quinta-feira, 3 de março de 2011

paixão proibida

texto por TaViTa
pintura "Nômades Amantes do Tempo" por Bruno Steinbach Silva


Ainda me lembro de todos os pormenores. Do som das tuas palavras ao meu ouvido, das cores do quarto de hotel, do cheiro da tua pele, e de todo aquele calor que sentimos. E o teu corpo majestoso, os teus olhos brilhantes, o teu sorriso sedoso, as tuas mãos que tão bem embalavam o meu corpo naquela noite... Ainda consigo sentir o pecado que viveu em mim. A quantidade de adrenalina que se esvaziou para as minhas veias foi tal, que ainda hoje me alimenta o desejo, e com toda a certeza residirá em circulação para sempre. O coração batia cada vez mais acelerado, mas o cérebro negava todos os impulsos. Queria ficar, o desejo sedento de te envolver, de te conhecer e de me entregar como nunca me tinha entregado a alguém. A força das hormonas conseguiu vencer o meu consciente pecador. A tua sedução venceu. Entreguei-me, não sabia como, mas estava ali. Foi ali num clima nunca antes sentido, num ambiente totalmente desinibido e de excitação, que nos entregamos um ao outro.
Lembro-me de a minha razão ter perguntado ao coração se valeria a pena, se tal pecado seria alguma vez perdoado. Perdoei-me mas não foi de imediato. Só muito depois de te ter tido em mim é que realmente equacionei os sentimentos. Perdoei-me porque de uma maneira ou de outra, e apesar de todos os devaneios que habitavam naquele quarto, tudo foi sentido, houve paixão.
Fecho os olhos e revejo aquela noite. Os teus braços abraçavam-me como que a pedir de alguma forma autorização para me teres. E o momento em que tocas nos meus lábios senti que te tinha concedido o desejo. Avançaste com as tuas mãos grandes e aveludadas, e agarraste-me com vigor. Despi-me logo após de te ver despir em escassos segundos. Ambos queríamos aproveitar todos aqueles momentos a medo que o tempo acabasse ou que eu me arrepende-se. E não, não me arrependi, segui em frente. Tocava-te loucamente, abraçava-te tão forte, queria que me sentisses só tua. O calor habitou em nossos corpos, e o meu pecado capital naquela noite viveu em ti.
Reviveria tudo outra vez. Sentiria novamente os teus beijos, o teu calor, o teu desejo... Cairia na tua cama, ter-te-ia novamente em mim, só para encher uma vez mais o coração daquilo que ainda sinto por ti. Arrepia-me a ideia de um dia poder voltar a sentir o teu toque. É tudo passado, é tudo lembrança, e hoje tudo reinventado seria apenas uma quimera. Aqueles minutos já passados, já queimados, de ouro pecaminoso não voltam mais. Agora só o sonho traz ao coração aquela paixão proibida.

7 comentários:

Anónimo disse...

Há momentos na vida que deixam saudades mas que sabemos irrepetíveis...
...no entanto, esses momentos, com o devido afastamento, acabam por ser farois, pontos brilhantes que iluminam o trilho da nossa existência...

:)

Loversbox disse...

Excelente texto. Muito envolvente.

Será com muito gosto que voltarei a visitar o teu blog.

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Gi disse...

A pintura está espectacular...

Flor de Lótus disse...

Gostei!

TaViTa disse...

Mt obrigado pelos vossos comentários!
Ulisses, o facto de muita coisa ser irrepetível e única faz com que seja um marco e viva connosco para sempre... daí toda a envolvência do texto!
;)*

Bruno Steinbach Silva disse...

Agradeço a publicação da imagem da minha pintura ilustrando o seu belo texto. Felicidades!
http://brunosteinbach.wordpress.com/atividade-e-exposicoes/1420-2/

carpe vitam! disse...

Nós é que agradecemos a visita! Aproveitei para colocar o link da exposição nos créditos da imagem. Felicidades e muito sucesso :D