domingo, 30 de setembro de 2018

swingin' (in the rain) 3.1: Vizinhos


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O outono trazia fins de tarde dourados e frescos a temperar o calor do verão quando recebemos mensagem de um casal conterrâneo através do site swing. Estávamos um pouco escaldados em relação a casais geograficamente próximos, mas sabemos que existem sempre exceções à regra, pelo que acedemos a um encontro no sítio do costume. Já estávamos em cima da hora marcada, pelo que enviámos uma mensagem a avisar quando íamos a caminho. Não recebemos resposta. Como estavam a demorar, decidimos dar um passeio para desfrutar o fresco e perguntámos se demoravam. Nada. Começámos a pensar que nos iriam deixar pendurados, mas decidimos aproveitar aquele fim de tarde para caminhar um pouco. A várzea era um quadro de folhas caídas à luz do pôr-do-sol que rapidamente dava lugar ao lusco-fusco.

Passado algum tempo, recebemos mensagem a dizer que estavam a chegar. E realmente não demoraram. Desfizeram-se em desculpas, tinham encontrado alguém conhecido que já não viam há muito, nós tentámos tranquilizá-los, apesar de admitirmos que nos tinha passado pela cabeça que tínhamos levado tampa.

A conversa foi-se desenvolvendo, ficámos a saber que moravam mesmo muito próximo de nós, umas ruas acima. Disseram-nos também que eram meros curiosos, que nunca tinham experimentado, mas ela gostaria de estar com uma mulher.

Houve uma empatia imediata, a Yin gostou bastante da vizinha, que apesar de se descrever como anti-social, pareceu-nos bastante comunicativa. O Yang também lhe achou piada. O Vizinho era calmo, metido com ele, parecia disposto a tudo o que a sua mulher quisesse experimentar. Temos sempre muito cuidado com casais que se iniciam nestas lides, deixando espaço para desenvolverem ideias e desejos. Não seria diferente com estes nossos vizinhos.

Eles tinham compromissos e foram embora. Nós ficámos mais um pouco a apreciar o anoitecer daquele dia.

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