quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

* Dança XXII: sensorial sevensome


Sense8, S01E06-Demons
Música: Fat Boy Slim Ft. Macy Gray, Demons

É uma dança, só pode. 
Uma orgia sensorial. 
Tão, tão... Uaaaaaau!
Quem me dera estar lá no meio... 
no entrelaçar dos corpos... 
sentir, sentir, sentir... 
cada corpo, todos os corpos.

Quero dançar assim, não precisa de ser com tanta estética, só tem de dar gozo a todos os intervenientes. 
E tresandar tesão...

"All of your demons will wither away
Ecstasy comes and they cannot stay
You'll understand when you come my way
Coz all of my demons have withered away"

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

swingin' (in the rain): casais interessantes com quem nunca fodemos


continuação daqui | início

Nunca recusámos um convite para conhecermos pessoalmente, apesar de já termos convidado alguns que depois se cortam ou se esquecem de nós. Não levamos a mal, afinal de contas, há todo um mercado de escolhas, é normal que encontrem opções mais adequadas às suas preferências e necessidades.
No meio de tudo isto, temos uma pequena coleção de casais com quem nos encontrámos para beber alguma coisa numa esplanada, ou jantar.

Com um desses casais que decidiu vir à nossa cidade conhecer-nos, decidimos ir jantar após conversa fluida num cafézinho acolhedor. Era inverno e a Yin voltou a pedir previamente ao Yang para não convidar ninguém para ir lá a casa. Sugerimos comida italiana, havia um restaurante que sempre que por lá passávamos, normalmente fora das horas de refeição, a Yin dizia que tínhamos de lá voltar. Mas ainda não haveria de ser desta vez, pois a fila de pessoas para entrar chegava à rua e estava demasiado frio para estar ali à espera. Optámos por outro restaurante italiano e foi bastante agradável. Eles eram bastante simpáticos e terra a terra, houve uma altura em que a Yin pensou que ele poderia ser um primo afastado, mas rapidamente percebeu que não. Voltámos a encontrar-nos na casa da Dupla de Peso, por convite do Yang (ele é mesmo descarado, não se coíbe de fazer estas coisas, já os tinha convidado outras vezes, desta aceitaram) com a desculpa de serem precisos voluntários para ajudar na construção de um puzzle de 4500 peças que estava a dar algum gozo à Yin. Passámos um bom bocado na galhofa, nunca mais nos vimos depois disso.

Conhecemos outro casal geograficamente próximo, mais velho mas como muito bom ar, especialmente ele, com uma onda bem diferente da nossa. Eles assumem-se como cuckhold. A Yin até era capaz de achar piada a ter uma série de homens de roda dela, a tentar tratar deles em simultâneo enquanto o Yang assistia, mas ele não vai muito na conversa. Este casal tem um blog onde vai descrevendo as suas aventuras e apesar de serem bastante pormenorizados em alguns aspetos, são descrições bastante gráficas e interessantes. Não fomos jantar com eles porque tinham outros compromissos, mas foi proveitoso conhecer uma forma de estar diferente.

Houve outro casal que se meteu connosco no site que pareceu muito boa onda. Também mais velhos, também com muito bom ar, principalmente ela, com uns olhos penetrantes, doces e picantes, está visto que a Yin gosta de mulheres maduras com olhos assim, de quem já viveu o bastante para aprender com os maus momentos e saber apreciar os bons. Fomos ao bar do costume, agora renovado, para o que eles chamaram de “sunset” qualquer coisa que nos escapou, mas o importante é que era ao pôr-do-sol. Eles falaram-nos das suas viagens swingers no estrangeiro e de como as coisas são diferentes lá fora, é outro “mindset”. Muito cosmopolitas, mas simultaneamente terra a terra e com inclinações esotéricas. Ele falou sobre umas massagens Yoni que deixaram a Yin com bastante curiosidade para experimentar. Fomos jantar a um buffet oriental onde já levámos vários casais. A Yin achou o sítio demasiado reles para eles, apesar de dizerem que gostaram. Mas foi um serão muito agradável.
Pouco tempo depois, enviaram-nos mensagem a perguntar sobre a nossa disponibilidade para um encontro sexual. Assim mesmo, educadamente sem rodeios. Ficámos a pensar no assunto, porque gostámos de estar com eles e temos com toda a certeza muito a aprender com sua postura. Mas na altura também tínhamos conhecido um outro casal com quem queríamos aprofundar conhecimentos e há que estabelecer prioridades.
A maior parte das vezes, não é preciso dizer explicitamente não, porque as pessoas conseguem percebê-lo indiretamente, mas por vezes é mesmo preciso dizê-lo, da forma mais simples e honesta possível, tentando não ferir suscetibilidades. E foi isso que a Yin tentou fazer via messenger:
“Cremos que n é o momento certo para nós 4
N sei se alguma vez será, mas n gostamos de fechar portas
Gostámos genuinamente de estar convosco e gostaríamos de continuar a trocar ideias
São um casal muito charmoso e resolvido
Vamos falando?”
Aproveitou também para elogiar os olhos doces e picantes da outra mulher, e ela muito simpaticamente agradeceu o piropo. E fomos falando. Convidaram-nos para um Festival Tântrico, mas a Yin teve de trabalhar nessa data e semanas antes as entradas já estavam esgotadas. Fomos trocando ideias sobre as massagens, a Yin encontrou uns tutoriais, fez uns contatos e encontrou vários locais onde fazem as ditas massagens, mas ainda não experimentámos e não nos voltámos a encontrar.


