sexta-feira, 30 de novembro de 2007

limiar de excitação



Li neste livro que estuda o comportamento sexual animal e aborda principalmente os humanos, que os machos têm geralmente um limiar de excitação mais baixo que as fêmeas, ou seja, excitam-se mais fácil e rapidamente. Segundo os autores, isto deve-se ao facto de o seu contributo para geração de prole (o esperma) ser muito menor que o da fêmea (ovo ou óvulo). A fêmea geralmente aposta na qualidade e é mais selectiva na escolha do(s) parceiro(s) para gerar a melhor prole. O macho por sua vez, aposta na quantidade, já que não precisa de despender tanta energia para gerar descendência, a estratégia é quantos mais, melhor.

Uma mulher demora cerca de 28 dias a preparar um óvulo para fertilização. Um homem expele cerca de 250 milhões de espermatozóides em cada ejaculação.
Isto leva-me a pensar até que ponto a biologia está enraizada nos nossos comportamentos.
Claro que a contracepção separa definitivamente o sexo da reprodução, e há mulheres que se excitam muito facilmente e homens que demoram mais. Na sociedade actual encontram-se todo o tipo de variantes.

Mas isto parece ser uma boa explicação para certos comportamentos, não achas? Sexo fácil ou luta renhida, hã?

imagem: Egon Schiele

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Sexo Seguro SEMPRE!


Depois de andar há algum tempo a frequentar a blogoesfera, apercebemo-nos dos blogs que falam sobre encontros sexuais e a quantidade astronómica de visitas que têm e não deixamos de pensar sobre a influência que exercem na sociedade. Criámos um blog e parece-nos agora imperativo divulgar a ideia de que fazemos sexo responsável.

Exploremos o conceito: Sexo Seguro não é usar preservativo e rezar para que não rebente. Também pode passar por aí, aliás, é obrigatório quando não se conhece o parceiro, mas não tem de ser assim. Sexo seguro é usar a cabeça (de cima) para tomar atitudes responsáveis em relação ao sexo.
A única forma de evitar descendência indesejada e ser sexualmente saudável é tomando as devidas precauções. E não, não acontece só aos outros, pode acontecer-te a ti se não tiveres cuidado. Ou a mim.
Não nos parece que o risco compense minimamente neste assunto, e não é por falta de informação, é por preguiça de a consultar, por se achar que já se sabe tudo, e por pura burrice que as pessoas se deixam cair no erro.

Sexo não é só penetração, com um pouco de imaginação, pode ser perfeitamente seguro, explorando os sentidos ao máximo, com o máximo prazer.

A sinceridade pode ser a maior aliada do sexo saudável e completamente seguro se for conseguida entre os parceiros, podendo assim ser possível explorar o sexo sem barreiras.

E se houver dúvidas, não custa nada consultar o site ou fazer o teste. Ninguém tem de achar que é por falta de confiança, é por pura segurança de TODOS.

Não se esqueçam. Se conseguirmos seguir as regras, se conseguirmos que alguém pense duas vezes e evite fazer um disparate, vale a pena.

Sexo Seguro. Não é só de vez em quando, é SEMPRE!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

elevate your senses


U2, elevation

Ela diz "Sente-se bem? Calma, o meu namorado é técnico de elevadores e está cá a trabalhar, vou ligar-lhe". E depois de muito procurar na mala, acrescenta "Deixei o telemóvel no carro, carago!" Eu só consegui tirar o telemóvel do casaco e estender-lho, tentando recompor-me. Ela tocou-me na mão e o toque tranquilizou-me. Ligou-lhe e confidenciou-me que veio ter com ele, mas como ele ainda estava a trabalhar, aproveitou para vir ver a vista.
Pouco depois, aparece um rapaz também ele sorridente, pouco mais velho que ela. Assim que o vê, agarra-se ao pescoço dele aos beijos, não me deixando espaço para sair. Fico ali, agora já com um pouco mais de ar, a olhar para os dois apaixonados, a sentir-me a mais. Então ela puxa-o para dentro do elevador, e carrega no botão do rés-do-chão. Continuam aos beijos, e eu nem me mexo, sinto a pulsação acelerar, volto ao meu estado de excitação inicial, tento não fazer barulho sequer a respirar. Ele encosta-a à parede, ela fica ao meu lado, quase a tocar-me. E de repente, olham para mim, sorriem e rodeiam-me. Pensei que estava a alucinar. Toquei-lhes para me certificar que estava mesmo ali, e tudo acontecia muito rápido à medida que o elevador descia, ela chegou-se para mim, e eu paralisei, num misto de apreensão e prazer. Senti o sangue a pulsar nas têmporas, que loucura!
Entretanto o elevador parou. 13º andar – era um homem de meia-idade, desmancha-prazeres. Não sabia se havia de ficar agradecido ou aborrecido, mas ele saiu 3 andares mais abaixo sem me dar tempo para decidir.
Ela olhou-me a escassos centímetros da minha cara, e deu-me um beijo suave nos lábios, conseguiu perceber como estava nervoso e disse baixinho no meu ouvido "não tenhas medo!" num arrepio que senti a percorrer-me o corpo todo. O namorado estava do outro lado, também encostado a mim, olhei para o painel do elevador, faltavam 6 andares para o rés-do-chão. Ele estava demasiado perto de mim, senti falta da minha distância de segurança e as pernas começaram-me a tremer. Ele cheirava bem, um cheiro quente mas leve que transparecia confiança. Nunca senti um homem assim tão perto. Ela deu-me a mão e disse: "adorava ver-vos beijarem-se!" Ele sorriu, somos mais ou menos da mesma altura, ele é um pouco mais magro que eu. Num impulso de loucura, acedi ao pedido dela e beijei-lhe os lábios. Ela abraçou-nos visivelmente excitada, e voltou a beijá-lo, a beijar-me. Dessa vez dançou com a minha língua, numa maciez tenra, rodeada por nós dois. Senti o corpo dela a pressionar o meu, senti o namorado a fazer o mesmo. A boca dele é maior, mais áspera, senti-lhe a barba de dois dias a arranhar-me a pele, mas soube surpreendentemente bem, a aspereza e a maciez dos dois combina num equilíbrio perfeito.
O elevador parou. Sem dizer uma palavra, ela sorriu e levou o indicador aos lábios, piscando-me o olho.
Demorei uns segundos a recompor-me, a sair do elevador. Pouco depois, encontrei a minha namorada, quis fazer-me a surpresa e veio ter comigo. Abraçou-me num sorriso e deu-me o beijo doce e terno do costume, que eu retribui com fervor. Reparou na gravata desalinhada: "Então, a apresentação correu bem? Estás estranho, tiveste algum ataque claustrofóbico ou quê?!" Senti o sangue afluir-me à face. "Está tudo bem, muito pelo contrário, acho que me curei da fobia!"
Quando ela pegou no telemóvel para ver as horas, lembrei-me que a rapariga tinha ficado com o meu e pedi-lho emprestado para lhe ligar…15º andar. Detestava elevadores, mas a empresa com a qual eu colaboro pediu-me para fazer uma proposta para uma cadeia de hotéis de luxo e lá fui eu. Como era pertinho da cidade do meu amor, aproveitei para combinar um encontro.
15 andares não dá mesmo para ir pelas escadas, ainda para mais com duas pastas carregadas de tralha.
Um cubículo de pouco mais de 2 metros quadrados a subir a uma altura de 45 metros, não me inspirava muita confiança, mas aproveitei que não ia ninguém a subir para ter o espaço só para mim é lá fui.

Na volta, ainda pensei em ir pelas escadas agora que estava mais leve, mas como estava ligeiramente atrasado e ansioso para me encontrar com o meu amor, que já devia estar à espera, resolvi descer de elevador, sem ninguém à vista para me acompanhar.
No interior do cubículo, o cartaz publicitário do hotel mostrava uma flor exótica em tons de rosa e um slogan sugestivo "elevate your senses". Comentei com os meus botões que era mesmo disso que estava a precisar…

As portas do elevador estavam a começar a fechar quando reparei nela, e instintivamente voltei a abri-las. Extremamente jovem, com um aspecto muito simpático, uma visão maravilhosa. Trazia umas calças de ganga, um top castanho justo e um sorriso divinal. Ela reparou no elevador e precipitou-se para o seu interior, para perto de mim. "Boa tarde!" exclamou ela, quase a cantar, notei-lhe um ligeiro sotaque nortenho que lhe dava ainda mais encanto. Ficou virada de costas para mim, deixando-me apreciá-las livremente, nuas até onde o top de alças e o cabelo apanhado me deixavam ver, tocando-a com o olhar, contornando a silhueta, sentindo-a respirar, imaginando-a completamente nua, percorrendo as costas pelo centro, as covinhas da bacia, as nádegas…
Fechei os olhos, ela exalava um perfume floral muito leve que deixou completamente rendido. Comecei a sentir o sangue a descer, a falta de espaço dentro das calças. Controla-te, pensei, isso é quase pedofilia… mas qual quê, as minhas cabeças fervilhavam. Sei que pareço mais novo do que o que sou, mas ela tinha mais de 10 anos de diferença de mim.
Isto não demorou mais que dois segundos, o elevador fechou a porta, mas nem se mexeu. Ela voltou a tocar no botão e nada. Tentou abrir a porta e nada. "Oh-oh… respira fundo, contém-te". Comecei nervosamente a carregar nos botões todos e nada. Sentia-me apertado, com falta de ar, a transpirar, "isto não é bom", pensei, enquanto desapertava a gravata.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ao broche


Nesses lábios doces e macios,
Cor-de-rosa e carnudos gosto de beijar

Sentir esses lábios carnudos no meu sexo
Sentir o prazer que eles me dão
Quando eles chupam o meu pau teso
E com tesão eu fico somente ao fechar os olhos
E sentir esses lábios quentes, e húmidos
A chupar-me.
Engoles o máximo que podes,
Lambes-me

Sinto a tua mão a acariciar-me enquanto chupas
Chupa, engole, lambe

Fazes-me estremecer

Mais, excitas-me cada vez mais
Cada vez que a tua boca num vai e vai
Se roça no meu pau

Esses lábios carnudos, cor-de-rosa
Roçando-se no meu pau teso e excitado
Sinto o teu aumento de ritmo
Sinto a minha excitação aumentar

Venho-me na tua boca,
Sinto os teus lábios roçarem-se no meu pau
Agora mais calmo,

Beijas-me o meu pau

Beijas-me a minha boca

Os teus lábios quentes e carnudos
Rosa excitados

Quentes e doces

Delicia-me…

PROVOCA-ME!!!

domingo, 25 de novembro de 2007

O Quarto Elemento... outras perspectivas - 4ª parte

Um pôr-do-sol, é sempre um pôr-do-sol, mas com a companhia certa é delicioso. Quem me acompanhava neste pôr-do-sol era quem eu mais queria ter para partilhar aquele momento diariamente único.

Ali estávamos, depois de um pôr-do-sol misturado com um belo mergulho (fresquito) e um encontro de corpos que nos aqueceu o corpo e a alma. O mergulho acendeu-nos o desejo tal como um isqueiro acende um rastilho, neste crepúsculo dos deuses que era só nosso…

(…)

Bip, bip, bip bip… os sons inconfundíveis dos nossos telemóveis. Tanto eu como ela recebemos uma mensagem escrita, simples e directa:

“Venham ter rapidamente connosco”

Era da nossa amiga, questionamo-nos se estaria a correr alguma coisa mal. Ela apenas pedia que fossemos ter com eles… Podia ser um pouco mais esclarecedora afinal tem, pelo menos, 160 caracteres para uma mensagem e não paga mais por isso (tinha uma amiga que achava que quanto mais escrevesse mais pagava…)

Apressamo-nos em ir embora; o que valeu é que quando recebemos a mensagem já nos tínhamos vestido…

Fomos um pouco a pisar o pé no acelerador, pois a preocupação era alguma…

Chegámos… as luzes estavam acesas, o carro estava lá, mas o que se passaria… Irra! Não comi, tenho fome, e estes metem-se com invenções de mandar mensagens sem justificação nenhuma, espero pelo menos que haja uma boa causa para isto tudo…!

Entramos, meio a resmungar, meio esfomeado, com cara de mau pergunto o que se passava, se havia algum problema…

Afinal não era nada! Estavam ambos com um daqueles sorrisos idiotas que vai de orelha a orelha. Pareciam-me bem, muito bem, eu é que estava com fome e não tinha ainda percebido porque é que estava ali.

Lá foram dizendo, que tínhamos sido uns queridos em termos preparado aquela surpresa, estava tudo tão bom, mas nós sozinhos não iríamos dar conta da comida, e vocês também têm de jantar, portanto e sem mais discussões… vamos comer! Ainda tentamos protestar mas a fome venceu-nos e ficamos e fomos todos para a mesa jantar.

(…)

O jantar iniciou-se, prolongou-se e terminou de forma muito agradável. Além disso o nosso repasto estava excelente.

