quinta-feira, 15 de novembro de 2018

swingin' (in the rain) 3.2.2 Girassol, primeiro encontro

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Estava um típico dia de inverno, frio e chuvoso. A Yin decidiu ignorar isso e esmerou-se na roupa, decidindo-se por uma saia por cima do joelho e umas botas de cano alto. O Yang estava com as suas calças de ganga de sempre. Por sugestão deles, iríamos ver uma exposição de um artista de referência, com um trabalho muito rico na área da gravura e geometria. Marcámos encontro numa cafetaria perto do museu, fomos os primeiros a chegar. Deu tempo para beber alguma coisa quente e fazer crescer as expetativas. Depois de tanto falarmos, parece que já conhecemos as pessoas, mas nem sempre é assim, por vezes há surpresas. Chegámos a pensar que nos podiam deixar pendurados, mas entretanto avisaram que chegariam atrasados. Algum tempo depois, lá apareceram. E foi empatia imediata, tal como quando trocámos mensagens. A Gira era uma mulheraça, bem mais alta e nutrida que a Yin, mas ela não se sentiu intimidada, sentiu-se mais atraída e desafiada, a tentar perceber se ela lhe acharia piada. O Yang também a achou interessante, principalmente o seu generoso peito. O Sol era bastante mais discreto que ela, com um certo ar de cromo com os seus óculos de sol de aviador em dia de chuva. Tinha algumas afinidades profissionais com a Yin que ela queria esclarecer, pois até este ponto ainda não sabíamos muito bem o que cada um fazia, se bem que o Yang já tinha andado a investigar e descobriu o passado profissional dela através de um currículo e um blog.

Seguimos para a exposição. Estava frio lá dentro, fomos andando com calma, a avaliar o grau de fodabilidade de cada um, enquanto percorriamos a exposição. Algumas partes interativas estavam bem conseguidas, mas o tipo de obra do autor teria permitido mais interatividade, houvesse para isso vontade.Uma parte importante da obra nem sequer estava referenciada no espólio apresentado, o que, segundo a Yin que tinha um livro todo dedicado a esse assunto, era lamentável. Nem sequer na loja de merchandising... O frio foi penetrando cada vez mais, e não sabíamos ainda qual seria a vontade da Gira. O Sol era mais aberto, e deixava perceber que por ele, a coisa poderia aquecer.

Decidimos ir almoçar. Já era um pouco tarde para tal, e não conhecíamos nenhum restaurante ali perto, por isso começámos à procura, um pouco à deriva. O Sol foi procurando referências no seu telemóvel, enquanto a conversa continuava a fluir. Depois de andarmos um pouco a pé na direção errada, fomos parar a um pequeno restaurante familiar e não comemos nada mal, a fome já era alguma. A sala era pequena e estava cheia, fomos aquecendo à medida que enchemos a barriga. As nossas conversas também foram ficando mais quentes. A Gira gargalhava bem alto, uma gargalhada orgásmica que divertia a Yin e também a deixava um pouco embaraçada e corada. Definitivamente a coisa Sol tinha razão, a forma de expressão primordial dela é oral, se bem que naquela altura estávamos longe de conhecer todos os seus dotes... Até sairmos do restaurante, ainda não havia certezas da nossa parte se a vontade dela seria a mesma que a nossa.

Quando chegámos junto dos automóveis, a vontade dela tornou-se mais clara, quando o Sol sugeriu que fôssemos para um motel. A Yin começou a arder. A Gira aceitou a ideia! Que motel? Sugerimos um onde já tínhamos estado com os Enxutos e a Yin ligou para lá. Do outro lado, perceberam que éramos mais do que dois e disseram que só tinham disponíveis quartos para dois, e a Yin, na sua ingenuidade, agradeceu e desligou. Foi a vez do Girassol entrar em ação. Eles costumavam ir a outro motel e sugeriram que fôssemos todos no mesmo carro, ninguém precisava de saber quantas pessoas iriam para o quarto. A discrição dos motéis permite isso mesmo. E lá seguimos os quatro para o quarto.
continua...

terça-feira, 30 de outubro de 2018

swingin' (in the rain) 3.2.1 Girassol


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Começava a fazer frio quando fomos convidados para lanchar na casa dos Vizinhos e percorremos a pé as duas centenas de metros que separam as nossas habitações. Continuámos a trocar ideias e a Vizinha estava com curiosidade para conhecer o clube. Combinámos uma ida. Ainda na casa deles, o Yang mencionou uma mensagem recebida de outro casal, mas a Yin não prestou atenção, pois queria dedicá-la aos Vizinhos.

Quando chegámos a casa, a Yin inteirou-se da troca de mensagens com o Girassol e respondeu ao mail enviado. Gostámos da abordagem. Trocámos mais mensagens, começámos a comunicar via whatsapp. Foi o Sol que se meteu connosco através do site do swing e avisou que a Gira era mais de falar pessoalmente, mas ainda assim fez um esforço e aderiu à aplicação para poder falar connosco. Ele escrevia pelos cotovelos, ela era bem mais comedida. Ficávamos horas e horas a conversar até às tantas, ele leu os relatos de aventuras passadas e reviu a postura deles em algumas coisas. Começámos a frequentar o mundo do swing praticamente ao mesmo tempo, mas nunca nos tínhamos cruzado. É mesmo assim, as coisas acontecem quando têm de acontecer. Encontrámos muitas coisas em comum, outras diferentes, como seria de esperar. Combinámos encontrar-nos cerca de uma semana após termos começado a trocar ideias. Foi uma longa semana, em que passávamos os dias a trocar mensagens, fotos, provocações, principalmente com ele. Ficámos bastante curiosos para saber como seria ela, que até então permanecia bastante reservada e misteriosa. Com um bebé, era compreensível que não nos pudesse dedicar grande atenção. A vontade de os conhecer pessoalmente foi crescendo até que finalmente chegou o dia.

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domingo, 30 de setembro de 2018

swingin' (in the rain) 3.1: Vizinhos


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O outono trazia fins de tarde dourados e frescos a temperar o calor do verão quando recebemos mensagem de um casal conterrâneo através do site swing. Estávamos um pouco escaldados em relação a casais geograficamente próximos, mas sabemos que existem sempre exceções à regra, pelo que acedemos a um encontro no sítio do costume. Já estávamos em cima da hora marcada, pelo que enviámos uma mensagem a avisar quando íamos a caminho. Não recebemos resposta. Como estavam a demorar, decidimos dar um passeio para desfrutar o fresco e perguntámos se demoravam. Nada. Começámos a pensar que nos iriam deixar pendurados, mas decidimos aproveitar aquele fim de tarde para caminhar um pouco. A várzea era um quadro de folhas caídas à luz do pôr-do-sol que rapidamente dava lugar ao lusco-fusco.

Passado algum tempo, recebemos mensagem a dizer que estavam a chegar. E realmente não demoraram. Desfizeram-se em desculpas, tinham encontrado alguém conhecido que já não viam há muito, nós tentámos tranquilizá-los, apesar de admitirmos que nos tinha passado pela cabeça que tínhamos levado tampa.

A conversa foi-se desenvolvendo, ficámos a saber que moravam mesmo muito próximo de nós, umas ruas acima. Disseram-nos também que eram meros curiosos, que nunca tinham experimentado, mas ela gostaria de estar com uma mulher.

Houve uma empatia imediata, a Yin gostou bastante da vizinha, que apesar de se descrever como anti-social, pareceu-nos bastante comunicativa. O Yang também lhe achou piada. O Vizinho era calmo, metido com ele, parecia disposto a tudo o que a sua mulher quisesse experimentar. Temos sempre muito cuidado com casais que se iniciam nestas lides, deixando espaço para desenvolverem ideias e desejos. Não seria diferente com estes nossos vizinhos.

Eles tinham compromissos e foram embora. Nós ficámos mais um pouco a apreciar o anoitecer daquele dia.

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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

11!

É uma idade respeitável para um blog. Ou talvez seja ridículo ainda existir. Seja como for, está aqui. Há onze anos. E, se não acontecer nenhum imprevisto, continuará a existir enquanto for cumprindo o seu propósito: inquietar pessoas. Provocá-las. Mesmo que seja só uma, uma vez por ano. Tem valido a pena. Mesmo!

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Tortura de Prazer - final

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          Ele ignora a arma, pega nela ao colo e beija-a no pescoço, aperta-a com força a sorver-lhe o cheiro frutado e o calor que o deixa doido, desvia alguns objetos em cima da secretária e senta-a. O frio da superfície metálica sabe-lhe bem no rabo a ferver mas rapidamente fica quente. Ele continua a beijá-la e acaricia-lhe o corpo, detendo-se nos seios e no rabo, fazendo o caminho mais longo até chegar ao sexo. Deita-a e estimula-a, empenhando-se em cumprir a promessa que lhe fizera há pouco: pressiona-lhe o clitóris devagar, penetra-a com dois dedos, entrando e saindo a sentir-lhe a humidade quente, a pele suave a intumescer, a contrair-se e a expandir-se. Usa essa humidade para lubrificar-lhe o ânus e vai testando a resistência à sua entrada lentamente, até não sentir nenhuma. Continua a trabalhar com os outros dois dedos no interior dela, a chamá-la, a tocar-lhe naquele ponto que a leva a entrar em erupção até a lava escaldar a pele. Desta vez é ela que pede:
          - Fode-me! - ele não se faz rogado, pega noutro preservativo e penetra-a suavemente, até ela pedir com mais força. Ele acede ao pedido até ela se vir com estrondo e depois abranda um pouco, não quer vir-se já, sai de dentro dela e pede-lhe para se virar. Ela cede e ele volta a entrar por trás, a sentir o rabo bem torneado dela contra a sua pélvis, novamente até à vertigem.
          Depois de saciados os apetites de ambos, começam a pensar em conjunto como sair daquela situação absurda. Nenhum dos dois consegue racionalizar o que se está a passar, até porque a situação é completamente irracional, mas precisam urgentemente de encontrar uma solução.
          Ela quer usá-lo como escudo para sair dali. Ele sabe que vai ser arriscado, que vai ter problemas, mas decide ajudá-la. Precisa que ela o ajude também, precisa que ela partilhe informação. Depois da experiência que viveram e da cumplicidade gerada, conseguem chegar a acordo. O conflito que os separa foi também o que os uniu e isso dá-lhes outra perspetiva sobre o ridículo da situação. “Make love, not war”, a foder é que nos entendemos, eles compreendiam agora. Mas o mundo à volta quer lá saber da compreensão deles... E é essa compreensão que os faz sair daquela sala, com a perfeita consciência de que podem muito bem não voltar a ver a luz do dia. Mesmo assim, será um dia memorável.


Agradecimentos especiais a Pole Man e Girassol pela consultoria técnica ;)


Madonna, Die Another Day

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

swingin' (in the rain): os curiosos revisitados #2

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Sem aviso, eles começaram a despir-se e a abocanharem-se um ao outro. Foi algo surpreendente, da outra vez que estivémos juntos, foram elas que começaram a despir-se enquanto eles estavam sentados no sofá, desta vez aconteceu precisamente o inverso. Estiveram assim um bom bocado, com elas a observar sem intervir, até que eles as chamaram.

