terça-feira, 22 de dezembro de 2009

~38

Não tive coragem de lhe dizer ao telefone, acho que prefiro falar com ele pessoalmente. Ele não faz mesmo ideia do que se trata, pensa que é algum problema de saúde ou que cometi algum crime e tenho a polícia à perna, ele realmente não me conhece. Se isso acontecesse, ele seria a última pessoa a quem eu ligaria. Tento tranquilizá-lo e dizer que está tudo bem, tento dar-lhe a ideia de que só ele me pode ajudar.

Não estava a conseguir voo para a Dinamarca, os aviões estavam todos cheios por causa do Natal e o mau tempo não estava a ajudar. Mas o que é que seria que ela queria de mim? A minha vontade era ir de carro até lá. Liguei-lhe a explicar a situação, ela disse que podia bem esperar para depois do Natal, mas eu senti o desapontamento na voz dela e decidi fazer a viagem de carro. Faltavam três dias para o Natal, disse aos meus pais que tinha um assunto urgente para resolver, que se calhar não ia poder passar a Consoada com eles. No dia seguinte, estava à porta da morada que ela me tinha dado.

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