Enquanto comia e conversava dava para ir analisando quem me rodeava, principalmente os nossos convidados especiais. Ela, eu já conhecia, mas estava calma, serena, tinha o seu perfume habitual, agradável um ligeiro cheiro a limão, mas fresco, radiava uma alegria que fazia tempo que não lhe via, era bom vê-la assim.

Comíamos com vontade, e bebia-se um bom vinho tinto.

Ele, era a primeira vez que o via, o contacto anterior não foi mais que umas conversas no MSN, umas trocas de e-mails e uns telefonemas. Também ele me parecia calmo e sereno, emanava uma certa tranquilidade muito própria que tenho algumas dificuldades em descrever.

Entretemo-nos a conversar entre café e chás pós refeição e um belo digestivo que encontrei escondido numa prateleira do armário da cozinha.

Ali ficámos à conversa um bom bocado. Aproveitámos para nos conhecer melhor, ou seja, para conhecer o nosso convidado melhor.

Senti-me muito bem naquele grupo, parecia que estávamos feitos uns para os outros, completávamo-nos uns aos outros nas conversas. Firmou-se ali uma cumplicidade muito pacífica, realmente tínhamos encontrado um amigo especial para a nossa amiga.

Mas a noite era deles e não nossa, pois era isso o planeado, discretamente despedimo-nos deles com um até amanhã, e não saímos propriamente de casa, mas fomos para o nosso cantinho deixando-lhes a casa toda só para eles. Como os quartos tinham casa de banho, a possibilidade de nos cruzarmos era remota, portanto, embora estivéssemos na mesma casa, na prática era como estivéssemos cada casal numa casa separada…

Entramos no nosso cantinho e já meios de espírito quente de excitação, trocávamos carinhos, carícias, beijos, toques, e outros mais actos excitantíssimos entre nós, quando começamos a ouvir uns ruídos estranhos, que de estranhos não tinham nada, eram uns gemidos leves, mas tensos de excitação, começávamo-nos a aperceber que o nosso casalinho convidado, afinal estava a entender-se muito bem, ouvia-se, quase que se sentia a excitação do casal no quarto ao lado.

Da nossa perda de excitação, com o quase susto do barulho dos nossos vizinhos excitados, logo recuperámos não só porque os nossos corpos quentes e excitados que de pouca ajudam precisavam. Tínhamos ali ao nosso lado dois amante que, embora não víssemos, ouvíamos e imaginávamos. A nossa imaginação voava com o que eles poderiam estar a fazer… Novamente totalmente excitados como uns voyeurs voltamos ao nosso leito e amansamos a nossa excitação até que acabamos por adormecer, sem roupa, pois a noite estava quente, agarrados um ao outro. Assim acordamos no outro dia.

Tomámos banho (juntos) soube bem sentir umas mãos firmes a percorrem o meu corpo, o duche soube bem…

Descemos para tomar o pequeno-almoço, voltamo-nos a encontrar todos…

Bons-dias, para aqui e para ali, algumas piscadelas de olhos entre todos, um sorriso de orelha a orelha, havia em todos nós uma empatia extraordinária, um sentimento de confiança, tomamos o pequeno-almoço, ficamos por ali a “vegetar” durante a manhã (não percebo como é que acordamos todos mais ou menos à mesma hora e até relativamente cedo) aproveitamos para conversar um pouco… sobre a noite anterior… (do jantar…!) e planos futuros…

Chegou-se à conclusão que e por motivos de férias já marcadas de uns e trabalho por outros, a próxima vez que nos podíamos encontrar todos juntos (ficaram alguns almoços combinados individualmente, chegou-se à conclusão que era impossível juntarmo-nos os quatro antes do final do ano) iríamos fazer a passagem de ano juntos… Tínhamos tempo para planear e escolher o sítio para nos encontrarmos e divertirmo-nos todos juntos numa excelente passagem de ano…

(…)

O tempo passa depressa…

Já falta pouco para a passagem de ano!

1ª Parte


2ª Parte


3ª Parte

Imagem retirada de Geographicae

no canto do teu Sorriso


Olho-te, vejo-te a sorrir. Um esboço de sorriso.
Ah, que fiz eu para merecer tamanha oferta?
Essa dádiva convida-me ao deleite que é beijar-te.
Percorro-te os lábios primeiro com o olhar,
Depois com a língua, devagar.
Demoro-me nos cantos do teu sorriso.
Abro-te os lábios com a língua e passeio-me por eles.
Lábios nos lábios, língua na língua,
a beijar, a morder sem magoar.
Assim ficamos, deleitando-nos, a explorar
cada recanto das nossas bocas.


inspirado na ideia do "cantinho do sorriso" do Neptun'nus

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sem sentido(s)…

Aconchego-me no sofá e fecho os olhos. Oiço uma música que fala de amor mas esse ser não habita em mim. Enfrento a dura constatação de não amar, de não sentir…

Já amei um dia, um amor que me traiu. Já me apaixonei vezes sem conta para depois cair na desilusão e no desencanto.

Pobre coração mutilado que já não consegues voar sobre os vales dos sentidos… Estás preso, fechado em ti mesmo, acorrentado por laços de frustração e dor!

Entrego-me ao prazer do momento, procuro reconfortar-me nos braços de alguém mas a minha alma continua vazia.

Depois de amar, de me sentir plena de paixão, sentir-me privada dessa condição, conduz-me inevitavelmente à aniquilação de uma parte de mim. O meu ser consumiu-se no mesmo fogo em que arderam os meus amores. Resta a cinza que sufoca o meu coração, último vestígio do ser que fui outrora…!


Massagens a 4 mãos - a mim

Chegou a minha vez, nesta altura já estou completamente aquecida. Deito-me de costas, eles desapertam-me o soutien e puxam-me a tanga para fora do corpo, sabe bem estar deitada a descansar depois de tanta actividade. Escolho também o óleo de arnica. Pegam-me nos pés, estão doridos de terem passado a noite anterior de saltos, peço para darem especial atenção ao dedo mais pequenino. Fecho os olhos para sentir melhor. Sabe meeeesmo bem. Solto alguns gemidos de prazer quando me pressionam a planta do pé, que bem que sabe! Calcanhares, tornozelos, ummmmm… Pernas, o mesmo que lhes fiz. Chegam ao cimo da coxa e eu começo instintivamente a empinar o rabo, a convidá-los a entrar. Ele aceita o meu convite. Ui, é tão bom! Nádegas-virilhas, virilhas-nádegas. Que trajecto delicioso! Sinto-os subir para as costas, e é muito bom, eles massajam em ritmo vigoroso, sem dó nem piedade, sabe bem! Ombros, pescoço, viro-me.
E recomeça: pés, canelas, joelhos, coxas, ai, coxas… virilhas… ummmm tão bom! Vou rodando a cabeça contra o colchão, sabe-me bem massajar assim o couro cabeludo. Eu gemo, suspiro, encorajo… e tenho o que peço. Barriga, peito, peito, peito, peitooooooo. Maravilha! Só faltam os ombros e o pescoço, tal como eles sento-me e desfruto. Mãos fantásticas, quatro, pele com pele, a deslizar ao sabor do óleo essencial… dedos, toque, forte, lindo, sorriso, beijo, amor…até o sono nos oferecer generosamente o descanso merecido.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Inquietações do Corpo e da Alma - 2ª Parte

