segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

diálogos (im)prováveis XVII

Ele: Tenho saudades das nossas aventuras a quatro.
Ela: Eu também, para quebrar a rotina. Não que seja uma má rotina…
Ele: Sim, mas parece que ninguém quer nada connosco…
Ela: … ou mesmo encontrar alguém que se interesse por um de nós… acho que estamos a perder o jeito, ou a paciência… não te sabia bem foder outra?
Ele: Outra… mas como vou encontrar alguém que te supere?
Ela: Não precisa de me superar, seria bom se fosse diferente, não?
Ele: Talvez, mas ninguém me quer… bom seria arranjar quem nos quisesse aos dois!
Ela: Pois, mas com as nossas esquisitices, não é fácil. É por isso mesmo que se torna tão desafiante…

terça-feira, 22 de novembro de 2011

provocação gratuita 83

"If you believe that you can use sex to shore up your fragile
self-esteem by stealing someone else's, we feel sorry for you, because this will never work to build a solid sense of self worth, and you will have to go on stealing more and more and never getting fulfilled."

será por isto que há gente que diz ser "insaciável"?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

InspirAR-te



[Liga o som]


(Inspira-me… a tua respiração.)

Respirações… lentas, rápidas, pausadas, ofegantes, entrecortadas às vezes mesmo bafejadas, asfixiadas ou suspiradas. Sinto os músculos a contraírem, a contracção do diafragma o relaxamento do abdómen enquanto te oiço o ar a entrar pelas narinas, apercebo-me da pressão nos pulmões que é depois aliviada pela expiração que me acaricia, sinto-lhe o ritmo, a amplitude, a frequência…

Fico sem fôlego a ler-te. Inspirar é fazer entrar o ar, oxigenar todas as células do corpo, alimentar a alma. Insuflar bolas de sabão, dizer ao vento para as soprar e deixar que toques e rebentes a Perfeição. PUF!

ExpirAR-te
Sorvo-te o ar como num beijo selado, oxigeno -me de ti. Respirar é inato, raquidiano, libertação de energia, combustão de moléculas que me percorrem, acto vital que me mantém viva. Respira-me… expira-me, inspira-me, transpira-me.

E se o ar me faltar, insuflas-me os pulmões?

Oxigeno-me em ti. Inspiro nas tuas vírgulas, suspiro nas reticências… expiro no ponto final.

RespirAR-te

Aromas de ares trocados, temperatura que flui á superfície corporal, função vital, metabolismo…. Transpira-se.

Deixo que o ar me invada as narinas e estimule as células olfactivas. Cheiro-te. Guardo a memória desse aroma, no momento único que se repete sempre que o evoco, sinto o teu cheiro.

Prendo-te, liberto-te, prendo-te, liberto-te, prendo-te, liberto-te... Na troca gasosa desse vaivém cíclico, essencial, vital. Desde a expulsão do líquido amniótico, até ao meu último suspiro. Enquanto durar, viverei.

TranspirAR-te
Em gotas salgadas que escorrem através dos poros, arrefece-me quando estiver muito quente. Deixa-me fluir à flor da pele, sentir o arrepio das lufadas de ar fresco.

evaporAR os líquidos que bebes em goles sedentos, num último sopro, suspiros (doces, de claras em castelo com raspa de limão)...

Na pele, aspiro-te o ar transpirado… numa respiração profunda em ritmo de dois tempos, cadenciado… em frequências, de compassos de sopros exalados.
dermatologistested + carpe vitam!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

NadAR e o Prazer de FlutuAR na ÁGUA



Eu tinha medo, muito medo no início. Custava-me a crer que tivesse vindo do líquido, a água afligia-me quando chegava ao peito. Mas fascinava-me a imensidão salgada, o cheiro da maresia, e queria mergulhar sem medo, de olhos abertos. Mariquinhas… ano após ano, tentei e melhorei. Ao meu ritmo, a conversar com as ondas. O que é uma onda senão espírito do mar, arrepio de alegria? (Sim, eu sei que existem ondas zangadas, o melhor é não nos metermos com essas. O Mar é para admirar e respeitar.)
Decidi que havia de ser peixe e esforcei-me para controlar a respiração e nadar na água doce (que de doce não tem nada, mais sabor insípido e um cheiro intenso a cloro que me faz sempre espirrar. Gosto muito mais do tempero do mar). Descobri então que não tenho vocação para peixe, nem guelra, nem elegância, mas consigo movimentar-me de um lado para o outro, dentro de água. Longe de possuir a graciosidade de um cisne ou a sensualidade de uma bailarina aquática, sou Foca (arraçada de lontra) trapalhona e brincalhona, e duvido que venha a conseguir agilidade de Golfinho, muito menos incisividade de Tubarão. Mas isso não me preocupa nem me impede de tentar aprender a fazer melhor, com mais eficácia, aprimorar a técnica, aumentar a resistência e diminuir o atrito. Treino, aprendo a respirar para me deslocar melhor e com menos esforço no meio aquático. Fora de água é tão fácil, tão instintivo que não damos importância nenhuma ao que é vital – usamos o Ar e nem lhe agradecemos a existência. Mas eu descobri a importância de Bem-Respirar com a Água, gerir a Inspiração e a Expiração.
Ó Ar, agradeço a tua existência, por me permitires respirar! Não sei viver sem ti, nem um minuto consigo passar, ó Ar!
Admiro toda a leveza que o ambiente líquido permite, uma reinterpretação da gravidade, da realidade. Os sentidos submersos têm outras prioridades, reina o tato em detrimento do olfato; a água anula o gosto, muda a visão e deturpa a audição. Admiro a natação sincronizada, os saltos perfeitos para a imensidão líquida e embora esteja a milhões de léguas submarinas, lá vou tentando aproximar-me dessa Beleza. Definitivamente, acho muito mais fácil e rápido nadar de costas, mas isso é provavelmente porque ainda não me dediquei completamente à mariposa. Desenrasco-me de bruços, consigo coordenar instintivamente a respiração, maximizar os movimentos de braços e as pernas, como um sapo, tudo flui naturalmente, agora crawl… que raio que mania de respirar debaixo do sovaco é aquela? Aquilo tem alguma coisa de instintivo? Eu bem tento, respirar só para um lado, respirar para os dois alternadamente, mas acabo por inspirar quando não devia e lá me entra a água toda pelo nariz e pela boca, engasgo-me e perco completamente o ritmo. E “crawl”… que espécie de aberração é essa? Eu não quero “rastejar” na água, quero deslizar! (Mas pronto, estou a tentar…)
Gosto de ficar a flutuar, gosto da Paz que isso me dá. Na água doce clorificada é mais difícil manter-me a flutuar sem me movimentar, mas tento ficar o mais imóvel possível, a ouvir apenas a respiração e a água a ceder sob o meu peso, a vir mais ao de cima quando inspiro – é giro – encho os pulmões de ar e mergulho, a libertar milhares de bolhas a cada expiração!
Na água salgada, quanto mais sal tiver, mais fácil se flutua. Dizem que há águas tão salgadas que tornam impossível que alguém se afogue nelas, mas eu tenho as minhas dúvidas, porque basta o pânico e até um alguidar pode ser perigoso.
Mas a água já não me mete medo. Venço-a ou deixo-me ir com ela quando me canso (o corpo é mais leve dentro de água, mas o movimento tem de vencer o atrito e uma braçada ou uma pernada lá dentro, custa bem mais que vencer o ar cá fora. Com calma, a respirar. Descontrai, relaxa, regula o sono pelo cansaço. Hei-de conseguir “rastejar” como deve ser. Hei-de conseguir dominar a técnica e continuar a respeitar e admirar a Água, tão elementar e essencial à Vida quanto o Ar.

Água viva fecundante que chove na Terra
descida dos Céus, mata-me a sede
e lava-me a alma!

Alimenta as flores com o teu orvalho
do cimo da montanha nascente
a rasgar o leito dos Rios
para se fundir com o Mar!
E em brumas de espuma salgada,
sobe de novo às nuvens até evaporar!
Bem-hajas, ó Água!


música: Tchaikovsky, O Lago dos Cisnes (excerto)

foto: Getty Images (leão marinho do Alasca)

post relacionado: a-A-AAAAATCHIIIIIIIIIIIM!!!!!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

provocação gratuita 82

"A lot of people describe having sex with only one person as 'being faithful'.
It seems to me that faithfulness has very little to do with who you have sex with.
Faithfulness is about honoring your commitments and respecting your friends and lovers, about caring for their well-being as well as your own."
Richard in "The Ethical Slut"

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

diálogos (im)prováveis XVI

DEXTER, s6e2 "Once upon a time"

"What the fuck? What are you doing?
I wanted to do this the other night, but the shooting sort of messed everything up.
Debra Morgan, will you...?
Are you insane?
 
Come on, Deb. I'm trying to be fuckin' romantic here. 
Romantic isn't springing something like this on me. When... when have we ever talked about marriage?
Will you get up?
Come on, Deb, we've been at this for a year. You... you make me happy, I make you happy.
So?
So..."

post relacionado: diálogos (im)prováveis VII

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

domingo, 25 de setembro de 2011

Chanson d'automne



Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"sonhaste comigo? (...) eu também sonhei contigo! (...) que sonhaste tu?"

sonhei que te rias. rias e rias e rias sem parar, de cabeça para trás. um riso laranja, cristalino.
e eu ria com gosto, por estares a rir. depois ficámos em silêncio, só para rebentar a rir a seguir. depois silêncio sério, a olhar-nos durante um grande bocado.
depois eu aproximei-me de ti beijei-te nos lábios, devagar.
tu coraste e devolveste-me o beijo, mas com gula, a abrir-me os lábios e a enfiar a língua como se eu fosse um doce que nunca tinhas provado e estavas a descobrir que gostavas. bastante.
e eu deixei-me ir para dentro da tua boca. toda intensa e inteira, a dançar tango com a tua língua, a sorvê-la, a mordê-la, a rodopiar com ela. lambi-te o queixo que escorria da gargalhada cítrica, doce e fresca.
já não sei se estava a sonhar ou acordada. estava... a sonhardada.
a minha língua ganhou vontade própria (que não era diferente da minha, apenas mais precisa) e começou a deslizar por ti abaixo. macia e quente, muito quente. e fresca e doce, doce e salgada. caminhei e perdi-me por montes e vales a sentir as curvas e texturas com a boca e as mãos e os olhos e o nariz e os ouvidos. tu rias e gemias, rias e gemias...
depois acordei. e perguntei-me se realmente querias. se realmente gostarias.



e tu, que sonhaste tu?

sábado, 10 de setembro de 2011

presentinho ;)

da Pink

4 anos, 50 pessoas


Este blog dá-me pessoas. Isso é o que de mais precioso ele faz. Aqui, ao contrário do espaço físico, conhece-se de dentro para fora, o que permite uma seleção muito mais inteligente e eficaz. Depois sabe bem satisfazer a curiosidade dos sentidos – apetece  conhecer o cheiro, o toque e, com alguma sorte, o sabor das pessoas - isto, por enquanto, ainda só se consegue presencialmente.
Por isso vou aproveitar esta ocasião de aniversário para agradecer a todos com quem já me cruzei por “culpa” deste espaço. Porque todos me ensinaram alguma coisa, mesmo as experiências menos boas. Por ordem mais ou menos cronológica, não referirei nomes nem blogs, creio que as pessoas em questão se reconhecerão sem problemas. Como a lista é extensa, optei por colocá-la aqui.
Se me esqueci de alguém, peço desde já desculpa.

Existe ainda muita gente que gostaria de conhecer pessoalmente mas que ainda não se proporcionou tal encontro. Sem dramas, sei que se tiver de acontecer, acontecerá e se não tiver, não acontece. Mais importante do que estar constantemente a encontrar novas pessoas é continuar a manter os bons encontros e regar as relações que foram surgindo. Gosto de relações duradouras e frutíferas.
Este blog tem 4 anos, e apesar de já ser uma longevidade considerável em termos blogosféricos, espero que continue por muitos mais. Para isso, precisa inevitavelmente de pessoas. Podem ser poucas, mas têm de ser boas!

4 anos a provocar!!!!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Pintar Verão

É a estação do calor e apesar deste ano não haver aquelas noites quentes de outros verões, o calor faz-se sentir, principalmente durante o dia.
Estavam de férias e ela decidiu aproveitar para pintar o interior da casa. Uma inata falta de jeito para pinturas impeliu-o para outras tarefas no exterior. Estava mesmo calor e ela não tinha roupa adequada para as pinturas, por isso despiu-se. E após os preparativos necessários, pegou no rolo embebido na tinta e começou a rolá-lo pela parede. Minúsculos salpicos de tinta sarapintavam-lhe a pele, mas ela não se importava, sabia por experiências anteriores que um duche esfoliante trataria do assunto.
Ele chegou e foi agradavelmente surpreendido por ela, completamente nua, empoleirada no escadote. Inadvertidamente, ela tocou com o rabo numa das paredes ainda húmidas. Duas manchas de tinta, uma maior que a outra, marcavam-lhe os glúteos. Ele pegou na câmara fotográfica e começou a disparar para registar a cena, enquanto ela continuava, de rolo em riste, ameaçando pintá-lo todo se não a deixasse terminar. Claro que a ameaça não o impediu de a assediar e apalpar e lamber e até acabarem os dois no chão de mosaico refrescante, banhados em tinta.
Ele foi buscar o balde e a esfregona e quando chegou, deparou-se com ela de quatro a lavar energicamente o chão pintado e ali mesmo lhe deu com o seu rolo até a tintar toda!
Há quem prefira o Inverno ou uma estação mais amena, mas há certas coisas que só acontecem quando o calor aperta…

domingo, 4 de setembro de 2011

provocação gratuita 81

"Le désir de l'homme c'est pour la femme, mais le désir de la femme c'est pour le désir de l'homme."
Madame de Staël, via Legendary Tigerman

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

pêra rocha | parte 2


foto por TenderPuffies editada por mim

continuação daqui

Convidou-me para lanchar na casa dela num sábado e eu fui sem hesitar, todo contente e expectante. Tomei banho, perfumei-me com um after shave pavoroso, queria agradar-lhe, ultrapassar a minha timidez naturalmente desajeitada.
Cheguei mais cedo que a hora combinada, mas ela já tinha a mesa posta com uma pequena toalha aos quadrados vermelhos com toda a espécie de doces e bolachas e pão, leite, iogurte… e antes mesmo de comer alguma coisa, ela pergunta-me:
- Tens namorada?
- Não – respondi envergonhado.
- Já tiveste? – voltou ela, a mastigar bolacha com doce.
- Já – respondi prontamente, tendo dúvidas se por trocar cuspo no banco do trás de um autocarro com uma miúda lhe podia chamar isso. Ainda para mais quando no dia seguinte ela não me reconheceu.
- Fizeste sexo com ela?
- Não… - disse-lhe baixando os olhos.
- Queres fazer comigo? – disparou ela levantando-me o queixo e olhando-me nos olhos. Senti um calafrio espinha abaixo. Não estava a acreditar naquilo. Engoli em seco.
- Ag...ora?...
- Por que não, os meus pais não estão cá e apeteces-me tanto…
Vá-se lá perceber o que ela viu em mim que me tornou apetecível. A verdade é que também ela me apetecia. Muito. E assim juntámos as duas vontades que afinal eram só uma.
A boca era doce. Talvez fosse do doce de pêra com bolacha Maria, sabia bem. Ela fumava, mas não se notava o gosto do tabaco. As nossas roupas voaram rapidamente para fora dos corpos e quando ela viu os meus boxers brancos às cerejas, desatou a rir e exclamou:
- Let’s pop the cherry!
Ainda sinto os lábios à volta da cabecinha, a língua… depois os dentes, ui… mais devagar! Ela engolia-me com gosto e vigor e não demorou muito tempo até eu explodir-lhe na boca. Ia pedir desculpa, mas ela arrebatou-me com um beijo antes de eu abrir a boca. Já tinha provado o sabor daquilo e não tinha achado nada de especial, mas misturado com o dela, ganhava outro paladar.
Quis retribuir-lhe o gesto e fui descendo. Provei devagar aquelas pêras, aquelas duas firmes, redondas, sardentas e doces pêras que ela tinha no peito. Desci mais até ao triângulo de pêlos e aventurei-me entre eles de olhos fechados, sem saber muito bem como lhe poderia dar prazer, mas ela tratou de me ir indicando o caminho até a fazer gemer.
Toda ela me sabia a pêra, ao doce, ao fruto, já nem sei bem. Foi buscar preservativos. Colocou um com a boca. "Sabe a pêra", disse ela, e eu não fiquei surpreendido. Abraçou-me e deslizou sentada sobre mim. Deixou-se ficar assim um pouco imóvel enquanto me beijava e eu curtia aquele lugar quente, envolvente. Depois começou a mexer-se devagar. Delírio. Pensei que não fosse aguentar três segundos sem me vir outra vez. Mas aguentei. Não muito mais que isso, mas lá me fui aguentando. E depois de me vir, ela tirou o carapuço e voltou a lamber-me até eu estar pronto para outra. E passámos a tarde naquilo, a experimentar diferentes posições e formas de amar, até que se fez noite e tive de voltar para casa da minha avó e ouvir o típico “mas por onde é que tu andaste?”. Tinha-me esquecido completamente, no dia seguinte os meus pais voltariam para me buscar. Esperei que toda a gente estivesse deitada para ir ter com ela, mas não estava ninguém em casa ou ela não me ouviu, ou não quis abrir a porta... 

Nunca mais a vi. Foi estudar para longe e por lá ficou. Por esta altura, sempre que vejo uma pêra rocha, não deixo de sorrir. Mordo-a com força e saboreio-a com vontade, por entre lembranças daquele Verão.

sábado, 27 de agosto de 2011

carpe somnium [último]

continuação daqui | início

Carmina Burana! A orquestra termina ao rubro, sem fôlego, ao mesmo tempo que nós.
Sou a timpanista, a marcar o ritmo, a fazer vibrar todos os tímpanos, a contribuir para uma orgia onde todas as peças se encaixam na perfeição, cada uma e indispensável para a realização de um todo, brilhante, triunfante!

Estamos na Primavera. A paisagem de neve é substituída por campos floridos e verdejantes. Ao lado da casa, à nossa espera, vejo nada mais, nada menos, que um balão de ar quente, pronto a voar… Pronto, morri e estou a ir para o céu, só pode! Chove uma chuva miúda quente que nos cumprimenta suavemente com as suas gotas. Tão bom sentir a chuva na cara, na língua! Os nossos vestidinhos claros de verão rapidamente se molham, revelando as curvas e contornos apetitosos. Subimos e vamos trocando beijos. Beijamo-nos os quatro, num único beijo a quatro línguas…
Chove e faz sol. Um pôr-do-sol colorido que só pode ser meu e a Ângela grita:
- Arco-íris!
- Olha outro! – isto é trabalhinho dela.
- E outro!
- Quatro! – lindo! Bem… magnífico: quatro arco-íris entrelaçados uns nos outros... é tão mágico… as lágrimas vêm-me aos olhos. Só me apetece gritar de felicidade.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
Gritamos os quatro o mais alto que podemos, até ficarmos roucos, até ficarmos surdos, deixamos o ar fresco invadir completamente os nossos pulmões para sentir em pleno que estamos mais vivos do que nunca:
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

Podes perguntar o que é que eu ando a tomar, eu digo-te que é apenas tesão acumulado. Esta é a forma pacífica e criativa que encontrei para o libertar.

Descobri que o sonho é o sítio onde as minhas metáforas são verdade.
Deixo-me adormecer aqui e acordo lentamente para a realidade.


Somewhere over the rainbow, Provoca-me!!!!
E o teu sonho, como é?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

pêra rocha | parte 1




Era puto, algum acne e pêlos por todo o lado a nascer, nunca me hei-de esquecer. Férias de Verão, terra dos avós. Queria juntar uns trocos para os meus jogos e foi a minha avó que apareceu com a ideia: apanhar pêra. Não posso dizer que me tenha agradado muito, mas lá fui eu, de manhã bem cedinho, na camioneta, com um monte de velhas. Bem, havia outro rapaz da minha idade e uma rapariga um pouco mais velha.
O trabalho era simples mas cansativo. As mulheres andavam de balde na mão, a colher a fruta das árvores e os homens carregavam as caixas para os tractores. Eu e o outro rapaz não fomos considerados “homens”, pelo que nos meteram junto com as mulheres, a acartar os escadotes e a apanhar as pêras mais altas. Claro que os "homens" ganhavam mais. A hierarquia era rígida na apanha da fruta.

Apesar do dia de trabalho terminar cedo, nos primeiros dias chegava morto a casa, todo arranhado, apanhei um escaldão no nariz e só via pêras à frente quando fechava os olhos. Depois fui-me habituando. Gostava da companhia do outro rapaz, falávamos sobre jogos, ele tinha o que eu queria comprar e ao final do dia ia até casa dele jogar. 

A rapariga era gira e simpática, discutíamos filmes e séries que pirateávamos e pensava nela no duche, enquanto lavava a pila a alta velocidade. Observava-a discretamente. 
Uma vez, trouxe uma t-shirt bastante larga de uma marca de caramelos de fruta. Lembro-me perfeitamente, porque quando ela ergueu o braço para apanhar uma pêra, a manga larga deixou-me ver por breves mas iluminados instantes uma maminha. Era pequena, rija, com o bico espetado. Parecia uma pêra! O meu sangue baralhou-se todo, sem saber se havia de se concentrar na minha cara ou na minha pila, acabou por ir para os dois lados, para meu grande embaraço. Ela sorriu, mas não me pareceu ter notado. Passei o resto do dia a tentar ver de novo, mas só consegui vislumbres parciais.
Noutra altura, estava ela no cimo do escadote, a colher as pêras mais altas com umas calças coladas ao corpo. Conseguia perceber que estava a usar uma tanga cor-de-rosa pela falta marcas nas nádegas e pelo tecido que aparecia por baixo das calças. O cromo do outro rapaz passou por mim e comentou, num tom demasiado alto:
- Achas que não te topo, tás sempre a olhar para ela, ainda agora tavas a olhar pró cu dela! – ia morrendo de vergonha. Fiquei com a nítida impressão de que ela ouviu.



continua e termina aqui

sábado, 20 de agosto de 2011

carpe somnium [18]

continuação daqui | início

Já estou tão embriagada de prazer que não sou capaz de distinguir pormenores, onde acaba um corpo e começa o outro? Tento esforçar-me por aproveitar cada momento com todos os sentidos, este sonho não irá durar para sempre, quero guardá-lo numa memória viva.

Olho para o espelho do tecto. Consigo sair de mim e ver os nossos corpos entrelaçados, a entrarem uns nos outros. E finalmente percebo que fomos desenhados para isto, dar e receber, pena que nem toda a gente o perceba.

Não sei bem definir o que se está a passar aqui, faltam-me palavras. Poesia sexual, talvez. SUPERCALIFRAGILISTICSEXPIALIDOUCIOUS! Sinto-me uma Mary Poppins hard core! Tudo o que eu possa escrever é apenas um tosco esboço da minha realidade sonhada embebida em imaginação delirante. Todos os meus sentidos estão mais apurados que nunca, isto não é real, é hiperreal, surreal, inacreditável! Não sei o que é isto que sinto, mas sei que é bonito e bom de se sentir. Não tenho a mínima intenção de vos dizer que quero ficar assim para sempre, nem de vos jurar amor eterno, só quero aproveitar o momento ao máximo.

O Fortuna,
Velut Luna
Statu variabilis,
Semper crescis
Aut decrescis;
Vita detestabilis
Nunc obdurat
Et tunc curat
Ludo mentis aciem,
Egestatem,
Potestatem
 Dissolvit ut glaciem.
Sors immanis
Et inanis,
Rota tu volubilis
Status malus,
Vana salus
Semper dissolubilis,
Obumbrata
Et velata
Michi quoque niteris;
Nunc per ludum
Dorsum nudum
Fero tui sceleris.

Sors salutis
Et virtutis
Michi nunc contraria
Est affectus
Et defectus
Semper in angaria.
Hac in hora
Sine mora
Corde pulsum tangite;
Quod per sortem
Sternit fortem,
Mecum omnes plangite!

falta só mais um bocadinho...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

provocação gratuita 80

Há duas espécies de pessoas: as que habitualmente usam os degraus das escadas rolantes e as que habitualmente esperam que o degrau as leve para onde vão. Que espécie de pessoa és tu?

domingo, 14 de agosto de 2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

carpe somnium [17]

continuação daqui | início 

Estou quente, muito quente, febril. O meu corpo escorre em suor. Preciso de arrefecer rapidamente. Abro a porta e levo com o ar gelado… ahhhhh, saio porta fora e desato a correr pela neve.
- Onde é que vais? Volta pra dentro, olha que ainda algum urso te come! – diz ela a rir.
- Oh, se o fizer com jeitinho… ahahahahaha! - Desbundo a brancura gelada, imaculada da neve. É tão raro ter esta oportunidade que tenho de aproveitar ao máximo. Eles vêm também cá para fora e começamos a atirar bolas de neve uns aos outros. Neve fria em corpo quente, derrete imediatamente, fumega!
A Ângela deita-se na neve e começa a agitar os braços e as pernas. Levanta-se cheia de frio, revelando o anjo da neve no chão. Vem ter comigo e eu abraço-a por trás, para a aquecer e derreto os flocos de neve que ficaram presos no cabelo dela.