A Yin manipulava o sexo do M., com as mãos e com a boca e fê-lo até ele se vir, na esperança que depois ele ficasse quietinho, mas não ficou. Decidiu retribuir-lhe. Primeiro enfiou-lhe os dedos nos dois buraquinhos da zona genital. Ela não achou muita piada à forma bruta como o fez, mas não estava fácil de ele entender. Depois decidiu abocanhá-la enquanto a penetrava com os dedos. E insistiu bastante tempo, com convicção. Ela continuou a não achar muita piada. É fodida, esta Yin. Ou melhor, ela até tinha alguma curiosidade em experimentar o que seria ser fodida pela pilinha que andou a segurar, mas pelos vistos eles continuavam numa onda soft, nada de penetrações com pilinha em mulher alheia.

Algum tempo depois, o M. adormeceu nu no cadeirão e nós tapámo-lo para não arrefecer. Ao contrário da primeira vez que nos encontrámos, apesar de ser a mesma época do ano, estava bastante mais frio. Ficámos até quase manhã a conversar, a Yin foi a primeira a ceder ao sono, o Yang e a F. continuaram com conversa da treta.

Da primeira vez que nos encontrámos, tínhamos uma caminhada de manhã cedo, dormimos pouquíssimas horas e fomos. Desta vez a Yin tinha uma ação de voluntariado para fazer, mas programou uma sms para a manhã seguinte a dizer que a noite tinha sido complicada e não iria. Não era mentira, não estava mesmo em condições, mas sentiu-se um bocado culpada.


Passado algum tempo, convidaram-nos para ir a um bar swinger na terra deles que tinha aberto há pouco tempo. Era um conceito diferente do que temos frequentado, propunha-se a estar aberto todos os dias. Isto fez-nos pensar que seria um sítio porreiro para os nossos amigos que trabalhavam ao fim-de-semana. Fazia parte da casa dos donos, um casal diferente do habitual. Ele um nortenho enorme, tatuador; ela pequena mas lutadora feroz contra um cancro. Mostraram-nos o espaço, que não era muito grande, uma zona inferior, tipo lounge, com mesas e puffs e almofadas e bar. No vão da escada, fizeram um pequeno quarto privado sem janelas, que só tinha espaço para uma maca. Tentámos imaginar como seria estarem ali quatro pessoas a transpirar, o Yang disse que teriam de ser etíopes muito elegantes, para não dizer esfomeados. A parte superior era um espaço amplo, com um pequeno estúdio de tatuagens. Provavelmente o único estúdio swinger, uma vez que ali só entravam pessoas do meio. Outro tipo de clientela, segundo o dono, era atendido ao domicílio. Ela explicou que tinham ideias de fazer ali mais alguns espaços privados.

Ficámos no rés-do-chão, só estava lá mais outro casal que nos foi apresentado, mas com quem não falámos muito. Mantivémo-nos os quatro à volta de uma mesa, a conversar a noite toda sobre leituras e experiências, o percurso deles no swing, o nosso. Falaram-nos de um motel onde tinham ido que nos pareceu paradisíaco: o quarto tinha baloiço, jacuzzi, champanhe… falaram-nos do que fizeram por lá e que era um sítio interessante para irmos os quatro. Ficámos a pensar nisso enquanto rumámos a casa.


~ FIM DO SEGUNDO VOLUME ~

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Tortura de Prazer - parte 4

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Ela resolve guardar a faca no bolso do casaco e volta a sentar-se ao colo dele, desta vez pele com pele. Ela está seca e quente, ele frio e molhado. Mas aquele contacto produz inesperadamente um efeito intumescente no sexo dele e um calor abrasador no dela. Chega-se um pouco mais perto, passa-lhe as mãos algemadas para trás do pescoço até o rosto dele ficar entre as suas mamas. Ele fica a respirar aceleradamente o calor da pele dela e deseja ardentemente não ter a boca tapada para poder morder-lhe os seios. Esse pensamento, juntamente com a incandescência do sexo dela, provocam-lhe uma forte erecção, que lhe intensifica a dor nos testículos e o faz gemer. Ela olha para o sexo dele junto do seu. Respira fundo. Pensam ambos em uníssono: "o que é que me está a acontecer?!"

Claramente, aquilo tinha ido longe demais. Ambos sabiam que não era boa ideia misturar aquele tipo de trabalho com prazer. Mas se tinham chegado até ali, também não seria agora que iria parar. Ela olha fundo nos olhos dele, de dedo na boca, pensativa:

- Se eu te tirar a fita, portas-te bem? - ele acena positivamente. Ela arranca suavemente a fita da boca dele. Ele tosse e recompõe a respiração. Ela passa-lhe o polegar pelos lábios, mantendo-lhe a faca junto ao rosto, mas ele apenas lhe roça ao de leve os seios com os lábios. Ela sente um arrepio, e desta vez é dos bons. Chega-se mais perto, sente o sexo dele duro contra o seu, doido para entrar nela, enquanto ele lhe mordisca os seios. Como é que alguém capaz de tanto terror consegue provocar tanto tesão? É inexplicável, incompreensível, uma questão de pele, talvez. Química aplicada.

- Fazes-me isso aqui em baixo? - pergunta-lhe ela, apontando para o sexo.