continuação daqui
Já estou atrasada para o trabalho, é hoje que o meu chefe me despede! Abro a porta do escritório e encontro-o lá dentro. “ Bom dia Lara! Apresento-lhe o nosso novo colaborador, Sérgio Andrade. Como o escritório dele ainda está em obras, ele terá que trabalhar nesta sala por uns tempos.”

Não acredito, acabou-se o pouco sossego que me restava! Disfarço o meu descontentamento com uma conversa de circunstância. Depois do meu chefe sair sento-me na minha secretária. Tento trabalhar mas aquela nova presença perturba-me. Dou comigo a observá-lo. Devemos ter aproximadamente a mesma idade. Espero que esse factor ajude a criar um bom ambiente de trabalho porque senão, com a falta de paciência que eu ando, não teremos uma convivência saudável.

Tenho muito trabalho pendente, por isso a manhã passa num ápice. Ao contrário do que esperava, o novo colega não me incomodou muito. Quando saímos para o almoço ele pergunta-me se conheço um restaurante acessível nas redondezas. Digo-lhe que o único que conheço é o que eu costumo ir e que se quiser pode fazer-me companhia. Ele aceita o convite.

O restaurante está mais calmo do que é costume. Foi fácil arranjar uma mesa ao pé da janela. Sentámo-nos frente a frente. Reparo nos seus olhos cor de azeitona, na delicadeza das suas feições e gestos. Uma presença realmente agradável!

Decorrida a hora de almoço voltámos ao escritório. Ele tem algumas dúvidas relativamente ao nosso programa informático. Debruço-me sobre a sua secretária para o ajudar e sinto a envolvência do seu cheiro. Hugo Boss - Baldessarini…este perfume deixa qualquer mulher maluca! Por um instante sinto vontade de lhe morder o pescoço. Vem-me à cabeça que o Carlos não haveria de achar graça nenhuma a estes impulsos.


Saio para fumar um cigarro na varanda. Divago nos meus pensamentos e sou invadida pela melancolia. Questiono-me sobre as minhas escolhas, o meu percurso. Tento, em vão, perceber o que quero afinal da vida…!
continuação aqui

Bocadinho de Paixão #4


acordar meia hora mais cedo e ficar no quentinho a pensar em ti!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

* Dança III - Tango



"Hay milonga de amor
hay temblor de gotán
este tango es para vos"

Gotan Project, Santa Maria (del buen ayre)

TANGO é impulso, atitude, entrega, PAIXÃO...

especialmente dedicado às encantadoras Three to Tango

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Massagens a 4 mãos – a ele

Começo a sentir calor, começo a despir-me. Primeiro a camisola, depois as calças. Estou com uma lingerie preta que ele me ofereceu, soutien push up e tanga transparente.
Voltamos à carga, agora é a vez dele ser massajado. Ele já está só de boxers justinhos, e não demora muito a ser completamente despido por nós as duas.
Deitado de barriga para baixo, começamos novamente pelos pés. Escolhemos um óleo à base de arnica para o efeito. Os pés dele são enormes, comparados com os dela, exigem mais força, mais destreza para serem massajados a preceito. Damos especial atenção aos tornozelos, ele tem alguns problemas com as articulações. Iniciamos a viagem pelas pernas, ele é bastante peludo, mas isso não nos atrapalha. Barriga da perna, coxa, virilha… insisto nas virilhas, acaricio o saco das bolas, espalho bastante óleo pelo rego e passo a mão pelo interior quente.
Seguimos para as costas. Ele tem mesmo as costas largas! Sabe bem mergulhar as mãos oleadas por aquelas costas, cada uma com o seu lado, pressionando, massajando… eu ponho-me em cima dele e procuro fazer-lhe estalar os ossos (não consegui fazê-lo com ela) oiço os ossos estalarem duas ou três vezes, massajo para descontrair. Pedimos para ele se virar, voltamos aos pés, massajamos entre os dedos, consigo sentir-lhe os tendões em tensão, descontraio-os, subimos para as canelas, os joelhos, as coxas…
Volto a acariciar levemente o saco, detenho-me na virilha, volto à coxa… não paro de olhar-lhe o pau, dá-me vontade de engoli-lo todo, mas contenho-me. Ele mostra alguns sinais de excitação, não o suficiente para me encorajar.
Subo para a barriga, massajo vigorosamente com ela, a ver se a massagem dissipa a distensão abdominal, brinco um pouco com o assunto, rimos. Massajamos de lado, onde os pêlos não moram, enfiamos os dedos nos tufos do peito dele, descobrimos a maciez das auréolas à volta dos mamilos, não resisto e trinco um.
Mãos, braços, ombros, pescoço – nada fica por massajar. Pedimos para se sentar e massajamos-lhe os ombros, o pescoço, a nuca…
Termino com um beijo na cabeça rapada a pente 1.

continua aqui

sábado, 17 de novembro de 2007

a Arte de Expressar Prazer

Pêras em Chocolate
Gostávamos de saber quais são as tuas manifestações de prazer predilectas. Seja no cinema, literatura, pintura, fotografia, música, dança, teatro, culinária... qualquer tipo de arte.
Cita, cria, envia-nos. Para o mail ou para o blog.
Ficamos à espera...
foto: CORBIS