Estamos no jacuzzi, bem aquecido e borbulhante. Ahhhhh, que bem que sabe relaxar após intensa actividade! Saímos do calor líquido a fumegar e estendemo-nos húmidos na cama. Acendemos umas velas, pomos uns incensos a queimar, óleo de massagens e a Nina Simone a cantar a capela:

Sun in the sky you know how I feel
Breeze driftin' on by you know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good”

As minhas ancas nunca resistem àquele “tchanananana” do trompete e deixam-se levar… toda eu me embalo na forte doçura da voz dela.
Vamos massajando alternadamente todos os corpos, mantendo sempre o contacto, pele com pele, a deslizar, a pressionar, a aliviar, a relaxar…

continua aqui

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

chuva miúda

foto: rain drops on pine tree por Desert Nana

Era uma daquelas noites estupidamente quentes de verão em que o calor convidava a insónia. O ar dentro de casa estava saturado e irrespirável, a arder-me no corpo. Levantei-me e fui espreitar lá fora. Estava bem mais fresco, temperatura agradável, a brisa quente do sul fazia-se notar, mas abafada por uma humidade persistente. Fui andando até ao caminho de terra batida, pelos trilhos do pinhal, a sentir a humidade transformar-se em chuva miúda. Uma chuvinha molha-tolos, desprovida das memórias de Inverno, ainda a aprender a chover. Soube bem senti-la na cara, cheirá-la na terra. Mesmo estando com medo de chover, assentava a poeira e libertava o aroma dos pinheiros, tornava tudo mais fresco e intenso.
Continuei o meu passeio sem ver nem ouvir vivalma, apenas alguns cães a ladrar longe, um carro a passar na estrada principal, até que avistei duas pessoas aproximarem-se da clareira onde estava. Instintivamente, escondi-me atrás de um arbusto seco, que me permitiu continuar a ver a movimentação do casal. Sim, consegui aperceber-me, apesar da pouca luz, que se tratava de homem e mulher, ouvia-os falar e rir, tornou-se óbvio o que iriam ali fazer.
Abraçaram-se e beijaram-se com urgência, contra um pinheiro. Ele acariciava-a por cima da roupa, até ela despir a túnica num só gesto, revelando o corpo alvo, nu. Atirou a túnica para o chão, ajoelhou-se nela e começou a abrir-lhe as calças, numa lenta tortura. Mamou-o com ternura, até ele pedir que parasse. Ela obedeceu e colocou-se de gatas, convidando-o a entrar.
Ele penetrou-a devagar, numa estocada prolongada, que a fez suspirar um gemido. Foram aumentando o ritmo, embalados por ela e eu assistia ao baloiçar hipnótico das suas mamas. Brilhava-lhe o luar na pele branca, reflectido pela chuva. Ele era mais escuro, mais peludo, mexia-se com vigor dentro dela, conseguia sentir-lhe o vibrar da carne cada vez mais forte.
Intumesci. O tesão era respirável, embriagante, contagiante. A minha pulsação acelerava com a deles e esforcei-me para não fazer nenhum som que me denunciasse. Queria juntar-me a eles, mas sabia que se os surpreendesse, só iria conseguir assustá-los e cortar-lhes o tesão. Dominando a vontade, mantive-me no meu canto, a observar, enquanto me ia tocando. E assisti atentamente ao desenrolar do querer, por entre gemidos e suspiros, na dança da chuva aprendiz que apaziguava o calor estival humedecendo ainda mais os corpos.
Voltaram a vestir-se entre sorrisos cúmplices e seguiram caminho. Respirei fundo. Tirei a t-shirt, estendi-a no chão, deitei-me. Fiz-me vir e finalmente adormeci.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

carpe somnium [16]

continuação daqui | início

Viro costas e volto toda sorridente, com uma surpresa:
- Apresento-vos Dick Van Dike e os sete anões! – gargalhada geral. Olham todos para a minha “arma preta” com algum desdém. Na verdade, a minha cinta caralha é castanha, e longe de ser uma bisarma, escolhi uma com o tamanho certo, não preciso de maior para o que me proponho fazer. Os anõezinhos são um mimo, sete plugs simpáticos, cada qual com uma cor do arco-íris, encontrei-os e não lhes resisti – cada um mais barrigudinho que o outro, têm um formato ergonómico, mesmo indicado!

Eles olham para mim com reservas, mas a Ângela abraça a ideia com gula. Pego no lubrificante, escolho um anãozinho dos mais barrigudos para enfiar no meu rabo e ofereço-me para vos colocar o que escolherem no devido sítio. Muito devagarinho, a provocar a entrada com a língua, a salivá-la, a lubrificá-la, até pedirem para entrar de uma vez. Ao início é um pouco desconfortável, mas aos poucos, o desconforto transforma-se em puro tesão. Foder com um plug enfiado é uma coisa…
Começo a penetrá-la com cuidado de frente, a encaixar as minhas mamas nas dela, a roçar, mamilo com mamilo, a aumentar o ritmo e de repente…
- Caralho! – exclamo completamente atónita: a minha cinta caralha transforma-se num pénis a sério!
– Consigo senti-lo! Ahhahaahahaah! – tenho de o tirar para poder apreciar, e cá está ele, perfeitinho, tesinho… sinto o mesmo fogo do costume, só que mais virado para o exterior.
- E porque é que o tiraste? Volta a pô-lo cá dentro, já! – Returque ela. E eu não discuto, entro para aquele bom aperto, sinto-lhe o calor, a humidade, tão bom! Vou aumentando o ritmo e começo a sentir as contracções dela, delícia! Oh, a tensão é muita, fico com a sensação de que vou explodir a qualquer momento, não consigo controlar e começo a jorrar em golfadas…
- Aaaaaaaaaah, estou a ejacular, estou mesmo a ejacular! - Saio de dentro dela, a temperatura ambiente é bem mais fria e começo a sentir-me a murchar.

