu... és uma promessa cumprida, tenho imenso orgulho em ti!; e toda a longa lista de colaboradores ocasionais (que terei de atualizar, eu sei, peço desde já desculpa a quem não foi incluído, pode aproveitar para se queixar): mil agradecimentos que não cabem em palavras. Agradeço mesmo muito terem embarcado nesta coisa!

Para os comentadores que ajudaram a acrescentar algum valor, prestígio e dignidade a este estaminé, fica também aqui um agradecimento muito especial. Foram muitos ao longo destes anos, alguns bastante assíduos. Conhecemos muitos pessoalmente, alguns tornaram-se amantes, outros amigos que ainda perduram.

​Guardo as últimas palavras para os leitores não comentadores. É que eu continuo a ter fé nas pessoas. Apesar de ser cada vez mais difícil, acredito que anda por aí gente capaz de dizer e fazer coisas que nos acrescentam e fazem crescer e amadurecer. Sim, tu que não conheço mas sei que estás aí a ler e não dizes nada, se tens alguma coisa para dizer, esta é a altura certa para o fazeres. Não precisa de ser um comentário público, também temos e-mail à disposição. Vá, prova-me que a minha fé não é vã!


Gosto mesmo deste recanto internético e quero continuar a alimentá-lo. Mas isto é muito mais divertido com companhia...