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Massagens a 4 mãos - a ela

Estávamos os três cansados, ela tinha estado a trabalhar o dia todo, nós fartámo-nos de passear a pé, e a noite anterior tinha sido de estragação total, a dançar e a beber pela madrugada dentro.
Decidimos ficar por casa, o quarto estava frio, mas musiquinha calma e as velas perfumadas do costume ajudavam a aquecer o ambiente.
Primeiro ela, que tinha estado a trabalhar enquanto nós nos divertíamos. Tomou um duche, estava gelada dentro do roupão, tínhamos de a aquecer bem.
Escolheu um gel de massagem anti-stress com alfazema e ylang-ylang, muito leve, nada oleoso.
Começamos pelos pés. Tem uns pés pequenos, à imitação do corpo. Com movimentos coordenados, vamos pressionando nos pontos estratégicos, com os polegares, com os nós dos dedos na curva, com as duas mãos agarrando o pé por completo, pressionando junto aos tornozelos, contornando-os… não resisto e mordo-lhe o dedo grande, ela ri-se.
Continuamos pelas pernas, apertando os gémeos, os adutores… ela abre ligeiramente as coxas, deixando antever um pouco o sexo lisinho e apetitoso. Passamos pelas virilhas, contornamos as nádegas… que vontade de lhe enfiar a mão naquele vale apetitoso! Mas não o faço, ela não está para aí virada, sei-o pela expressão do seu corpo, se quisesse, pedia.
Voltamos a cobrir-lhe a parte inferior do corpo com o roupão e dirigimo-nos às costas. Ela está magrita, consigo sentir-lhe as costelas e fico com a sensação de que ela é muito frágil. Sei que é uma ideia tola, na verdade ela é bastante forte, mas tenho especial atenção com as costas dela, tento ser delicada.
Ombros, pescoço, nuca… massajamos-lhe os braços delicados, os pulsos, as mãos… esfrego a minha mão na dela, têm o mesmo tamanho, apesar de ela ser mais pequena que eu, peço-lhe para se virar de costas, para a podermos massajar por completo. Novamente os pés. Agora já estão mais morninhos. Apertamos o peito do pé, esfregamos bem, continuamos pelas canelas, pelo joelhos, subimos às coxas e voltamos a tornear as virilhas, ai, que vontade!...
Continuamos, pelo ventre, que bem que sabe contornar-lhe o ventre, à volta do umbigo, mais uma vez domino a minha vontade de lhe enfiar a língua, tenho de me concentrar no prazer dela, não no meu.
Seguimos pelo tronco, apertando bem de lado, até ao peito – massajamos as maminhas firmes, só me apetece morder-lhe o mamilo castanho, mas contento-me a esfregar-lho contra o meu polegar, circulando a auréola, ummm…
Ele pede para ela se sentar para melhor lhe massajar os ombros e a nuca. Acabo por ser eu a tratar do assunto. Acabo ao mesmo tempo e da mesma forma que termina a música: suave, e com um abraço. Voltamos a vestir-lhe o roupão, queremos levá-la até à cama, mas ela insiste que também nos quer massajar.

 continua aqui

Inquietações do Corpo e da Alma - 1ª Parte




Finalmente estou a chegar a casa. Depois de um dia destes preciso mesmo relaxar. Estou farta de números, facturas, débitos e créditos, Já não consigo suportar o toque irritante do telefone seguido da voz do meu chefe a reclamar por causa dos prazos ou um cliente qualquer a perguntar se pode deduzir o IVA de recibos de jantares exorbitantes feitos a título “profissional”. Esta rotina está a deixar-me maluca! Só isso explica o facto de ter perdido a estribeiras e chamado incompetente à funcionária da segurança social. Não disse mentira alguma mas não gosto da sensação de descontrolo. Hoje até o elevador parece mais lento do que é costume!

Entro em casa decidida a esquecer este dia, como se ao fechar a porta conseguisse deixar tudo para trás. Um jantar com o Carlos vinha mesmo a calhar. O Carlos é o meu namorado. Acho que o conheço desde sempre mas só começamos a namorar há 2 anos. Ligo-lhe e combinamos jantar em minha casa. Ele passa pelo take away e traz aqueles bifinhos que eu adoro. O vinho fica por minha conta.

Entretanto vou tomar um banho. Sabe tão bem descalçar estes sapatos de salto alto e despir o tailleur e blusa que uso quase por obrigação! Meto-me debaixo do chuveiro, e enquanto a água desliza pelo meu corpo vou imaginando o calor do Carlos, o toque da pele dele, a mão dele onde tenho agora a minha. Humm… que vontade de o ter dentro de mim!

Visto a lingerie preta que ele adora por debaixo do meu robe de cetim. Preciso sentir que ele me deseja. Quando começámos a namorar fazíamos amor a toda a hora mas ultimamente ele anda mais entusiasmado com o seu novo projecto empresarial.

Ele chega com um ar cansado mas com o sorriso de sempre. “Boa noite querida!”, diz-me ele depois de me dar um beijo. É tão reconfortante sentir o carinho dele! Por vezes pergunto-me se realmente o amo ou se simplesmente gosto do amor que ele sente por mim.

Começámos a jantar enquanto conversámos sobre os nossos dias de trabalho. Só consigo pensar numa forma delicada de lhe dizer que hoje não me interessam absolutamente nada as burocracias que o irritam, que apesar do meu dia ter sido péssimo não quero falar sobre isso. O que eu quero mesmo é uma boa noite de sexo que me faça esquecer tudo!

“Fazes-me uma massagem?” Pergunto-lhe enquanto me dirijo para o meu quarto e vou desapertando o roupão. Sem uma palavra o Carlos abraça-me por detrás com as mãos sobre o meu decote e faz deslizar o cetim pelas minhas costas até cair no chão. Passa levemente as suas mãos pela minha pele e num gesto suave deita-me sobre a cama. Sinto o corpo dele já despido tocar no meu, o seu sexo a roçar no meu rabo. Com uma agilidade nada habitual desaperta o meu soutien e deixa cair algumas gotas do óleo de massagens nas minhas costas. Sinto um arrepio, uma urgência do seu toque! Começa então a massajar-me as costas levando as suas mãos até ao meu dorso, insinuando-as na direcção dos meus seios sem, contudo, lhes tocar. Vai descendo até à anca e despe a minha tanga para então continuar a percorrer as minhas nádegas, coxas, pés. Sinto-me cada vez mais excitada! Estremeço de prazer quando, já voltada de frente para ele, me acaricia o ventre. Ao sentir o meu desejo, os seus dedos precipitam-se para o interior dos meus lábios, sinto-os entrarem em mim. Não aguento mais esta espera. Encosto o corpo dele ao meu fazendo-o penetrar-me. Os nossos corpos mexem-se ao ritmo do nosso prazer até saciarmos o nosso desejo. Foi bom…!


Deixo-me estar tranquila nestes braços que me embalam o pensamento e o coração. Estou quase a adormecer! Oiço o Carlos desejar-me bons sonhos e mergulho num sono profundo!
continuação aqui

Estou triste

Triste porque neste momento não consigo sorrir,
Mesmo quando penso em ti
Nos teus beijos
No teu carinho

Estou triste
E não consigo sorrir

Fecho os olhos
E lembro-me do teu toque
Do teu cheiro
Do sabor a que sabes

Mas hoje não consigo sorrir
Porque estou triste

Não estou triste contigo
Estou triste comigo mesmo
Por estar redundantemente triste

Pode ser que mais logo me anime
Quando voltar a ouvir a tua voz ao meu ouvido

Tenho saudades do teu beijo
Do teu carinho
Do teu corpo junto ao meu.


Hoje estou triste!

* Dança II - Mega Dance Party


The Matrix Reloaded

A música intensa, alucinada, vibrante. Corpos, muitos corpos. Misturados, suados, ritmados. Uma massa sintonizada ao som da batida.
A dança instintiva sente-se com os ouvidos, ponta dos dedos, nariz, boca, olhos, com todo o ser. Cada um, cada duo, cada trio, cada quarteto, quinteto, sexteto, septeto, octeto… todo o grupo.
O mar de gente, as ondas de movimento expressivo, instintivo, sensual.
Respiração, transpiração, inspiração, paixão.
O convite para nos juntarmos à massa dançante. Eu aceito! Mexo-me, convido-te. Queres dançar comigo? Connosco?


quinta-feira, 15 de novembro de 2007

BTT


Que saudades dos meus passeios de bicicleta ao pôr-do-sol! Agora a noite chega cedo, está frio. Lembro-me de quando o sol aquecia até tarde e o dia durava até à hora do jantar. Tenho o fim-de-semana, eu sei, mas não me chega. Por isso, decidi levantar-me mais cedo e sair de casa com rumo mais ou menos planeado, ao sabor do vento.
Rasgo o caminho de terra batida com restos de alcatrão, desço na lisura da ponte sobre a auto-estrada: iiiiihuuuuuu! Largo o volante e fecho os olhos por um instante. Os rumos habituais adquirem novos contornos, o que se perde em velocidade para os automóveis, ganha-se em pormenor, em cheiro, em som.
Ando por montes e vales (são mais pequenos declives, mas de BTT, parecem montanhas) o sol espreita ainda envergonhadamente pelo horizonte, está frio, as mãos congelam, sinto o ar gelado entrar e arder no nariz e na garganta, as lágrimas saltam-me dos olhos até se habituarem ao frio (nota: trazer óculos para a próxima).
Depois de uma subida ou duas mais intensa, já me sinto mais quente. Passo por baixo da auto-estrada, subo desço, subo desço até voltar ao ponto de partida. Estou quente, a transpirar.

Hoje aconteceu uma coisa inédita: depois de uma subida mais acentuada, resolvi ajustar o capacete, junto à paragem do autocarro. Comecei a ver tudo desfocado, a cabeça a andar à roda. Não, não me esqueci do pequeno-almoço. Resolvi sentar-me na paragem, devia ser uma quebra de tensão. Cabeça para baixo, até que oiço alguém:
- Tensão baixa? – Olho para o lado: eras tu!
- Acho que sim. – E deste-me um pacotinho de açúcar. Tão doce! A tensão subiu logo, ainda não tinha posto o açúcar na boca.
- Estás melhor? – Perguntaste.
- Agora sim, obrigado! – Disse eu com um sorriso de orelha a orelha. E segui o meu caminho sem mais percalços.

Chego a casa, alongamentos, duche de pêssego e manga, tudo a postos para um dia de trabalho em cheio!

Andar de bicicleta ao nascer do dia é o meu novo ritual.

vídeo: CORBIS motion

terça-feira, 13 de novembro de 2007

* Dança I - ballet clássico


A dança é um poema de gestos que esculpem o espaço. Daniel Sibony

“L'étrangère” excerto do ballet de Roland Petit: Clavigo (1999), inspirado na peça de teatro homónima de Goethe. Música de Gabriel Yared

Clavigo é um homem dividido pelo seu coração e espírito contraditórios, sem saber muito bem se há-de procurar o verdadeiro amor ou ficar-se por uma vida de prazeres imediatos.

Gosto da forma como a Marie-Agnès Gillot faz desta dança uma provocação. Gosto do equilíbrio, da graciosidade, da elegância, da suavidade ousada. Isto é que é conquistar! Linda, não é?


Obrigado pelo vídeo, Corine

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Sorriso


O dia prometia. Ia ser quente, já a manhã acordou demasiado quente para Abril. Mas é mesmo assim, o tempo há muito que deixou de obedecer a algum tipo de regra, ora acorda com humores invernais intempestivos, ora se levanta com laivos de verão incandescente.
Tinha de ir ao Centro de Saúde, a minha artrose piorou e a bronquite não me largava, precisava de mais drogas para manter alguma sanidade.
Dirigi-me à paragem do autocarro (o maçarico do médico não me renovou a carta, mas eu já recorri) acompanhado pela minha terceira perna que desde que a artrose piorou não consigo largar. E fiquei à espera, a ver os carros passar, a olhar para as pessoas que passavam também. Seria eu capaz de subir para o autocarro? Se calhar devia ter chamado um táxi. Bem, decidi tentar.
Enquanto o autocarro não chegava, fui observando os meus companheiros de paragem, três estudantes de auscultadores nos ouvidos e telemóveis na mão, uma mulher de meia-idade com compras e a Alzira que acabava de chegar. Não posso com a Alzira, fala pelos cotovelos, só gosta de coscuvilhice. Depois de se lamentar do tempo, são as dores, as desgraças… eu também o sinto, mas não sou tão fatalista, não gosto de maçar os outros com isso.
Enfim, voltando ao que interessa, deixei-a a falar para o boneco assim que A vi aproximar-se. Um pecado de mulher. Vinha ao meu encontro, atravessando na passadeira. Um vestido floral muito leve e fresco, esvoaçante e colado à pele pelo movimento, não me deixava muito espaço para lhe adivinhar as formas que se mostravam atrevidamente apetitosas. Mulata altiva, com o cabelo negro solto em caracolinhos rebeldes, com um andar gingante numas sandálias altas de cunha e bolsinha ao ombro. Lembrou-me os meus tempos de juventude em que a conquista era o meu passatempo preferido e todas as mulheres achavam graça ao meu jeito. Lembrei-me daquela música do Tom Jobim e do Vinícius "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça…" e de repente, consegui filtrar o momento em que só existia ela, eu, e a música: "ah, a beleza que existe…" Vinha a falar ao telemóvel, a sorrir para alguém do outro lado. Mas esse alguém não lhe podia ver o sorriso, eu sim. E que sorriso, Deus meu! Feito de lábios polpudos e dentes imaculadamente brancos. Ela vem quase direito a mim, sempre a sorrir, olha-me nos olhos e antes de virar para seguir o passeio, pisca-me o olho! Ou talvez tenha sido eu a delirar com a dor... O que é certo é que me deixou de doer no mesmo instante, durante largos minutos, nem me lembrei mais da artrose nem da bronquite, nem de mais nada.
"Ah, se ela soubesse que quando ela passa / O mundo inteirinho se enche de graça / E fica mais lindo / Por causa do amor"
Assim vale a pena os dias quentes, só pelo poder terapêutico de um sorriso fresco que aquece o coração!