- Libertas-me? - tenta ele. Ela ri-se. Pega numa toalha e estende-a no chão húmido. Segura nas costas da cadeira e inclina-a devagar até chegar ao chão. Ajoelha-se e senta-se em cima da boca dele. Ele trabalha com afinco, apesar do desconforto da posição, primeiro nas virilhas e nos lábios, depois no clítoris, a seguir morde-a devagar e penetra-a ritmadamente, enquanto ela se mexe e contorce e dedilha de cócoras, até se vir uma e outra vez. Depois vira-se e retribui-lhe o gesto sem pressas, enquanto ele continua a lambê-la. Beija-lhe os testículos avermelhados e alivia-lhe a dor que provocou há pouco. Abocanha-o e engole-o até à base, sente-o estremecer todo até ele lhe suplicar:

- Fode-me. - Ela demora-se um pouco mais, provocando-lhe uma doce mistura de dor e prazer. Tenta voltar a subir a cadeira, mas é demasiado pesada. Pega numa corda, amarra-a às costas da cadeira, fá-la passar pelo gancho pendurado e usa todo o seu peso para a erguer. Vai buscar o preservativo caído no chão, colocando-o no devido sítio e enterrando o membro duro dentro de si, numa lentidão torturante, enquanto ele continua a mordiscar-lhe os seios. O encaixe é perfeito, têm ambos a noção de que aquilo não é normal, é bom demais, o clichê absoluto, parece que foram feitos um para o outro. “Que loucura…”, pensam, enquanto gemem extasiados até ele se vir.

Torturar com prazer... aquilo só podia ser de génio, ou então o maior erro de sempre. A segunda hipótese parecia mais plausível.

- Se me libertares, vou fazer-te escorrer de uma maneira que nunca mais te vais esquecer. - Tenta ele novamente. Muito tentador, mas ela não cede. Sorri e beija-o levemente na boca.

- Ajuda-me a sair daqui viva e eu retribuo-te o prazer… Onde estão as chaves destas algemas?

- As chaves destas abrem essas.

Ela abre as suas algemas e atira-lhe a chave para abrir as dele, que aproveita para vestir as calças molhadas e desamarrar as pernas, sob o olhar atento dela e da arma que continua a empunhar. Ela veste finalmente o casaco e arregaça as mangas enormes, o casaco dá-lhe pelo meio das coxas, fica cómico, mas ela deixa-o provocadoramente aberto. Ele levanta-se e detém-se uns segundos a olhá-la. Depois dirige-se para ela com uma urgência que a assusta. Será que acabou de cometer um erro fatal?


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terça-feira, 3 de julho de 2018

Trocas e Baldrocas...



"Ninguém pode se intrometer na intimidade de um casal. Entre quatro paredes vale tudo, se houver consentimento das quatro pessoas." Haja entendimento!

sexta-feira, 15 de junho de 2018

swingin' (in the rain): os curiosos revisitados #1

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Estávamos no final do verão quando o M. dos Curiosos abordou o Yang perguntando se nos poderíamos encontrar, pois tinha novidades. Desde o casamento deles há uns anos que não os víamos pessoalmente, mas fomos mantendo o contato à distância.

Convidámo-los para jantar cá em casa. Gostámos de os rever, pareceram-nos mais seguros e tranquilos. Já tinham passado cinco anos desde que nos encontrámos sexualmente pela primeira vez, e eles continuavam muito bem, mesmo apetecíveis. Depois de a F. ter tido a segunda criança, continua em boa forma.

Estávamos curiosos para saber qual seria a novidade. Falaram de um novo projeto profissional que sabíamos ser a paixão dele e ela também estava farta da sua carreira e queriam apostar tudo nesta ideia. Por alguns momentos a Yin pensou que nos iriam pedir dinheiro emprestado, mas estava enganada. Eles estavam genuinamente felizes com esta ideia e queriam simplesmente partilhá-la connosco. Sabíamos que era um projeto arriscado, mas felicitámo-los e demos os parabéns pela coragem. Afinal de contas, são os sonhadores que movem o mundo, e nós só poderíamos desejar-lhes toda a sorte e perseverança do mundo para que tudo desse certo.

Enquanto o jantar grelhava, fomos falando disto e depois do jantar bem regado, o Yang e os curiosos continuaram no vinho tinto. A Yin ficou-se por uma sidra, nada que lhe subisse à cabeça. Mas os outros três estavam claramente noutro comprimento de onda. Ela observava onde aquilo os iria levar, havia uma espécie de vontade envergonhada de voltar a reviver momentos passados, de saber como teria sido a evolução destes cinco anos. Conversámos bastante sobre isso, sobre os desentendimentos deles em relação ao swing. Agora pareciam estar mais resolvidos.

A M. fica muito engraçada quando bebe uns copos, começa a falar com um sotaque africano que deve ter sido herdado das irmãs. É muito cómico ouvir uma branquela falar assim. A Yin ficou deliciada a ouvi-la, ela contou a sua história de vida, abriu-se completamente, enquanto os homens cirandava à volta delas. A Yin desejou várias vezes que estivessem apenas elas, para poder ficar só a ouvi-la e falar também, mas não teve essa oportunidade. O Yang estava chato, a pedir para a M. se despir. Ela teve imensa paciência para o aturar, e lá lhe mostrou as mamas. Continuam bonitas. Ela também queria despir a Yin, que tinha múltiplas camadas de roupa, e despiu-lhe as leggings. Comentou que o exercício físico lhe deixava os músculos delineados. Falou-lhe sobre a kundalini e mostrou-lhe onde estava, essa energia adormecida na base da coluna, à espera de despertar. A Yin ficou intrigada com aquilo e havia de pesquisar sobre o assunto mais tarde.

Entretanto, o M. foi à casa de banho e a F. foi atrás. A Yin comentou que o Yang nunca a tinha deixado vê-lo a fazer chichi e pegar na mangueirinha dele. A F. propôs que o M. a deixasse fazer isso e ele aceitou! Ela ficou bastante contente e lá foi para a casa de banho com ele, segurar-lhe na mangueira a dirigir o jacto para a sanita. “Não apertes!”, dizia ele, enquanto ela o segurava, histericamente. Aquilo foi uma fantasia realizada, e com isso percebeu que se trata realmente de material delicado e que é difícil não salpicar a sanita toda a mijar em pé, principalmente quando se é alto.

Pouco depois o M. despiu-se e apareceu apenas com uma boa de penas pretas à cintura, que estava na nossa gaveta de brinquedos. A F. ainda se lembrava da Gigi, da apresentação e introdução que a Yin lhe havia feito. No entanto, ela não a quis, ela queria conversar e fazer cenas criativas. Disse que a Yin estava triste ainda antes de ela se aperceber. A F. tem uma espécie de sexto sentido, alguma mediunidade. Na verdade, a Yin estava com uma enorme dor de cabeça e a F. massajou-lhe as têmporas, a junção dos maxilares, as órbitas, as sobrancelhas, a cana do nariz… fez pressão numa série de pontos com carinho, delicadeza e precisão. A Yin sentiu um alívio imediato e duradouro. Depois passou para os pés. Observou e massajou. Ela entende de reflexologia e confirmou o diagnóstico que outra pessoa já tinha feito à Yin e acrescentou alguns pormenores. A Yin ficou impressionada com a precisão dela. Também apreciou os seus graciosos pés de bailarina, a flexão plantar generosa e elegante, que não se comparava com a dela, quase inexistente. Isto tudo enquanto os outros dois cirandavam à volta delas.


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quarta-feira, 6 de junho de 2018

pontaria humorística





" Se eu vou escarrar para aquilo, nem amanhã de manhã eu posso acertar! "
Épica.
Beatriz Gosta de arrasar!
"Loukitcha"...


terça-feira, 15 de maio de 2018

Tortura de Prazer parte 3

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- Ahahaha! Boa tentativa. - Afasta-se, pousa a faca na secretária e traz um preservativo. É a oportunidade que ela estava à espera. Quando ele avança distraído a abrir o invólucro, ela usa o impulso do ponto fixo entre as mãos, salta e pontapeia-o com toda a força, acertando-lhe no peito, o que o faz cair para trás. Solta o mosquetão que lhe prende as algemas em cima e solta a venda. Ambos voam para a arma em cima da mesa, mas ela ganha a corrida e aponta-a na direção dele, que é bem maior do que ela supunha:
- Não tentes fazer nenhuma parvoíce, se fizeres um gesto que eu não ordene, levas um tiro no pé e por cada disparate, vou subindo. - Ela vira o bico ao prego e devolve-lhe exatamente o mesmo discurso que ouviu. Vai usá-lo para sair dali, mas antes, quer pagar-lhe da mesma moeda.
- És uma mulher morta. - diz ele calmamente, obedecendo-lhe.
- Não me subestimes. - Ela procura um par de algemas e encontra-o numa gaveta, bem como um rolo de fita cola. 
- Vais amarrar - diz ela num tom de voz firme que ele ainda não conhecia, a apontar-lhe a arma: - os pés a esta cadeira!
- Vais arrepender-te, puta - ela arremessa o rolo de fita-cola que lhe acerta nos testículos, fazendo-o encolher-se de dor. 
- Para a próxima é um tiro. Tira as meias e manda-as para aqui! - Ele não está a gostar nada do rumo daquilo, mas decide obedecer antes que ela se lembre de atirar alguma coisa mais destrutiva. Ela descalça as botas, tira as meias húmidas, revelando as unhas pintadas de vermelho. Cheira-as e faz uma careta com a língua de fora. Cheira as dele, faz uma careta sem língua de fora e calça as dele, quentes e secas.
- Usa a fita para amarrar os pés à cadeira e é bom que o faças bem feito. Ele tenta não dar muitas voltas, mas ela está a inspecionar o trabalho dele:
- Mais uma volta, e outra, mais outra… - até dar o trabalho por bem concluído. A seguir, atira-lhe as algemas: 
- Algema-te! Prende os braços atrás das costas da cadeira! - ele segue as instruções sem piar. Ela aproxima-se de arma em riste para inspecionar o trabalho de perto. Parece estar tudo bem. Agarra na fita-cola e tapa a boca dele. Cobre-se com o casaco dele que estava nas costas da cadeira, mas curiosamente, já não tem frio. 
Guarda a arma no bolso do casaco e vai buscar a faca. - Agora é a minha vez. - Ela sorri pela primeira vez desde que ali está. É um sorriso desafiante, extremamente sedutor e maquiavélico. Passa-lhe a faca por cima da fita cola e desce pelo queixo até ao pescoço, fazendo pressão na jugular, deixando um pequeno corte superficial. Facas não são o seu forte, e com as mãos algemadas, ainda menos.
- Ups. Desconfortável, não é? - Dirige a faca para o peito e começa a cortar-lhe a camisola. Não é tão fácil como parecia, ainda mais com as mãos presas, mas ela lá consegue desvendar-lhe o torso e os ombros. Na verdade o Major não é jovem, mas também não é velho. Está em forma, os músculos têm alguma firmeza e definição. Ela diverte-se a deslizar a lâmina entre os pêlos do peito dele e observa atentamente a marca vermelha que as suas botas ali deixaram. Sorri e olha-o nos olhos, a curtíssima distância. Ele tem olhos claros e cativantes, quem diria que eram olhos de um torturador? Mas os dela também não parecem olhos de má pessoa, são muito vivos e expressivos, e no entanto ali está, completamente extasiada com aquele poder. 
Dirige-se com a faca para a braguilha. Ele ainda a tem aberta e o cinto está desapertado, mas o sexo já não está duro. Continua dorido do rolo da fita. Um objeto insignificante, mas levar com aquilo nos testículos quando se está intumescido, dói que se farta. Ela sai de cima dele, desaperta-lhe o botão das calças e ordena-lhe:
- Levanta o cu! - enquanto ele o faz, ela puxa-lhe as calças e os boxers para baixo. Pega na mangueira e dá-lhe um banho com a pressão no máximo, insistindo no sexo. Entra-lhe água pelo nariz, engasga-se e tosse. Ela pega novamente na faca e dirige-se para ele. Para o sexo dele. Começa a passar ao de leve, como ele lhe fez e sente-o encolher-se. Sorri, ao sentir a respiração dele acelerar. Continua mole. 
- Não é nada entesoante estar desse lado, pois não, meu cabrão?


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domingo, 29 de abril de 2018

Swingin'(in the rain): os Músicos #6

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Fomos para casa e no dia seguinte eles convidaram-nos para irmos ter com eles
a uma quintinha da família do Músico, convite que nós aceitámos, apesar de ser
um pouco longe.
Mas não nos arrependemos, foi muito bom voltar a estar com eles, num contexto
completamente diferente. Sabíamos que não éramos os únicos na quinta, por isso
estava fora de questão uma abordagem sexual. Quando chegámos a tarde já ia a
meio, mas ainda fomos a tempo de conhecer um pequeno paraíso: uma represa
usada para rega e também para banhos. Levámos a prancha da Yin e o kayak do
Yang, estivemos os quatro a tomar banho e a remar na água, rodeados de beleza
tranquila e silêncio, apenas quebrado pelos nossos risos. O cão ainda foi convidado
para cima da prancha, mas não foi na conversa. A Yin arriscou tirar a parte de
cima do bikini, quando a vontade dela era despir-se toda, mas fomos alertados
para que poderia vir alguém e não queríamos que eles ficassem mal vistos
com amigos tão… despudorados.
Ficámos por lá até o sol descer e a sombra se apoderar das margens. A Yin e a
Música foram a pé até à casa com o cão, ele gostava bastante de passear no
campo, na cidade não tem tantas oportunidades de molhar as patitas na água
enlameada das rigueiras. Aproveitaram para conversar um pouco ao pôr-do-sol
entre plátanos e choupos. Sentia-se aquela nostalgia de fim de verão, quando os
dias começam a ficar mais curtos e só apetece aproveitar ao máximo.


Tomámos banho e jantámos um delicioso peixe que a Música cozinhou no forno
e foi com muita pena que tivémos de ir embora, pois no dia seguinte o trabalho
esperava-nos. Ficámos com imensa vontade de lá voltar.

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quarta-feira, 25 de abril de 2018

Dança XXIV: apneia subaquática



"Elle ne filme que sous l'eau. Julie Gautier, réalisatrice immergée, signe un nouveau film, "Ama", dédié à toutes les femmes : "J’ai voulu mettre dans ce film ma plus grande douleur en ce monde. Pour qu’elle ne soit pas trop crue je l’ai enrobée de grâce. Pour qu’elle ne soit pas trop lourde je l’ai plongée dans l’eau." Découvrez un extrait de deux minutes dans cette vidéo, et retrouvez le film en intégralité sur sa chaîne Viméo "Les films engloutis".

A Água permite uma diferente gramática do movimento. A dança é quase um voo, um poema fluído.
Sublime.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Tortura de Prazer - parte 2

continuação daqui

A adrenalina dispara-lhe no sangue e a bexiga cheia está prestes a rebentar. Tem de se aliviar com urgência, como se estivesse mijadinha de medo. Uma humidade quente começa a escorrer-lhe pelas pernas abaixo ensopando as calças e as meias. Sabe-lhe maravilhosamente bem aquele alívio, mas não o quer demonstrar. Baixa a cabeça, morde o lábio e começa a choramingar:
- Não sei, não sei, por favor, eu não sei de nada! - Ele ri-se. Ela consegue ouvir-lhe a respiração calma, sentir um cheiro intenso, almiscarado do corpo dele, com rumores de after shave. Quase afável. Chega-se ao ouvido dela e sussurra:
- Fraquinha… - um arrepio percorre-lhe a espinha e fá-la estremecer. Ela parece realmente pequena e extremamente vulnerável. Ele ri-se para dentro e pensa “eu vou gostar disto”:
- Mijaste as calças, vou ter de te castigar…
Ele começa a desapertar-lhe o cinto e ela debate-se. Ele saca de uma faca, encosta-a ao pescoço dela e fá-la gelar. Tem os braços dormentes, já não sente o desconforto das algemas e continua sedenta, mas intacta.
- Vamos lá ver, estou a perder a paciência, e quando eu perco a paciência fico bastante violento. - Começa a cortar-lhe as calças e a camisola com a faca, demonstrando uma precisão cirúrgica deixando-a de botas e roupa interior, sem um único arranhão. Ela está em forma, tem um corpo bem feito e curiosamente, parece menos frágil sem roupa. Ele volta a sussurrar-lhe ao ouvido:
- Se não falas, vou ter de estragar este teu corpinho… - toca-lhe com o dorso da lâmina na jugular. Consegue ver-lhe a pulsação acelerada a palpitar a artéria e começa a descer para o ombro, cortando uma alça do sutiã, depois a outra, depois desce pelo centro do peito e com um gesto rápido, descobre-lhe as mamas, mostrando o quão afiada está a faca. “Magníficas mamas, pequena mas bem dotada”, pensa ele. Afasta-se um pouco para a contemplar e recuperar o fôlego, aquela visão excita-o e precisa manter a postura. Volta ao ataque, percorrendo-lhe os seios com a lâmina, até parar num mamilo espetado pelo frio:
- Vai ser uma pena ficares sem este mamilo... -  A respiração dela acelera, faz o peito subir e descer e tenta controlar-se para não ser ferida pela faca. - Depois se continuares a não colaborar, a mama toda... - Tortura 101, um clássico. Mais uma vez, lembra-se do treino, da parte psicológica. As lágrimas começam a ensopar-lhe a venda e a escorrer-lhe pela face. Mas continua intacta. A ponta da lâmina percorre-lhe o corpo, como uma carícia quase imperceptível, não fosse tão gelada. Ele usa as costas do fio para fazer mais pressão sem a cortar.

- Vamos lá livrar-nos dessas cuecas mijadas - com dois simples cortes e um puxão, ela está nua à sua frente, apenas conserva as botas. Ele cola-se às suas costas e ela consegue sentir-lhe a erecção contra o rabo, por baixo das calças. Ele vai descendo com a faca do peito para o ventre, percorre o monte de vénus e pára à entrada da fenda:
- Não queres que te mutile aqui, pois não? - Ela percebe que ele está a brincar com ela, a testá-la. Sabe que tem de lhe dar qualquer coisa para ganhar tempo, se quer sair dali com vida:
- Por favor, por favor, eu não sei de coordenadas nenhumas, eu só ouvi um rumor, alguém dizer que não era um lugar geográfico, era um endereço, num servidor qualquer, mas eu não sei o que é, juro! - ela tinha de inventar alguma coisa para ganhar tempo e ele sorri triunfante, parece que vão a chegar a algum lado agora. Liga o rádio e pede:
- Faz-me uma busca por servidores nossos que possam ser suspeitos, escuto.
- Que tipo de suspeição? Escuto.
- Ainda não sei, tudo o que parecer estar fora do sítio. Escuto.
- Isso pode demorar umas horas. Escuto.
- Diverte-te e volta a ligar quando tiveres alguma coisa. Over.
- Posso beber água, por favor? - ele ri-se com a ousadia dela.
- Vais dizer-me mais concretamente que servidor é esse que tu não sabes?
- Se eu soubesse… mas eu não sei de nada, por favor...
- Claro, vou dar-te de beber, os teus desejos são ordens - diz ele num tom claramente jocoso e irado. Pega numa mangueira e rega-a toda. A água está glaciar, congela-lhe a pele de galinha arrepiada, mas consegue beber alguma.
- Pronto, assim também ficas lavadinha e pronta para me contares mais pormenores sobre esse servidor. - a água escorre na pele dela formando pequenos rios que percorrem os montes e vales do seu corpo. Alguns perdem-se em pingos nas extremidades, outros rumam para sul, na busca de uma foz. Ela ouve o som  do fecho das calças dele a abrir devagar…

- Eu não sei mais nada, eu juro, por favor… não me faça mal, eu sou sero-positiva!- Grita ela. Contra-tortura 101. Ele pára de desapertar as calças por um segundo.

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quarta-feira, 11 de abril de 2018

provocação gratuita 104

"Arder con deseo y mantenerlo en secreto es el mayor castigo que podemos traer a nosotros mismos."

Frederico Garcia Lorca
gracias Girassol :D

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Swingin' (in the rain) os Músicos #5

continuação daqui início


Por volta do aniversário da Yin, a Música ia participar num concerto ao ar livre, uma produção que envolvia centenas de pessoas entre músicos e coros. Convidou-nos para assistir e claro, nós aceitámos. Não apenas para a podermos ouvir atuar, como achávamos interessante ouvir aquela musical ao vivo.

Pensámos em ir até um clube a seguir ao concerto. Fomos jantar com o Músico, que não ia participar no concerto e tivemos de nos despachar rápido, pois estava quase na hora. Antes disso tínhamos estado um pouco com ambos e fomos com eles passear o cão pelos arredores de casa, foi um final de tarde bastante agradável, estava um final de verão muito simpático e o cão deles é muito sociável. Chegados ao recinto, já estava imensa gente, ficámos bastante para trás, onde estávamos muito bem sentados, mas o som não chegava nas melhores condições e foi um pouco dececionante ouvir a abertura, já tínhamos ouvido aquilo com melhor qualidade no sistema de som da sala. Mas mais para o final, decidimos ir um pouco mais para a frente, e aí sim, o som fazia-se ouvir em melhores condições e fazia-nos vibrar. Ficámos a aguardar a Música, enquanto o recinto esvaziava. E lá veio ela, com o seu sorriso contagiante, juntar-se a nós. Seguimos para a casa deles, a Yin vestiu-se para sairmos para o clube, mas notou a hesitação da Música em escolher o vestido, pensou que talvez estivesse cansada e não tivesse muita vontade de ir para o clube, falta de vontade essa que se veio a confirmar e se juntou à vontade do Músico e da Yin. O Yang era o único que queria ir, mas não se chateou nada quando os Músicos propuseram que ficássemos pela casa deles. Têm um espaço muito simpático, super prático e simples, a condizer os donos. Fomos para o quarto experimentar uma vela de massagens que tinham trazido das férias. A cobaia desta vez era o Músico, a Yin começou a massajá-lo conforme se lembrava de lhe terem feito no dia anterior uma massagem ayurvédica ao corpo todo que lhe soube lindamente, ainda para mais depois de ter passado a semana a fazer limpezas profundas em casa. Com o corpo dorido, as massagens sabem melhor, e ela esperava conseguir reproduzir os gestos da massagista, contando com a colaboração dos outros dois elementos para irem fazendo a massagem de forma simétrica e simultânea. O músico parecia estar a gostar, conseguimos sentir os músculos no corpo dele e toda a estrutura óssea, nunca tínhamos massajado ninguém tão magro. Depois passámos à Música, tentando reproduzir os mesmos gestos. Ela também parecia estar a gostar. A ideia era não deixar nenhuma parte do corpo por massajar. No final, a Yin dedicou-se mais ao sexo do Músico e o Yang ao sexo da Música. A Yin não tinha tido daqueles mimos no dia anterior. Eles estavam de músculos aquecidos e relaxados, a Música já tinha bocejado algumas vezes, estava quase a dormir. A Yin estava com vontade de ter o Músico dentro dela, quando nos apercebemos que não tínhamos preservativos e por isso ficámos pelas carícias manuais até praticamente adormecermos.


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domingo, 1 de abril de 2018

Tortura de Prazer - parte 1


Um subterrâneo, numa base militar secreta. Numa sala ampla, escura, com uma mesa e cadeiras metálicas, um ralo no chão e várias correntes penduradas no tecto, um Major ordena aos seus subalternos via rádio:
- Tragam-na.
Entram dois guardas com a prisioneira algemada, vendada e encapuzada.
-  Sentem-na. - A voz do Major é clara e firme, quase radiofónica. Ela não consegue perceber-lhe a idade. Não tem voz de velho, mas também não parece muito jovem. - Deixem-nos sozinhos. - Ele levanta-se muito calmamente, tranca a porta e volta a sentar-se. Ela não trazia identificação quando foi capturada, mas identifica-se e eles confirmam a identificação falsa que foi criada para a operação em curso. Está a esforçar-se por manter a calma e memorizar todas as voltas que deu para ali chegar.
Treme de frio dentro da camisola sem mangas. A sua bexiga é um depósito com indicador de cheio ligado há umas horas e a boca está mais seca que areia do deserto ao meio dia.
Tem trinta anos, é pequena e bonitinha. Treinada para situações daquelas, embora nunca tenha passado por nenhuma na realidade. Alerta e expectante.
O Major tira-lhe o capuz devagar, com a delicadeza de quem despe a amada, mas ela continua sem ver nada porque está vendada. Começa a tentar elaborar um plano de fuga, não vai ser fácil com o que tem. Depois de algum tempo que pareceu uma eternidade em que a esteve a estudar, o Major começou a falar:
- Isto pode demorar muito tempo e ser bastante doloroso. Ou pode ser bastante rápido e indolor. Só depende de ti, da tua disposição para colaborar.
- Eu colaboro, tenho pavor à dor. - Ela quer claramente a tentar passar uma imagem frágil de vítima indefesa, o que não é difícil na posição em que se encontra…
- Só precisas de nos dizer as coordenadas.
- Quais coordenadas?
- Assim começamos mal. Não te faças de desentendida, sabes muito bem do que estou a falar.
- Juro que não sei de nada, sou só um sargento, não tenho acesso a informação privilegiada, eu já disse aos outros, não sei por que me capturaram e…
- Deixa-te de merdas - corta ele aumentando o tom de voz. - O teu contacto denunciou-te, estavas no sítio certo à hora certa, por isso é melhor começares a falar.
- Qual contacto? Não sei do que estão a falar, por favor, isto é tudo um mal entendido, eu sou uma simples operadora de comunicações, eu já expliquei o que estava lá a fazer!... - choraminga ela, a fingir aflição. Será que apanharam mesmo o seu contacto ou é apenas bluff? Se sim, o que terá ele dito? Isso agora não interessava, o importante era sobreviver. Na sua cabeça, revê a informação para a fuga.
- CHEGA! - grita o Major, dando um murro na mesa com a agressividade de um felino assanhado, prestes a atacar, que a faz saltar da cadeira: - Assim vai ser mais difícil para ti, mas se é assim que queres… - sorri, levanta-se e aproxima-se dela. Se ela não falar logo, aquilo vai dar-lhe algum gozo:
- Levanta-te e não tentes fazer nenhuma parvoíce, se fizeres um gesto que eu não ordene, levas um tiro no pé e por cada disparate, vou subindo. Ela obedece sem hesitar. Lembra-se do treino, tem de ser maleável, tem de colaborar, tem de os fazer acreditar que não sabe grande coisa. Lembra-se de como fazer para desmaiar quando precisar, mas tenta manter a calma por dentro, enquanto tenta parecer perturbada por fora.
Ele encosta-lhe o cano da arma à cabeça e destrava-a. Ela sente o metal duro e frio contra a têmpora, mas sabe que ele não vai disparar. Não já, não sem antes obter alguma coisa. Mesmo assim, a sua pulsação acelera. Precisa que ele cometa algum erro para sair dali.
- Levanta os braços - ela obedece de imediato e enquanto o faz, desloca ligeiramente a venda, o suficiente para deixar entrar um pouco de luz mas de forma imperceptível para o seu interlocutor. Ele pega na corrente das algemas e encaixa num mosquetão preso noutra corrente, por cima da cabeça dela. Ela começa a vislumbrar o espaço, o mosquetão e a posição dele. A vontade de urinar está a sobrepor-se ao pensamento, está a reter a urina há tanto tempo que começa a sentir contrações na bexiga e nos músculos pélvicos, que até são bastante agradáveis durante uns segundos para logo a seguir intensificarem o martírio.
- Só vou perguntar mais uma vez antes de te começar a magoar: as coordenadas?


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