quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

~40

A Catarina defende-o a dizer que ele levou com tudo de repente, coitado, e que faz sentido ele pedir algum tempo para reflectir, mas faz-me à mesma a massagem.
Ela pergunta-me o que é que eu quero, o que é que eu sinto por ela, o que é que eu sinto por ele. Eu meto-me em cada embrulhada!
Eu sou o mais honesta possível com ela, digo-lhe que a amo do fundo do coração, mas sinto-me irremediavelmente atraída por ele, não entendo por que estou apaixonada por alguém que eu não conheço, quando tenho uma pessoa ao pé de mim que me ama, que me quer, não entendo por que é que me sinto tão dividida, a escolha lógica seria ela, mas se ele quisesse ficar comigo… mas eu também não quero que ele fique comigo só por causa do bebé. Isso não ia dar certo. Aliás, eu nem sei se poderá dar certo de alguma maneira, que puta de vida a minha!
“Olha, eu acho que ele vai querer assumir o bebé, e se ele atravessou 4 países para te encontrar sem saber o que o esperava é porque gosta de ti. Eu percebo perfeitamente que sintas confusa, no teu lugar também ficava, mas se ele quisesse ficar com o bebé e comigo, eu não hesitava.”
“E se ele quiser ficar só com o bebé?”
“Tu deixas? Aposto que ias brigar pela custódia do puto só para poderes estar com ele. Mas acho sinceramente que as hipóteses de isso acontecer são remotas.”
Ele liga-me, pede-me para nos encontrarmos e eu digo-lhe para vir ter ao apartamento.
“Bem, desta vez vou mesmo ficar na casa do Peter. Palpita-me que vocês vão ter uma longa noite… vê se não te enervas, ainda tens de aguentar o bebé mais uns tempos!”

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