sexta-feira, 15 de junho de 2018

swingin' (in the rain): os curiosos revisitados #1

continuação daqui início

Estávamos no final do verão quando o M. dos Curiosos abordou o Yang perguntando se nos poderíamos encontrar, pois tinha novidades. Desde o casamento deles há uns anos que não os víamos pessoalmente, mas fomos mantendo o contato à distância.

Convidámo-los para jantar cá em casa. Gostámos de os rever, pareceram-nos mais seguros e tranquilos. Já tinham passado cinco anos desde que nos encontrámos sexualmente pela primeira vez, e eles continuavam muito bem, mesmo apetecíveis. Depois de a F. ter tido a segunda criança, continua em boa forma.

Estávamos curiosos para saber qual seria a novidade. Falaram de um novo projeto profissional que sabíamos ser a paixão dele e ela também estava farta da sua carreira e queriam apostar tudo nesta ideia. Por alguns momentos a Yin pensou que nos iriam pedir dinheiro emprestado, mas estava enganada. Eles estavam genuinamente felizes com esta ideia e queriam simplesmente partilhá-la connosco. Sabíamos que era um projeto arriscado, mas felicitámo-los e demos os parabéns pela coragem. Afinal de contas, são os sonhadores que movem o mundo, e nós só poderíamos desejar-lhes toda a sorte e perseverança do mundo para que tudo desse certo.

Enquanto o jantar grelhava, fomos falando disto e depois do jantar bem regado, o Yang e os curiosos continuaram no vinho tinto. A Yin ficou-se por uma sidra, nada que lhe subisse à cabeça. Mas os outros três estavam claramente noutro comprimento de onda. Ela observava onde aquilo os iria levar, havia uma espécie de vontade envergonhada de voltar a reviver momentos passados, de saber como teria sido a evolução destes cinco anos. Conversámos bastante sobre isso, sobre os desentendimentos deles em relação ao swing. Agora pareciam estar mais resolvidos.

A M. fica muito engraçada quando bebe uns copos, começa a falar com um sotaque africano que deve ter sido herdado das irmãs. É muito cómico ouvir uma branquela falar assim. A Yin ficou deliciada a ouvi-la, ela contou a sua história de vida, abriu-se completamente, enquanto os homens cirandava à volta delas. A Yin desejou várias vezes que estivessem apenas elas, para poder ficar só a ouvi-la e falar também, mas não teve essa oportunidade. O Yang estava chato, a pedir para a M. se despir. Ela teve imensa paciência para o aturar, e lá lhe mostrou as mamas. Continuam bonitas. Ela também queria despir a Yin, que tinha múltiplas camadas de roupa, e despiu-lhe as leggings. Comentou que o exercício físico lhe deixava os músculos delineados. Falou-lhe sobre a kundalini e mostrou-lhe onde estava, essa energia adormecida na base da coluna, à espera de despertar. A Yin ficou intrigada com aquilo e havia de pesquisar sobre o assunto mais tarde.

Entretanto, o M. foi à casa de banho e a F. foi atrás. A Yin comentou que o Yang nunca a tinha deixado vê-lo a fazer chichi e pegar na mangueirinha dele. A F. propôs que o M. a deixasse fazer isso e ele aceitou! Ela ficou bastante contente e lá foi para a casa de banho com ele, segurar-lhe na mangueira a dirigir o jacto para a sanita. “Não apertes!”, dizia ele, enquanto ela o segurava, histericamente. Aquilo foi uma fantasia realizada, e com isso percebeu que se trata realmente de material delicado e que é difícil não salpicar a sanita toda a mijar em pé, principalmente quando se é alto.

Pouco depois o M. despiu-se e apareceu apenas com uma boa de penas pretas à cintura, que estava na nossa gaveta de brinquedos. A F. ainda se lembrava da Gigi, da apresentação e introdução que a Yin lhe havia feito. No entanto, ela não a quis, ela queria conversar e fazer cenas criativas. Disse que a Yin estava triste ainda antes de ela se aperceber. A F. tem uma espécie de sexto sentido, alguma mediunidade. Na verdade, a Yin estava com uma enorme dor de cabeça e a F. massajou-lhe as têmporas, a junção dos maxilares, as órbitas, as sobrancelhas, a cana do nariz… fez pressão numa série de pontos com carinho, delicadeza e precisão. A Yin sentiu um alívio imediato e duradouro. Depois passou para os pés. Observou e massajou. Ela entende de reflexologia e confirmou o diagnóstico que outra pessoa já tinha feito à Yin e acrescentou alguns pormenores. A Yin ficou impressionada com a precisão dela. Também apreciou os seus graciosos pés de bailarina, a flexão plantar generosa e elegante, que não se comparava com a dela, quase inexistente. Isto tudo enquanto os outros dois cirandavam à volta delas.


continua aqui

Sem comentários: