terça-feira, 22 de janeiro de 2008

estererograma


Nunca poderei esquecer o primeiro estereograma que vi. Era um anúncio à TV Grundig 100 Hertz no Público, em 1995, altura em que os estereogramas eram moda. Sentei-me no sofá a tentar perceber como é que aquilo funcionava. Estive uma boa meia hora a olhar para um padrão verde, sem que acontecesse nada de especial, sem conseguir descortinar nada. Aquilo também não tinha instruções, pelo que fui seguindo o que o meu primo que conseguia ver sugeria. Tentei relaxar a vista, aproximar o jornal do nariz e ir afastando aos poucos, tentando focar um plano diferente que não o do jornal em si. Finalmente, a imagem encolheu, as cores vibraram, e consegui ver um plano transformar-se e revelar uma terceira dimensão: profundidade! FANTÁSTICO! O efeito foi tão arrebatador que dei um pulo do sofá e puff, desvaneceu-se. Mas eu li: “100 Hertz”, recortados sobre o fundo verde. Depois de experimentar mais uns bons 10 minutos, consegui ver de novo, desta vez a imagem expandiu-se e os “100 Hertz” saíam para fora. E consegui manter esta visão durante algum tempo, mexendo um pouco o jornal para perceber melhor o efeito tridimensional de dois níveis. Realmente fascinante. É uma forma de enganar o olhar e perceber que é realmente o cérebro que vê.
A partir daí, procurei tudo o que pude sobre estereogramas, para tentar perceber como funcionam e coleccionei um montão deles.

Quando alguém diz “Umm, acho que já estou a ver” é porque não está a ver absolutamente nada. Só quando alguém diz alguma coisa como “Caramba, é incrível!” completamente em êxtase é porque que está mesmo a ver.
E isto é como andar de bicicleta, pode ser um pouco mais difícil quando estamos destreinados, mas nunca se esquece :-)

Deixo então aqui o pequeno desafio que é descobrir o que esconde à vista desarmada este estereograma e o que revela quando visto com o cérebro. Para os principiantes, as instruções estão aqui também, é só clicar para ampliar. O estereograma também dá para ampliar. Boas visões!



Nota: existe um pequeno número de pessoas (cerca de 10%) que não conseguem mesmo ver estereogramas por questões fisiológicas (por exemplo, estrabismo).

23 comentários:

JCA disse...

que confusão para os meus olhos :-(

carpe vitam! disse...

tem lá calma, isto é como no sexo, o que é preciso é relaxar e gozar.

Viajante pelos Sentidos disse...

Hmmm... não conhecia esta coisa!!!
Vou experimentar, mas tenho uma leve sensação de que vou ficar com os olhos em bico!!!

Beijo viajante...

Vitor disse...

Ó ..... rsrsrsrsr os estereogramas são uma coisa castiça...

carpe vitam! disse...

muito castiço, não é? então e consegues vê-lo em alto ou baixo relevo? enfiado para dentro ou saído para fora?

Anónimo disse...

Carpe
O estereograma é de fato fantástico. Demonstra quão pouco conhecemos de nosso cérebro. Para conhecê-lo profundamente ainda vai transcorrer muitas e muitas geraçõs.Mas do que já conhecemos é surpreendente.PARABENS
Bjs
Julio135

Anónimo disse...

não consigo abrir as imagens!:(

Sofia disse...

ó noivo, isso parece-me falta de jeito, mas eu envio-te o estereograma e as instruções para o mail, fica descansado ;-)

Anónimo disse...

É, de facto, um espectáculo. Quase que apetece mergulhar lá dentro. Não revelo o que vi (tiraria o interesse para outros visualizadores) mas vi. Despertou-me a curiosidade. Vou à procura de outros. Parabéns pela provocação!

carpe vitam! disse...

Anónimo(a), estás à vontade para revelar o que vês, a ideia é essa. Aliás, já aqui foi revelado, se reparares bem. Não é por saber o que esconde a imagem que as pessoas vão passar automaticamente a ver. Além disso, interessa-me que cada um fale da sua experiência perceptiva. não é tanto o que se vê que interessa, mas sim como se vê.

Pekenina disse...

Tenho um livro com imensos. É muito giro mesmo.
Beijinho*

Anónimo disse...

é como se olha-se ao espelho e visse o outro lado da imagem.

Alguém Comum disse...

Tinha um livro completo disto.
Mas ao fim de desfocar os olhos duas ou três vezes para então ver, ficava com dores de cabeça...

A alguém o livro emprestei...
esse alguém o levou...
esse alguém se marchou...
Espero que fique com muitas dores de cabeça...

Red Light Special disse...

Ó Ó Ó... não digo!!!
Fico na dúvida se tou a zero "ó" se não percebo é de fontes de computador...
Ó Ó!

Red Light Special disse...

Ahh... e respondendo ao que perguntaste: vejo em alto relevo saido para fora.
:P

Ana disse...

É um nada, é um nada!!! E é um nada recortado para fora! e agora tenho de ir destrocar os olhos...

carpe vitam! disse...

lol! o que eu me divirto a alternar entre prefundidade e relevo! Depois de se encontrar a focagem certa, não custa nada, não faz dores de cabeça, não é preciso entortar os olhos, é só olhar de forma diferente, mais perto, mais longe, mais de frente ou mais de lado, e chega-se lá, ao O...

CASAL CASADO disse...

Adoro isso é O do borogodó, como se diz aqui no Brasil.

Abraços

Anónimo disse...

Isto é relativamente facil de se fazer... eu tambem me lembro desse estereograma dos 100hz da grundig, tinha um padrão verde e saiu numa revista qualquer... a técnica que eu uso, e muita gente acha que não regulo lá muito bem da cabeça.... é simplesmente trocar os olhos e focar dois pontos comuns na imagem... o mais engraçado desta técnica é que é optima para descobrir as diferenças (naqueles jogos das diferenças lol) :)

Experimenta que as diferenças saltam logo á vista :)

carpe vitam! disse...

sim, era em tons de verde! Eu conheço duas técnicas, uma de visão paralela em que se olha para além do plano que parece assim ampliado, e a tua, em que é preciso cruzar os olhos e a visão fica aquém do plano, parecendo mais curta e reduzindo o tamanho da imagem.
Nunca me lembrei de aplicar isso às diferenças, gracias pela dica!
estereogramas originais e muito bons aqui: http://serranaturezas.blogspot.com
;)

Afrika disse...

Ola sua provocadora :D

Consigo sim ver. E' como se um estive-se-mos a ver um enorme campo de repolhos sobre o qual "paira" um enorme O - que bem pode ser de orgasmo LOL

O engraçado de se ver isso num laptop e' que assim que o cérebro identifica a imagem pode-se ir inclinando o ecra, fazendo com que as tonalidades do verde passem de mais claras pra mais obscura ou vice-versa.

Descobri os estererogramas quando andava no 9 ano. Uma das minhas capas, tinha como desenho uns traços de diferentes espessuras a preto e branco que a primeira vista tratava-se só disso, ate que um dia com o olhar meio a descansar (se assim se lhe quer chamar) e completamente alienada do que me rodeava, apercebi-me que afinal havia um certo relevo, embora o relevo que sobre saia não significava nada, o giro era poder ver o plano inferior que se formava, como se houve-se dois níveis de tracejado. Claro que na altura, não comentei nada com ninguém. Pensei que aquilo não passava de algo engraçado que eu tinha provocado ao fixar o olhar no preto. Como quando se fixa o olhar em imagens brancas sobre fundos pretos e depois fixamos o olhar numa parede branca acabamos por ver a mesma imagem só que agora o preto e' branco.

Incrível o corpo humano!

Obg, beijinho

JCA disse...

que sorte... eu vejo umas coisas verdes, mas não têm qualquer relevo, nem saltam para lado nenhum :'(

tenho um qualquer deficit mental que me impede de perceber essa coisa dos estero coisos... devo ser mono coiso...

nem sabes a sorte que tens

carpe vitam! disse...

lololol, Imperator, tu não tens défice nenhum, tens é inveja de quem consegue!

Afrika, eu sou completamente fã de estereogramas, não sei se o que viste foi a imagem em estéro ou o que se chama de "persistência retiniana". vai ao Google e descobre as diferenças ;)