sexta-feira, 5 de abril de 2013

Swingin' (in the rain) parte 19

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Por ela, fariam a passagem de ano em casa, com a família. Mas ele não queria. Aceitaria passar em qualquer outro lado. O Yang estava danadinho para ir ao clube. A Yin também gostava de ir, mas tentou conciliar as vontades, não se importaria nada de ficar em casa com eles. O Yang consegue ser bastante persistente, diríamos mesmo insistente, e a verdade é que depois de algum tempo, ela acabou por ceder, mas não sem aquela sensação de "ok, estou a ver que toda a gente quer ir menos eu e como não quero fazer desfeita vou, mas já sei que vai ser uma seca e vou querer vir cedo". Ela não tinha disposição nem roupa para ir, claramente eles só vieram ter connosco porque estávamos ali, à mão de semear, não tinham em mente que os pudéssemos desencaminhar para um espaço daqueles. O modus operandi deles com os outros casais costumava ser diferente do que aconteceu connosco. Normalmente, conversariam bastante na net, conhecer-se-iam minimamente e só se encontrariam com alguém que achassem que valeria mesmo a pena encontrar pessoalmente. Há que dizer que ainda nós nem sonhávamos com estas coisas do swing já eles tinham a escola toda. Frequentaram sites e clubes e conheceram assim bastantes casais da mesma "religião", mas devido a um problema de saúde dele, há algum tempo que não o faziam nem pensavam fazer, sem que ela demonstrasse algum tipo de nostalgia. Mas o curioso é que após ter resolvido ir e encontrado a vestimenta certa, parecia outra, mais entusiasmada que nós. A Yin disponibilizou-lhe o seu guarda-roupa, mas ela preferiu fazer as suas próprias aquisições. São bem diferentes, mental e fisicamente, apesar de serem sensivelmente da mesma altura, ela é mais magra e tem mais mamas que a Yin (quer dizer, tem à mesma duas, mas maiores), mas haveria peças e acessórios que lhe poderiam servir. Partilham no entanto uma certa casmurrice própria das filhas únicas que estão habituadas a fazer tudo à sua maneira.
Chegado o último dia do ano, jantaram em nossa casa e o serão estava agradável, entre comes e bebes e preparativos para a noite. Ela não costuma maquilhar-se, mas deixou a Yin passar-lhe um eyeliner e uma sombra discreta nos olhos e também pintou os lábios. Tinha de ser, para combinar com um vestido preto curto e justo, com decote generoso. A Yin também com o seu vestido preto "eu nunca me comprometo", um pouco mais comprido e menos decotado, mas ainda assim coladinho ao corpo. Vaporizaram-se com uma chuva de brilhantes prateados que depressa se desvaneceram. Os homens são muito mais descomplicados com estas coisas das vestimentas. Uma camisa e umas calças e tándar que já se faz tarde. O quarto ficou todo de pantanas, parecia que tinham estado ali umas quantas adolescentes a prepararem-se para a night. A verdade é que a sensação não foi muito diferente. Estávamos todos sintonizados na rádio PARTY!



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