domingo, 11 de novembro de 2007

Bocadinho de Paixão # 3




Sentir o sol e a brisa encontrarem-se no teu corpo, numa carícia despertadora de desejos...
foto: QJ

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Noite de Aniversário



Amigos:
Produção - decote violeta e light blue
Jantar chinês
Prova, roda, prova, roda, prova, roda… licor
Risos, gargalhadas, animação
Esplanada nova, mesmo som
Alguma sofisticação
Cocktail de fruta
Despedida

Private:
Velas
Paixão
Colchão no chão
Óleo aromático, massagem
Línguaaaa… schhhh, baixinho!
Discrição, muita discrição
Vibrador presente
Sorrisos cúmplices
Lubrificação
Dupla penetração
Orgasmo anal
Óleo, muito óleo
Massagem
Mais sorrisos cúmplices
Vibrador nele
Penetração
Masturbação
Auto-penetração, orgasmo oral
Beijo
Abraço
Diálogo
Sexo, muito sexo, até arder
Sede
Água com gelo
Gelo!
Acalma, arrefece
Derrete, desaparece
Mágico! Delírio!
Mais gelo
Outra vez?
Entra-e-sai, entra-e-sai, entra-e-sai…
sms
Amor!
Ai, aaai…

Sou mesmo uma sacana sortuda e privilegiada!


PARABÉNS, meu amor! Vamos repetir, fazer melhor logo?

Quentes e Boas

Quentes e Boas...

Apregoava ela com os seus cabelos castanhos esvoaçando.

O pregão chegava-me aos ouvidos como uma melodia doce, nem sei bem porquê, mas sabia bem ouvi-la apregoar “quentes e boas”.

O apetite levou-me junto dela, era simples e bonita, cabelos castanhos curtos, olhos meigos e doces. Quanto é a dúzia menina perguntei eu, e ela lá me respondeu, o preço, bem não interessa, o apetite pelas castanhas quentes levou-me a comprar a dúzia.

A cara dela estava mascarrada numa mistura de carvão com fuligem da castanha, ficava-lhe bem aquele mascarrado.



Sinceramente não gosto muito de castanhas, gosto de comer umas assadas de vez em quando, mas gosto mais do sal que por ali fica, sabe bem melhor o sal do que a castanha…

Fui para o canto de onde tinha emergido e fiquei a admirar a vendedora de castanha, que lá ia apregoando o seu “Quentes e boas”...



Ela era bonita, nova, devia ter uns 28 anos (mais coisa menos coisa), olhava-a e via a sua perícia a enrolar as castanhas numa folha de papel de jornal e entregar aos clientes.

O seu corpo era delicado, dava para ver algumas curvas, discretas mas estavam lá, tinha um peito volumoso mas não demasiado, diria que encheria muito bem uma mão.

As castanhas estavam quentes, e com o sal estavam deliciosas, o meu apetite leva-me a ir devorando castanha a castanha, apreciado a vendedora de castanhas.

Irradiava doçura, e não sei bem porquê, olhava para ela e o meu desejo crescia, queria ir ali ter com ela e beija-la, sentir os lábios dela, devem ser quentes como as castanhas que vende.
Acabo por ficar a “dormir em pé” imaginando-me com ela, beijando-a, tomando-a para mim, beijar-lhe o peito, lambuzar-me nela, lambendo-a, imagino o seu sexo, rapadinho, imagino-me a beijá-la com a língua, a sentir o meu sexo dentro dela, senti-la vir-se num orgasmo, ter o meu orgasmo, ela deve ser quente como as castanhas que vende.

O raio do telefone toca, volto à realidade, ela lá está, com o seu sorriso doce e meigo a vender castanhas, apregoando....

“Quentes e Boas”…



ilustração: Carpe Vitam

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

ella, ella, eh, eh...




Rihanna, Umbrella


Vocês sabem (principalmente tu, QJ) que eu já andava há que tempos para postar o vídeo, mas depois do fim-de-semana passado, há precisamente uma semana, tem outro sabor, não tem? Agora deixo aqui a versão dela, para a próxima deixarei talvez a minha, quem sabe… acham que valerá a pena?...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Purificação

Percorro cada canto de mim, revisito-me uma vez mais, neste prazer líquido e quente de espuma frutada.
Confronto-me. Confronto o corpo, preparo o espírito, sintonizo-os para chegar aonde quero. Encontro-me.
Afogo as dores e as mágoas na água e vejo-as escorrer pelo ralo entre os meus dedos dos pés. Purifico-me.
Com a mente e o corpo lavados, atinjo o bem-estar e dou as boas-vindas à noite que se aproxima.

Vanessa da Mata + Ben Harper: Boa Sorte / Good Luck

Será que me imaginas?



Vem com o seu ar de garanhão, deve pensar que lhe vou cair aos pés! Começa com indirectas, sei que me quer levar para a cama.

Eu: Isso é uma proposta?
Ele: Pode-se dizer que sim!
Eu: Mas o que tens para me oferecer que outro homem possa ainda não me ter dado?
Ele: Isso não te posso mostrar com palavras, apenas com actos.

Pergunto-me se ele saberá o que significa desejo. Ele acredita que me pode excitar mas será que consegue despertar o meu desejo? No alto da sua confiança diz-me que não é difícil agradar a uma mulher, que basta ser-se carinhoso e tocar nos pontos certos. Como se engana!

Eu: Não sinto qualquer atracção por ti, não vale a pena perdermos tempo.
Ele: Os teus olhos não me dizem isso!
Eu: O que te leva a crer que o meu olhar é sincero?! Eu gosto de brincar com o fogo mesmo sabendo que me posso queimar. Gosto deste jogo!
Ele: Queres jogar? Então deixa que te acompanhe a casa. Ou estás com medo de perder o jogo?!

Sei que me está a manipular mas não me importo! Vou testar-me a mim própria. Logo se vê no que dá!

