quinta-feira, 2 de agosto de 2018

swingin' (in the rain): os curiosos revisitados #2

continuação daqui início

Sem aviso, eles começaram a despir-se e a abocanharem-se um ao outro. Foi algo surpreendente, da outra vez que estivémos juntos, foram elas que começaram a despir-se enquanto eles estavam sentados no sofá, desta vez aconteceu precisamente o inverso. Estiveram assim um bom bocado, com elas a observar sem intervir, até que eles as chamaram.

A Yin manipulava o sexo do M., com as mãos e com a boca e fê-lo até ele se vir, na esperança que depois ele ficasse quietinho, mas não ficou. Decidiu retribuir-lhe. Primeiro enfiou-lhe os dedos nos dois buraquinhos da zona genital. Ela não achou muita piada à forma bruta como o fez, mas não estava fácil de ele entender. Depois decidiu abocanhá-la enquanto a penetrava com os dedos. E insistiu bastante tempo, com convicção. Ela continuou a não achar muita piada. É fodida, esta Yin. Ou melhor, ela até tinha alguma curiosidade em experimentar o que seria ser fodida pela pilinha que andou a segurar, mas pelos vistos eles continuavam numa onda soft, nada de penetrações com pilinha em mulher alheia.

Algum tempo depois, o M. adormeceu nu no cadeirão e nós tapámo-lo para não arrefecer. Ao contrário da primeira vez que nos encontrámos, apesar de ser a mesma época do ano, estava bastante mais frio. Ficámos até quase manhã a conversar, a Yin foi a primeira a ceder ao sono, o Yang e a F. continuaram com conversa da treta.

Da primeira vez que nos encontrámos, tínhamos uma caminhada de manhã cedo, dormimos pouquíssimas horas e fomos. Desta vez a Yin tinha uma ação de voluntariado para fazer, mas programou uma sms para a manhã seguinte a dizer que a noite tinha sido complicada e não iria. Não era mentira, não estava mesmo em condições, mas sentiu-se um bocado culpada.


Passado algum tempo, convidaram-nos para ir a um bar swinger na terra deles que tinha aberto há pouco tempo. Era um conceito diferente do que temos frequentado, propunha-se a estar aberto todos os dias. Isto fez-nos pensar que seria um sítio porreiro para os nossos amigos que trabalhavam ao fim-de-semana. Fazia parte da casa dos donos, um casal diferente do habitual. Ele um nortenho enorme, tatuador; ela pequena mas lutadora feroz contra um cancro. Mostraram-nos o espaço, que não era muito grande, uma zona inferior, tipo lounge, com mesas e puffs e almofadas e bar. No vão da escada, fizeram um pequeno quarto privado sem janelas, que só tinha espaço para uma maca. Tentámos imaginar como seria estarem ali quatro pessoas a transpirar, o Yang disse que teriam de ser etíopes muito elegantes, para não dizer esfomeados. A parte superior era um espaço amplo, com um pequeno estúdio de tatuagens. Provavelmente o único estúdio swinger, uma vez que ali só entravam pessoas do meio. Outro tipo de clientela, segundo o dono, era atendido ao domicílio. Ela explicou que tinham ideias de fazer ali mais alguns espaços privados.

Ficámos no rés-do-chão, só estava lá mais outro casal que nos foi apresentado, mas com quem não falámos muito. Mantivémo-nos os quatro à volta de uma mesa, a conversar a noite toda sobre leituras e experiências, o percurso deles no swing, o nosso. Falaram-nos de um motel onde tinham ido que nos pareceu paradisíaco: o quarto tinha baloiço, jacuzzi, champanhe… falaram-nos do que fizeram por lá e que era um sítio interessante para irmos os quatro. Ficámos a pensar nisso enquanto rumámos a casa.


~ FIM DO SEGUNDO VOLUME ~

Sem comentários: