quinta-feira, 15 de novembro de 2018

swingin' (in the rain) 3.2.2 Girassol, primeiro encontro

continuação daqui início
 


Estava um típico dia de inverno, frio e chuvoso. A Yin decidiu ignorar isso e esmerou-se na roupa, decidindo-se por uma saia por cima do joelho e umas botas de cano alto. O Yang estava com as suas calças de ganga de sempre. Por sugestão deles, iríamos ver uma exposição de um artista de referência, com um trabalho muito rico na área da gravura e geometria. Marcámos encontro numa cafetaria perto do museu, fomos os primeiros a chegar. Deu tempo para beber alguma coisa quente e fazer crescer as expetativas. Depois de tanto falarmos, parece que já conhecemos as pessoas, mas nem sempre é assim, por vezes há surpresas. Chegámos a pensar que nos podiam deixar pendurados, mas entretanto avisaram que chegariam atrasados. Algum tempo depois, lá apareceram. E foi empatia imediata, tal como quando trocámos mensagens. A Gira era uma mulheraça, bem mais alta e nutrida que a Yin, mas ela não se sentiu intimidada, sentiu-se mais atraída e desafiada, a tentar perceber se ela lhe acharia piada. O Yang também a achou interessante, principalmente o seu generoso peito. O Sol era bastante mais discreto que ela, com um certo ar de cromo com os seus óculos de sol de aviador em dia de chuva. Tinha algumas afinidades profissionais com a Yin que ela queria esclarecer, pois até este ponto ainda não sabíamos muito bem o que cada um fazia, se bem que o Yang já tinha andado a investigar e descobriu o passado profissional dela através de um currículo e um blog.

Seguimos para a exposição. Estava frio lá dentro, fomos andando com calma, a avaliar o grau de fodabilidade de cada um, enquanto percorriamos a exposição. Algumas partes interativas estavam bem conseguidas, mas o tipo de obra do autor teria permitido mais interatividade, houvesse para isso vontade.Uma parte importante da obra nem sequer estava referenciada no espólio apresentado, o que, segundo a Yin que tinha um livro todo dedicado a esse assunto, era lamentável. Nem sequer na loja de merchandising... O frio foi penetrando cada vez mais, e não sabíamos ainda qual seria a vontade da Gira. O Sol era mais aberto, e deixava perceber que por ele, a coisa poderia aquecer.

Decidimos ir almoçar. Já era um pouco tarde para tal, e não conhecíamos nenhum restaurante ali perto, por isso começámos à procura, um pouco à deriva. O Sol foi procurando referências no seu telemóvel, enquanto a conversa continuava a fluir. Depois de andarmos um pouco a pé na direção errada, fomos parar a um pequeno restaurante familiar e não comemos nada mal, a fome já era alguma. A sala era pequena e estava cheia, fomos aquecendo à medida que enchemos a barriga. As nossas conversas também foram ficando mais quentes. A Gira gargalhava bem alto, uma gargalhada orgásmica que divertia a Yin e também a deixava um pouco embaraçada e corada. Definitivamente a coisa Sol tinha razão, a forma de expressão primordial dela é oral, se bem que naquela altura estávamos longe de conhecer todos os seus dotes... Até sairmos do restaurante, ainda não havia certezas da nossa parte se a vontade dela seria a mesma que a nossa.

Quando chegámos junto dos automóveis, a vontade dela tornou-se mais clara, quando o Sol sugeriu que fôssemos para um motel. A Yin começou a arder. A Gira aceitou a ideia! Que motel? Sugerimos um onde já tínhamos estado com os Enxutos e a Yin ligou para lá. Do outro lado, perceberam que éramos mais do que dois e disseram que só tinham disponíveis quartos para dois, e a Yin, na sua ingenuidade, agradeceu e desligou. Foi a vez do Girassol entrar em ação. Eles costumavam ir a outro motel e sugeriram que fôssemos todos no mesmo carro, ninguém precisava de saber quantas pessoas iriam para o quarto. A discrição dos motéis permite isso mesmo. E lá seguimos os quatro para o quarto.
continua...