Já no carro dele começa com falinhas mansas, com festinhas no cabelo, uns beijinhos no pescoço… Faz todos os mimos que uma mulher pode desejar mas eu não reajo. Tenta beijar-me os lábios mas eu recuo.

Eu: Vou-me embora, isto não faz sentido!

Pego na chave de casa mas ele toma-a na sua mão.

Ele: Um beijo em troca da chave! Não és tu que gostas de jogos?
Eu: Sim mas deixo as regras claras e paro quando eu quero. São as minhas regras, só entra no jogo quem quer!
Ele: Tens razão, eu aceitei as tuas regras. Toma a chave!

Ele abraça-me novamente. Confesso que o calor do corpo dele, a sua respiração no meu peito, me excita. Apesar disso não quero ceder ao instinto, ainda não o desejo.

Não sei bem como ele consegue dar-me um beijo nos lábios mas eu não me mexo. Ele ainda não está satisfeito, diz que aquilo não foi um beijo. Para mim também não mas ele assim o quis, foi um beijo roubado. Por mais que tentasse ele não conseguia chegar ao meu íntimo.

Tanta insistência já me estava a irritar. È então que o agarro no pescoço e lhe dou um beijo bruto, selvagem terminando com uma mordidela no lábio inferior.

Eu: Não imaginas quem eu sou…!

Saí do carro sem me despedir, apenas acenei pela janela um adeus. Não deixei contacto, tinha o dele mas não tencionava usá-lo.

Ainda deu para perceber o ar perplexo dele. Deveria estar a pensar se também isso seria parte do jogo!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

MOTO


Acordo com imensa fome de sexo. O dia está a nascer, é estupidamente cedo. Ela dorme serenamente ao meu lado. Toco-lhe e ela geme qualquer coisa, não parece querer despertar. Percorro-lhe o corpo quente, excita-me ainda mais. Viro-a de barriga para mim, oiço-a gemer, adormecida. As minhas mãos encontram-lhe os seios e despertam os mamilos. A minha boca encontra-lhe o sexo e mergulha nele, sorvendo-o. Ela geme, protesta. Fecha as pernas, quer continuar a dormir e eu faço-lhe a vontade.

Levanto-me, tomo um duche rápido, bebo um iogurte.

Calças, blusão, luvas, via verde, capacete – vou levar a minha bad girl até à praia.
Sorri para mim assim que me vê, já sabe que vai passear. É pesada, possante e brilhante, depois de a ter conseguido dominar, mostra-se super fiável, é um prolongamento de mim, um instrumento que me faz andar mais rápido.

Faço-me à auto-estrada, sinto o frio a entrar-me pelos tornozelos, devia ter calçado as botas. Tenho a estrada quase toda só para mim. Fico com a sensação de que estou no mesmo sítio, é a estrada que se move, eu apenas tenho de me inclinar ligeiramente para curvar melhor.
Sinto-a vibrar no meu sexo pulsante e a minha fome aperta. Felizmente o destino está próximo. Nunca mais me atrevi a voar a alta velocidade desde “o acidente”. Ter-me esfolado completamente ficou bem marcado no meu corpo e serviu-me de lição – a partir daí sempre blusão e calças de protecção, e nada de distracções – máxima concentração na condução.
Chego finalmente ao meu lugar preferido, no cimo da arriba com o mar aos pés, rodeada de pinheiros. Estaciono-a virada para o mar, não lhe desligo o motor, quero senti-la a vibrar debaixo de mim, enquanto abro a braguilha e enfio sofregamente a mão no interior das calças, numa tentativa de pacificação com o fogo que me consome as entranhas.

Ligo o mp3, estou a ouvir Metallica, Ride the lightning. Dedilho-me ao som da música, como se fosse uma guitarra. Morro em cada orgasmo, mas não tenho medo porque sei que ressuscito a seguir. Hoje não é excepção. Ou talvez seja, porque embora já o tenha feito aqui neste preciso lugar várias vezes, hoje sinto-me melhor, consigo sentir-me melhor. Venho-me sem pudores, primeiro com uma vibração suave ajudada pela moto, depois estremecendo ao sabor das contracções que me invadem o corpo, percorrido por pequenos choques eléctricos.

A música termina e é então que eu oiço o som suave e preciso, característico de uma moto. Mas não é uma moto qualquer. Olho para o lado e está assustadoramente perto, paralela à minha – uma Honda VTX 1800 T, 106 cv, motor v-twin, preta, linda, a moto dos meus sonhos! – montado nela está um tipo grande, negro da cabeça aos pés, e também ele geme agarrado ao seu membro proporcional, extraordinariamente negro.

Ainda bem que não tirei o capacete! Mesmo assim, ele consegue ver-me os olhos porque a minha viseira é transparente, e consigo ver os dele porque levantou a viseira. São claros, cristalinos, que contradição curiosa!

Esta visão excita-me tremendamente e volto a enfiar a mão para me sentir a ferver. Com a outra mão disponível, abro o fecho do blusão e revelo-lhe o soutien preto que contrasta com a brancura da pele. Vejo-o aumentar o ritmo. Revelo-lhe os seios e os mamilos rosados entesam-se ainda mais em contacto com o frio matinal, num arrepio pós-orgásmico. Coincidência ou não, estou a ouvir Skunk Anansie baixinho, com os gemidos dele de fundo.

O cavaleiro negro vem-se para cima do depósito da Honda. Está satisfeito, tanto quanto me é dado a perceber pelo olhar e pela expressão corporal. Parece atrapalhado, à procura de qualquer coisa para limpar a moto. Saco de um lenço de papel da mochila e estendo-lho. Não nos chegamos a tocar. Enquanto ele procede à limpeza, eu manobro a moto e zarpo dali. Ele não tarda a seguir-me, e agora? Ele sabe a minha matrícula, eu vejo a dele pelo retrovisor. Quem será ele? Será que valerá a pena conhecê-lo melhor? Será que ele também tem alguém à espera na cama? A minha linda não vai acreditar… Despisto-o ou deixo-o seguir-me? Até onde vai o limite?


Foto: CORBIS editada por mim

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Brindemos



Transparente, ligeiramente rosado. Saltita da garrafa para a flute em alegres golfadas. Fshhh… efervesce. Tem um cheiro suave e espumoso. Rodo o copo por entre os dedos e levo-o aos lábios. É fresco. Faz cócegas, mistura-se com a saliva e dança com a língua numa celebração de alegria.
Escorrega agridocemente pela garganta, sinto a dormência por detrás das orelhas. Ahhh… sacia.
Brindemos a ti, Felicidade!


Foto: CORBIS editada por mim