quarta-feira, 25 de novembro de 2009

~ 35

Tamos a ouvir Enya, Songs of the Season. Está a chover a potes lá fora e nós tamos as duas no sofá cama, a comer gelado.
“Como é que tu tens pachorra pra me aturar, Catarina?” “Não sei, acho que nós não escolhemos quem amamos, não é?”
Olho para ela e acontece uma cena bué estranha, eu dou-me conta que ela é mesmo linda, toda lambuzada de gelado. É perfeita, é a pessoa mais sensível e inteligente que eu conheço. Não sei porque é que só agora eu me dou conta disto, talvez porque ela sempre deixou bem claro que era hetero e eu sempre prezei a amizade dela, para mim ela era assexuada. Agora, olho para ela sinto uma vontade irresistível de a beijar. Ela percebe que estou a olhá-la de maneira diferente, mas em vez de se retrair, beija-me. Faz-me sentir desejada, o que é estranho para mim com esta barriga enorme. Ela é super carinhosa comigo e eu tento corresponder como posso. O nosso amor platónico passa a ser também carnal e eu não podia sentir-me melhor!...

5 comentários:

Borboleta Endiabrada disse...

Isto está em brasas!

beijinhos endiabrados

Bernardo Lupi disse...

Texto simples e sublime...

Henrique Dória disse...

Não encontro aqui nada de provocador. Mas voltarei.

Vontade de disse...

Os efeitos de um gelado...

Alien David Sousa disse...

Que início tão pequenino, quero mais e avisa se puderes ;)
Saudações aliemígenas