continua...

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Ata-me!

Foto: Craig Gum
Texto: Girassol

Tu pousas para as fotografias,  entre risinhos, como se a cruz fosse apenas um brinquedo para fantasiares. Os teus mamilos, espetados contra a malha rendilhada, gritam o quanto queres que essa fantasia se torne realidade.
O peso dos olhos obrigam-te a virar a cabeça. Como uma estátua observa-te do outro lado da sala. Os teus olhos percorrem o corpo dele, prendem-se nas cordas na sua mão. Imaginas o toque áspero a roçar-te na pele. O teu rosto trai-te, o estranho ganha vida e dirige-se para ti, olhas em redor. Não é tarde,  ainda podes escapar.  O teu fotógrafo está distraído e as tuas pernas recusam-se a mexer.
- Olá, como te chamas?  – pergunta o estranho.
- Vera.
- Queres experimentar as minhas cordas Vera?
Directo e incisivo, faz-te o coração disparar, como se tivesses feito uma festa na cabeça de um gato, piscasses os olhos e de repente estivesse um tigre à tua frente.
- O que queres tu fazer com essas cordas? – perguntas.
As palavras secam-te a garganta.
- Onde está a piada em te dizer? Deixa-me mostrar-te.
Tu sorris, o estranho aceita isso como um sim.  Avança para ti. Recuas até bateres com as costas na cruz, junto à parede. Entalada entre o calor dele e a madeira fria.
O rosto dele aproxima-se, os teus lábios abrem-se, mas ele para antes de te beijar.  Olha-te nos olhos e agarra-te no cotovelo. Uma corda começa a enrolar-se, descendo às voltas apertadas pelo teu antebraço. Os lábios dele procuram-te, dançam suaves contra os teus, envolvem-te enquanto as mãos com vida própria trabalham num pulso e depois no outro.
As cordas atadas nos teus braços são mais pesadas do que esperavas, mas ainda estás solta.
- Vira-te. – diz ele. Com as mãos nos teus ombros, começa a rodopiar-te.
Obedeces e giras, enfrentando a cruz. Ele levanta-te os braços, pressiona as tuas mãos contra os topos do X.  Ata as pontas soltas das cordas à cruz, agora não consegues escapar, apenas outra pessoa te pode salvar.
As mãos dele estão na tua cintura, o tronco dele colado às tuas costas. Duro contra o teu rabo. Espreitas sobre o ombro, olhando-o de soslaio. O canto da tua boca sorri, passas a língua pelos lábios, desafiando-o.
Ele puxa-te, fazendo as cordas morderem-te os antebraços, uma mão empurra o teu rosto, força-te a olhar mais para trás. A língua estranha invade-te a boca devagar, quente e húmida. Cerras os olhos e entregas-lhe a tua, ele fecha-a entre os lábios, saboreando-te. 
Corta o beijo cedo demais para ti, apanha-te a orelha entre os dentes, arfando ao teu ouvido, o peito dele expande e contrai nas tuas costas. As mãos dele viajaram para os teus seios, apertam-nos. Quando é que isso aconteceu? – perguntas a ti própria.
- Abre as pernas e empina o rabo. 
Tu respondes por instinto. Pressionas as pernas uma contra a outra, cerrando os joelhos.  Ele ri-se, escorrega por ti abaixo. Ajoelha-se atrás de ti. O teu vestido sobe pelas pernas, contorna o teu rabo, enrola-se até à tua cintura.
- Obedece. – diz-te ele.
A primeira palmada estala contra a nádega, bloqueando-te a respiração. A  violência do som rompe na tua cabeça antes do ardor penetrar na pele. A segunda bate na outra nádega, uma carícia, um eco da primeira. Uma. Duas. Três e quatro vezes  estalam-te sem pausas no rabo e nos ouvidos. As tuas nádegas ardem como brasas.  Tréguas por um momento, uma língua desliza pelas tuas nádegas doridas, deixando um rasto molhado como um caracol. Ele sopra, arrefecendo e contraindo a tua pele. Dois lábios pousam-te no rabo, antes da palma lá rebentar.
A mão dele morde-te, uma e outra vez, altera-te a respiração, força-te a empinar o rabo, pedindo para continuar. O ardor não chega, queres mais, diferente.
- Espera! – gritas, olhando para baixo. Afastas as pernas,  dobras as costas, oferecendo-lhe o que deseja.
Ele, ainda ajoelhado atrás de ti, passa os braços pelo meio das tuas pernas, agarra firme com as mãos onde a madeira se cruza no X.
- Vera,  paro quando disseres, “Por favor, fode-me”.
Os braços dele agarrados à cruz pressionam-te entre as coxas, empurram-te para cima, os teus pés levantam no ar, separando-te mais as pernas. O teu estômago dá um pulo, as mãos presas na cruz lutam para se agarrar a algo. Suspensa, escorregas pelos braços dele, o teu rabo desliza até junto à cara.
A língua quente e dura rompe a ferver entre os teus lábios, mergulha em ti, sai e pulsa esmagada contra o teu peso. Rouba-te um “Aí”,  toca-te naquele ponto que te tira a força aos braços.
Vais fazê-lo pagar antes de implorares, é o teu último pensamento coerente.


segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

swingin' (in the rain): o novo Tal Clube

continuação daqui | início

Fomos algumas vezes ao Tal Clube em festas temáticas, a primeira das quais com a Dupla de Peso, no novo espaço. Ao contrário do que o Dono do Pedaço tinha vaticinado, o sítio voltou a abrir, mas num local diferente, no meio de uma zona industrial, completamente insuspeito). Não conhecíamos o sítio, mas vimos um casal dirigir-se para lá e seguimo-lo. A simpatia de porteiro que por lá andava (parece sempre que nos estão a fazer um grande favor ao deixarem-nos entrar) deve ter achado que éramos habitués e disse-nos para apresentarmos o espaço aos nossos amigos, que nunca tinham ido ao Tal Clube velho. Era festa dos Cowboys e tentámos seguir o dress code, sendo que a Yin foi mascarada de índia. Havia um touro mecânico e o pessoal começou a montá-lo sem roupa e inevitavelmente, mais tarde ou mais cedo, acabava por ir para ao chão almofadado. Divertimo-nos um bom bocado, apesar de não termos testado o touro, a música estava porreira.


No início do verão, voltámos lá a uma sexta-feira para fugir ao barulho da festa da aldeia que faz vibrar os vidros das janelas. Chegámos cedo, pensámos até que ainda não estivesse lá ninguém porque não nos atenderam logo a porta, íamos ver a vista do cimo do edifício quando alguém se dignou a abrir a porta com a já característica simpatia trombuda do costume. Éramos os únicos clientes, pudemos ver tudo e escolher o quarto que mais nos agradou e demos largas à nossa libido. Enquanto por lá estávamos, começámos a ouvir gemer e arfar muito perto, e soubemos assim que já não estávamos sozinhos, alguém devia estar no quarto ao lado. Quando saímos, a Yin assustou-se, porque afinal o outro casal estava ali mesmo, encostado à porta. Pouco depois de voltarmos ao lounge (a parte da disco não costuma abrir à sexta, pelo que a zona dos quartos e esta são as únicas disponíveis) eles também voltaram. tinham muito bom ar, mais novos que nós, bastante fora da nossa liga. Percebemos que eram espanhóis, mas não metemos conversa. Ainda era cedo, mas calculámos que à hora a que chegássemos a casa, já não haveria festa barulhenta e assim aconteceu.


Noutra ocasião combinámos com o Tal Casal ir a uma festa de Halloween. Chegámos relativamente cedo e ainda havia pouca gente. Eles começaram a confraternizar com outro casal com bom ar que nos apresentaram e nós fomos dar uma volta. Sentámo-nos nos sofás do lounge e a Yin reparou numa cota enxuta de olhos vivos e sorriso simpático que meteu conversa de circunstância com ela, à qual retribuiu na sua cabeleira preta lisa com chapéu de bruxa.

Fomos dar uma volta pelos quartos, entrámos num e quando vínhamos a sair fomos barrados por um casal. Na escuridão que estava, não conseguimos ver quem eram, só passado um pouco entendemos que se tratava da cota enxuta de olhos vivos e do seu marido. Eles fizeram-nos um convite bastante explícito para irmos brincar para o quarto, mas a Yin recusou. Nunca recebemos uma proposta assim tão direta de desconhecidos (os felizes do norte nós já conhecíamos minimamente, por isso não contam) e se bem que o Yang não se importaria de brincar com a mulher, a Yin não sentiu nenhuma atração pelo seu par, apesar de ter uma voz interessante. Pensou durante algum tempo sobre o assunto, sobre a química que nos move, na importância do aspeto físico. Pensou também se aceitaria uma proposta para ser vendada e deixar as coisas acontecerem, aceitando não controlar absolutamente nada. Mas o sensor de risco fala sempre mais alto e só mesmo nas suas fantasias mais loucas se deixa ir assim. Passado algum tempo, vimos o homem sair da casa de banho completamente nu e com um ar satisfeito. Sem dúvida que o pessoal mais velho é muito mais pragmático e sabe aproveitar a vida melhor do que nós...

continua aqui

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Swingin' (in the rain): venusa

continuação daqui | início

Temos uma amiga que foi colega de escola da Yin com quem temos abertura 
suficiente para falar das nossas andanças. Ela mostrou curiosidade e tinha um 
amante com quem queria ir. Nós optamos por não nos envolver com pessoas 
com relações com terceiros (claro que corremos sempre o risco de nos mentirem 
ou omitirem, como foi o caso do Cientista, mas regra geral, as pessoas são 
sinceras nesta matéria) mas tentamos não julgar as pessoas e as suas 
circunstâncias. A primeira vez que ela nos apresentou o Amante foi num 
almoço na nossa casa, onde juntámos vários amigos. Ela estava bastante acesa, 
e foi ver os brinquedos sexuais que temos no quarto. O Yang ficou lá com eles e 
a Yin foi dar atenção às outras visitas. Pouco depois, chamaram a Yin. E o que 
ela viu deixou-a num ataque de riso: o Yang de pingalim na mão, visivelmente 
excitado, a pingalinar o rabo na Amante, que se tinha despido entretanto. 
O Yang ordenou-lhe que chupasse o Amante e nem ela nem ele se fizeram 
rogados. 
A Yin não se conseguia excitar com aquilo, afinal de contas, era a sua colega de 
turma, que conhecia há quase duas décadas, só lhe dava para rir. Entretanto 
achou melhor voltar lá fora. Apenas o membro masculino da Dupla de Peso 
lá estava, os restantes tinham ido passear. A Yin não sabia o que fazer com ele, 
voltou lá dentro com uma desculpa esfarrapada e perguntou se poderia incluí-lo. 
Os Amantes hesitaram e ela voltou lá fora. Conseguia-se ouvir o som 
constrangedor das pingalinadas, a Yin tentava disfarçar, mas nunca foi boa nisso. 
Entretanto chegou o resto do pessoal e a coisa lá dentro acalmou. Mais tarde 
haveríamos de contar aos outros o que se estava a passar e pedir desculpas pela 
nossa falta de tacto para lidar com estas situações.


Os Amantes registaram-se nos sites da especialidade, começaram a frequentar 
um clube numa vila próxima e convidaram-nos para lá ir. Aceitámos o convite no 
finalzinho do verão. Constatámos que o porteiro e um single que costumava 
frequentar o nosso clube extinto favorito se tinham mudado para ali. Os singles 
são sempre bem-vindos, mas nesta noite não vimos muitos. O espaço é de uma 
atriz porno e seu marido. Por fora é um local insuspeito, parece uma singela 
capela. Na verdade já foi um lagar, um restaurante e um espaço noturno 
“normal”, antes de ser transformado em antro de pecado. Gostámos do local, 
exceto a parte dos quartos improvisados na zona dos lagares. A mezanine com 
vista para o ecrã onde são projetados em loop os filmes da Dona está muito bem 
aproveitada, com uma cama comunitária no centro e várias mesas com poltronas 
à volta. Contaram-nos que por vezes a dona sá uns shows de sexo a fazer 
lembrar os velhos tempos. Não vimos nada disso. Era uma sexta-feira e estava 
pouca gente. Nos filmes ela aparecia a fazer sexo com toda a espécie de 
intervenientes e o marido sempre a observar e a esgalhar o pessegueiro.
Eles foram muito simpáticos connosco, estivémos algum tempo lá em cima a 
conversar com a Dona e os nossos amigos, mas não nos identificámos muito 
com o local. Não colocamos de parte a ideia de lá voltar, mas não fazemos 
muita questão, apesar de os Amantes nos convidarem para lá ir com alguma 
regularidade.
continua aqui