Olho para vocês, estão com um ar incrédulo. Verdadeiramente SURPREENDENTE, não? Gosto quando pessoas que julgo conhecer me surpreendem e gosto ainda mais quando as consigo surpreender! Avanço para o meu amor, com a minha pilinha murchinha, pareço bastante inofensiva. Ele começa a beijar-me, a lamber-me, a engolir-me. Gosto do calor da língua, da humidade, ummm, começo a sentir-me intumescer, o sangue a afluir, sinto-me tonta. Sabe bem senti-lo a crescer, a palpitar nas mãos, vontade de o enfiar por ele adentro… deixa…
- Ohhhhh, que quentinho e apertadinho! - Fico assim a dar-lhe devagarinho, completamente à minha mercê.
- Tu és o próximo! – digo ao cão, em tom desafiante.
- Nem penses.
- Vá lá… Podíamos fazer um comboio…
- Ahahaaha. Esquece.
- Caramba, não gostaste da língua, não gostaste dos dedos, não gostaste do anão? Por que não experimentas, então? Vira pra cá esse rabo, prometo ser gentil… - Sabe-me tão bem inverter papéis…
- Tenho de te comer o cu primeiro – mas é que nem sei porque é que isso ainda não aconteceu!
Lambe e morde-me as nádegas como se não houvesse amanhã, espeta-se no meu rabo sem dó nem piedade e eu vou avançando de gatas, com ele atracado, até ao meu amor. É bastante estimulante andar com ele assim, mas eu quero mais. Subo pelo meu amor acima e começo a tentar encaixá-lo. Não é fácil, nunca e fácil, é preciso alguma coordenação, mas depois de tentar um pouco, lá consigo. Gosto de ficar assim, ensanduichada entre dois machos. É uma sensação de total preenchimento. Quero experimentar ao contrário, mudo de posição e fico sentada em cima do meu amor, de costas para ele, enterrado em mim e convido o cão a penetrar-me de frente. Oh, sabe lindamente!
- Oh, Ângela, tens de experimentar isto! – ela dispensa. Aparentemente, é coisa que não faz parte do cardápio de fantasias de algumas mulheres, o que não compreendo, mas aceito.
- Agora tens de ceder ao meu capricho… - dou-lhe uma palmada no rabo e avanço para ele de menino em riste.
- Espera, deixa-me ser eu a controlar – aceito. Deixo-me ficar quietinha enquanto o sinto rodear-me o membro, vencer a resistência devagar. É bom na mesma. Não me interessa quem controla ou deixa de controlar, só me interessa o prazer que isto pode dar. É dá, que belo rabo! Tê-lo assim, totalmente disponível… realmente só a sonhar.

Eu de rabo alçado, totalmente vulnerável. A Ângela avança para mim de cinta-caralha, um pouco hesitante, entra devagarinho e começa a mexer-se lentamente:
- Força, mais força, dá-me com FORÇA! – e ela corresponde. O meu caralho de verdade desaparece para dar novamente lugar à minha amiga de sempre. Cumprimento-a com os dedos, toco à campainha do prazer. Abro a torneira dos orgasmos e jorro a torrente, penetrada alternadamente pelos três, em todos os lugares disponíveis.
- FUUUUUUUUUUUUUUCK!

continua aqui :)

sábado, 30 de julho de 2011

carpe somnium [15]

continuação daqui | início

Avanço para a Ângela. Começo devagar, a minha boca perde-se nos lábios, nas mamas dela, nas axilas, no interior dos braços, faço-lhe cócegas com a língua e mordo suavemente a lateral do tronco, até ela fechar os olhos e rir. Contorno as pernas, subo até ao interior das coxas e por lá me deixo ficar até ela suspirar… lindíssima. Beijo-lhe a barriguinha e vou rodeando o umbigo até sentir-lhe o arrepio. Lambuzo-lhe as virilhas com a língua toda até à entrada do rabo e seguro-lhe as nádegas, até ela me pedir para entrar. Mergulho assim devagarinho, roço a face, o nariz, os lábios nas suas profundezas. Tão macia… carnuda, camurça molhada e quente, a deslizar por entre os meus dedos. Beijo-lhe todos os lábios, como se de uma boca se tratasse, e enterro a minha língua na maciez do seu interior. Ela beija-me, ora com uma, ora com a outra boca, sorvo o sabor húmido do desejo, doce e salgado. Aperto o segredo dela com pequenas dentadas, mordo os lábios borboleta, esfrego a minha boca, o meu queixo, a minha língua, com força, em sintonia com o ritmo da respiração. As minhas mãos passeiam-se pelo corpo dela, apertam-lhe as mamas, as nádegas e todas as suas partes redondas e carnudas, esgueiram-se para dentro dela e iniciam o vaivém da loucura.
Ela começa a puxar-me o cabelo com força, que embora seja curto, ainda aleija:
- Au! – e viro-me para vocês:
- Agora percebo porque é que rapam o cabelo…
- Cala-te, não pares! – diz ela com aquela expressão de quase lá.
Continuo e ela geme… sim, consigo ouvir a sinfonia que o corpo dela orquestra, que maravilha! E dança na minha boca, enquanto a sinto toda, a transpirar prazer. O sexo vibra, explode e brilha sob a minha boca, puxa-me o cabelo, prende-me, aperta-me e eu liberto-a.
The sweetest thing… Há melhor? O mundo era com toda a certeza um sítio melhor se as pessoas praticassem mais sexo oral. Começo a lamber o cão man e convido o meu amor a juntar-se a nós:
- Vá lá, não dizias que não queres morrer estúpido, tens aqui a tua oportunidade! - e para minha GRANDE surpresa, ele aceita, e o outro não recusa. Oh, que bem que sabe partilhar o menino do cão com o meu amor! Beijamo-nos na glande, salivamo-lo de alto abaixo, engolimo-lo alternadamente e mordiscamos. Depois trocamos. Eu já nem estou a ver bem, por mais que eu saiba que não passa de um sonho, é demasiado real, demasiado palpável, demasiado bom! Depois percebo que estou a mais e afasto-me, com muita dificuldade em respirar, e fico a ver como se desenrascam. Sinto o corpo todo a tremer, o chão, as paredes, parece um terramoto. Agarro-me à Ângela e fico juntinho a ela, só para os contemplar. Finalmente fazem uma homenagem ao número do andar onde estivemos! Mas é claro que querem os dois ficar por cima, ficam um bocado a rebolar, o que me deixa ainda mais em brasa, a contorcer-me toda, até que decidem ficar de lado. Muito democrático, sim senhor, I love it! Não se bebem um ao outro, claro que não, onde é que já se viu macho hetero beber outro macho? Mas adorei o progresso.

