quinta-feira, 21 de março de 2013

swingin' (in the rain) parte 16

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Pouco depois voltaram e deram-nos a conhecer mais um casal. Ele falava sem se calar, com uma energia impresionante para aquela hora do dia (o sol já nascia) ela estava caladita, visivelmente cansada e ensonada, tal como a Yin. A conversa era sobre como estava a ser difícil encontrar um par compatível, a maioria nem sequer sabe conversar. De como funcionam os sites em outros países europeus. Pareciam saber o que queriam e ser exigentes. Nós reconhecemos essa realidade, identifcamo-nos, e sentimos a frustração deles, pois já há bastante tempo que tentam combinar coisas e não conseguem. Mas não desmoralizamos. Era a primeira vez que vinham ao espaço e gostaram. Ficámos com o contato deles e a curiosidade para conhecer melhor aquele casal. A conversa estava a ser interessante, mas Yin já só queria sair dali, via o nascer do sol, a belíssima paisagem do alto da encosta e sonhava com pão quente.
Quando já estávamos a pensar ir juntos embora, o Dono do Pedaço resolve aparecer e pôr-se a contar as suas aventuras em motéis. Ele defendia a sua teoria de que aquele espaço funcionava como um motel barato. Nós não somos da mesma opinião, um motel é muito mais privado, tem outro tipo de mordomias, não serve para o que nos motiva a ir ali, que é sobretudo conhecer pesssoas. Mas o Rei fala que se farta, comentou que andou a ler os nossos “relatos”, pediu desculpa por não ter acedido a revelar onde era o espaço quando o Yang lhe ligou, mas que precisa de preservar as pessoas que o frequentam e uma forma de o fazer é aceitar apenas pessoas que são recomendadas por outras ou que se registam nos sites. Custa-nos a entender por que motivo alguém haveria de querer revelar alguma coisa, pois isso implicaria revelar-se também, mas há gente para tudo. Depois fez elogios à beleza da Yin, que ela agradeceu, embora achasse que isso se devia à sua boa disposição alcoólica.

Saímos todos juntos e fomos tomar o pequeno-almoço num café ali perto, onde pudemos falar mais um pouco. Não havia pão quente, para desilusão da Yin, mas havia bolinhos e café. As pessoas foram simpáticas, tanto as que nos atenderam, como os outros clientes. Interrogámo-nos sobre se fariam ideia de onde saímos e o que se passará na casa lá do alto...


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