continua aqui

sábado, 23 de julho de 2011

carpe somnium [14]

continuação daqui | início

Seguimos a voar em direcção a sul, e aterramos junto a um portão enorme de ferro, todo trabalhado. Em cada um dos pilares, um majestoso gato cinzento de loiça impõe-se, abrindo o portão para nos dar as boas vindas.
- A Quinta do Gato Cinzento! Não acredito! – como sabe bem ouvir estas palavras! O meu amor está completamente siderado a olhar para aquilo que já foi uma quinta totalmente degradada, agora totalmente recuperada. Desata a correr pelo caminho fora. Pastam alguns cavalos no prado, uma égua e um potro. Chilreiam os pássaros a dançar com os ramos das árvores e mais acima assistimos ao voo das gaivotas. A casa está linda pintada de azul e branco, com o telhado cinzento, quase se confunde com o céu. O Jardim, verdejante e florido encaminha-nos para o gazeebo. Os azulejos azul índigo da cúpula brilham e recortam o horizonte onde o céu se encontra com o mar, revelando toda a majestade daquele sítio mágico. Absolutamente soberbo! A Ângela corre para lá e dá pulos de alegria quando encontra um verdadeiro tesouro – um Stradivarius! Pega nele com se fosse a maior relíquia do mundo, respira fundo e começa a tocar. Celebração da Natureza, uma interpretação fervilhante da estação do ano que eu sempre achei mais triste e sombria. Curiosamente, é das quatro, a parte que eu prefiro da obra dele. Devia gostar bastante do Inverno, este Vivaldi. Fiquei farta da Primavera depois de passar anos a ouvir o genérico da meteorologia na RTP. Esta passagem também já serviu para publicitar a fusão de um banco, mas foi durante menos tempo. Ela vai dançando com o violino, e eu subo até lá e vou dançando em volta dela, inspirada pelas coreografias da Danielle Veille, completamente nua.

Lentamente, a temperatura desce, o céu muda para um tom mais dramático e começa a bater “leve, levemente, como quem chama por mim”… NEVE! Como é raro poder apreciar tal espectáculo, divirto-me a sentir os flocos na pele nua. Vamos para dentro da casa, que está requintadamente decorada, num estilo que concilia o tradicional com a mais alta tecnologia. É muito confortável, tem um belo soalho de madeira e lareira crepitante. A parte redonda com a menina do gato que parece a Alice do país das maravilhas pintada na parede, tem também uma cama redonda ao centro, as janelas são espelhadas e tem um espelho embutido no tecto, numa sugestiva moldura esculpida com gatos em várias posições. Por vezes até me esqueço que estou a sonhar. Tenho novamente a sensação gritante de que tudo é possível. Sou uma locomotiva a vapor a toda a brida e sei que nada me vai conseguir parar. Tenho um ego pequenino, tenho…
Viro-me para a Ângela:
- E se continuássemos aquela nossa luta de doce de leite, mas desta vez de uma coisa menos intelectual?
- Ummm, vamos a isso!
Ok, preciso da ordenha de 3 vacas, 4 canas-de-açúcar bem grandes e umas quantas vagens de baunilha. Tudo ingredientes que se podem encontrar na quinta, claro. Vamos fazer isto a preceito! Ordenhamos as vacas, extraímos o açúcar, e secamos as vagens. Como tenho o poder de manipular o tempo, tudo isto passa muito depressa, como se estivéssemos num filme mudo, com musiquinha de piano de fundo, ihihihih, é muito divertido! Depois vamos para a cozinha, vestimos aventais (apenas aventais) brancos com barrete de cozinheiro a condizer e pegamos numas colheres de pau gigantescas. O resultado é um panelão enorme de creme, não hesitamos a saltar lá para dentro nuas (só com o barrete), com o creme ainda quente. Ummmm, é tão bom! Eles já estão a alçar a perna para se juntarem a nós:
- Na, na, vocês vão a descascar a fruta! – o cão danado e comenta:
- Pois, se fossem vocês a fazê-lo, eram umas escravas, já nós…
- Tens muita razão de queixa, quem é que te levou a frutinha descascadinha à boca ainda há bocado, quem foi? – diz a Ângela, toda empertigada. - Além disso, para virem para aqui, só se estiverem completamente depilados. – Acrescento eu. Os dois dispensam. Demasiado zelosos dos seus pêlos? Não me parece, é mais pela trabalheira que dá e desta vez sem ajuda, teriam de se desenrascar sozinhos. Ainda por cima, depilar testículos é uma ciência, não o fazer como deve ser é corte certo. Não quero sangue misturado com o creme, é melhor que fiquem de fora mesmo. Ficam a ver enquanto nos deliciamos com o creme, mergulhando a fruta e saboreando o banquete. Claro que também têm direito a provar. Estico as pernas e dou-lhes os meus pés banhados de creme de leite e cerejas no intervalo dos dedos para se irem entretendo enquanto a Ângela me saboreia os lábios.
A cor e a textura do creme assemelha-se a lama, mas é infinitamente melhor, escorrega pelos nossos corpos e forma uma camada escorregadia, muito saborosa. Delicio-me a lamber-lhe as mamas, a mordiscar os mamilos até ficarem sem creme. E depois volto a mergulhar as mãos no doce e começo a verter lentamente pelo corpo dela. Faço desenhos com o fio que escorre, mas depressa se desvanecessem na cremosidade. Ficamos assim, mergulhadas no doce, a saborear a fruta e os nossos corpos, a provocar-vos com o creme de leite, a salpicar tudo com o rasto viscoso, escorregamos e rimos perdidamente. E que bem que sabe!
Um novo banho é inevitável e voltamos a juntar-nos na banheira espumante. Quando saímos, levamos ainda no corpo o aroma da fruta misturada com a doçura do leite.

Não resisto a chamar os Queen, e como o Freddy está muito bem descansadinho no céu, eu resolvo fazer uma coisa que fica algures entre um genial tributo e um brutal assassínio da música quando começo a cantar: Don't stop me now! dando ainda mais ênfase a esta parte:

I'm a rocket ship on my way to Mars
On a collision course
I am a satellite I'm out of control
I am a sex machine ready to reload
Like an atom bomb about to
Oh oh oh oh oh explode!

O que eu curto as guitarradas do Bryan May!
- Vocês segurem-me, vocês segurem-me que senão eu não paro mesmo! - Oh pá, o que eu me rio! - Não vou descansar enquanto não estiver toda a gente satisfeita! Quero ouvir-vos arfar, uivar, relinchar!

continua aqui :)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

"Gostas de Amoras?"

 - Vou dizer ao teu pai que já namoras!
Curiosamente, era o meu pai que me costumava dizer isto quando era criança. Coitadas das pessoas que não gostam de amoras, não namoram enquanto não mudarem de ideias!
Estava desejando que começasse a época delas para sair por aí a apanhá-las.
Por que será que as melhores, maiores, mais apetecíveis amoras estão sempre nos locais mais inacessíveis?
Uma vez, tinha uns 4 anos, caí para dentro das silvas. Nunca mais me esqueci, doeu. E depois quando fui tomar banho, ardeu, COMO ARDEU! O corpo todo arranhado, mas nada que mercurocromo e mimos maternos (depois do devido ralhete) não resolvessem. Serviu-me de lição, tento sempre convencer-me que é apenas uma ilusão de óptica, da mesma categoria de "a fila do lado no supermercado é sempre mais rápida", mas não deixo de olhar para as amoras do alto com cobiça.
Sabem mesmo bem, e é preciso bastante disciplina para conseguir apanhá-las sem as ir comendo logo todas, a soprar o pó da estrada.
Como é que uma praga espinhosa e desagradável dá frutos tão doces e apetecíveis?
Nascem assim, silvestremente, totalmente disponíveis para quem as quiser apreciar, saborear o Verão...

bagas negras redondinhas
em pequenas bolinhas
esmagadas na mão
de tão maduras que estão!



E tu, não gostas de Amoras?

sábado, 16 de julho de 2011

carpe somnium [13]


- Vamos passear? – digo, e levo o pessoal no Lancia a voar até à praia preferida do meu amor. Está deserta, como quase sempre fora da época balnear.
Agora reparo, ao fim destes anos todos, que a cor daquele mar está sempre reflectida nos olhos dele, por mais longe que esteja. E está convidativo (o mar, e ele também!) a um mergulho. Ninguém dispensa, despimos a roupa e cedemos aos encantos daquela imensidão líquida. Podemos dançar uns com os outros sem sentir o peso da gravidade. A frescura da água endurece os corpos, cada centímetro de pele, em contacto com a suavidade líquida da água, numa sensação de liberdade total, flutuante. É muito boa, dá-me vontade de rir às gargalhadas enquanto salto e rodopio. Agarro-me ao cão, prendo-o com as pernas pelas ancas, sinto-o intumescer lentamente, e deixo-me levar, apenas agarrada pelas pernas, com o resto do corpo a flutuar ao sabor dos seus movimentos. Procuro encaixar-me nele, vejo que eles fazem o mesmo. A água tem um ritmo próprio, mais liberto da gravidade, fluido…
Deixamo-nos levar assim os quatro, aos beijos molhados, salgados, abraçados, encaixados. Os nossos risos misturam-se, e os gemidos intensificam-se, excitam-nos em espiral. Embalamo-nos nesse prazer intenso, e deixamos os nossos corpos flutuar em paz.
O sol alaranjado brilha no horizonte, deixando um rasto de luz na água, reflectindo-se também em nós, brilhando-nos a pele. Nos olhos, espelhamos a cumplicidade e satisfação de um mergulho inesquecível.
No regresso à areia, começamos a dar ao meu amor um tratamento semelhante ao que demos ao cão, e ele volta para o mar, começa a nadar, a fingir que não está nem aí para o que se está a passar.
Eu ainda sugiro:
- Ele chegou em último, precisa de ser bem mimado para compensar o atraso, não queres ajudar?
- Nop – ok, há que respeitar.
- Não sabes o que perdes - diz ela. E continuamos os três entretidos, até o cansaço se começar a apoderar de nós. Temos de descansar porque para lá vamos a voar e eu ainda tenho umas lições de voo para dar ao meu amor. Ele não gosta das alturas, preferia ir de carro voador, mas eu insisto, vais ver que é bom!, e ele cede ao meu capricho. De início começa a tentar equilibrar-se no ar, na horizontal, de barriga para baixo. Isto é como andar de bicicleta, digo-lhe, tens de encontrar o teu centro de gravidade e depois desafiá-lo. Ele lá se vai aguentando, a meio metro do chão, muito a medo. Sobe um pouco mais, hesita e cai redondo na areia. Vá, tenta outra vez! Pensa em coisas boas! E rio-me que nem uma perdida com a falta de jeito dele. Não se pode ser bom em tudo, deixa, mas se treinares chegas lá. Pego-lhe na mão e levo-o de arrasto. Não quero arriscar, nem que a situação da Ângela se repita.

continua aqui, no dia do costume :)

sábado, 9 de julho de 2011

carpe somnium [12]


O meu amor pega numa banana e enfia-a dentro de mim. Se isto não fosse um sonho, jamais deixaria que o fizesse sem preservativo. Não com receio de engravidar de uma banana (nem quero imaginar que tipo de criatura seria) mas por uma questão de higiene e segurança no sexo (devia haver cursos disto, acho que se evitavam muitas idas ao hospital).
Pego num pedaço e manga e papaia, esfrego a mistura no meu botãozinho e vou provando. Ummm, sabe a Verão! Lembra-me um lip gloss que tenho do mesmo sabor e que nunca dura muito tempo nos lábios porque estou sempre a passar por lá com a língua, a saboreá-lo. A Ângela também quer e o cão dá-lhe alguma assistência. Ficamos as duas assim de costas, lado a lado, e o orgasmo dela despoleta o meu logo a seguir. Nunca achei grande piada a orgasmos em uníssono. Assim consigo gozar os dois. Se acontecerem ao mesmo tempo, só consigo gozar o meu.
Precisamos todos de um banho. Enchemos a banheira com sais e relaxamos no líquido borbulhante. Sabe tão bem… levar com os jactos de água na planta dos pés e noutros sítios estratégicos… que maravilha!
Levamos a fruta para continuar a comer. E uma garrafa de champanhe. Constato que o champanhe sabe muito melhor dentro da banheira a borbulhar que fora dela, não sei explicar porquê.

continua aqui... quem tem vindo a ler sabe quando :)