domingo, 21 de fevereiro de 2010

corpos suados (1)

Texto e imagem por Toque

Estava atrasadíssima.
Há duas noites que o tempo se esgotava antes que o sono chegasse.
Na memória a última noite que passou com o Carlos. Tinha-a convidado para jantar, naquele restaurante em cima da areia onde se tinham conhecido. Aí regressaram vezes sem conta durante todo o tempo que estiveram juntos. Gostavam da comida simples que aí serviam, mas acima de tudo adoravam enterrar os pés na areia enquanto esperavam que os pratos fossem servidos. Mesmo no Inverno, quando o frio apertava e os obrigava a unirem ainda mais os corpos para se aquecerem um ao outro, não hesitavam em sentir a areia a fazer-lhes cócegas nos pés. Depois ouviam os seus nomes, regressavam ao pequeno restaurante e aí saboreavam a refeição provocando-se mutuamente. Este era normalmente o prelúdio para explosivas noites de amor.
Longe de imaginar o que ele tinha para lhe dizer preparou-se com esmero. Deixou escorregar o vestido preto, onde os seios presos num soutien rendado sobressaíam e chamavam a atenção, as meias de liga terminavam numa renda que ela prendeu ao ligueiro. Fixou o olhar no espelho do quarto, onde tantas vezes se tinham admirado depois de intensos momentos de sexo e prazer e gostou do que viu. Os olhos brilhavam e ela sentiu um ligeiro calor a percorrer-lhe o interior das coxas. Gostava desta excitação que lhe aumentava o ritmo da respiração. Pensou tocar-se e satisfazer essa vontade imensa que lhe assolava o corpo, mas preferiu partilhar aquela chama com o Carlos. Deixou cair algumas gotas do seu perfume favorito no cabelo e no peito e retocou a maquilhagem antes de sair.
Enquanto conduzia suavemente o carro até ao destino imaginou, com um sorriso matreiro, a melhor forma de o provocar e deixá-lo tão excitado como ela estava.
Quando chegou ele já estava sentado na mesa onde sempre ficavam. O primeiro olhar pareceu-lhe estranho, mas foi certamente uma impressão errada, porque rapidamente foi substituído por um lampejo de desejo que a fez sorrir sedutoramente.
-Embriagas-me mais que o vinho que já bebi.
-E ainda a noite está no início.
Deixou a ponta da língua húmida arrastar-se pelos lábios dele provocando-o, sem o beijar.
-Já fiz o pedido, espero que gostes!
-Já? Assim não temos tempo para passear pela praia - estranhou.
-Temos de conversar.
O olhar fugidio que tinha visto quando chegou voltou com mais intensidade.
-Recebi um convite para ir trabalhar para Nova Iorque. A proposta é tentadora e não a posso recusar, por muito que isso exija sacrifícios enormes da minha parte.
Carlos trabalhava para uma conceituada empresa publicitária. Era óptimo no que fazia e a sua ambição iria levá-lo longe profissionalmente. Ela sabia disso e sabia também que viviam um relacionamento intenso, mas descomprometido. Desde o início que tinham decidido viver um dia de cada vez sem o peso de compromissos em que nenhum dos dois acreditava. Apesar disso já estvam juntos há dois anos e sempre se entenderam perfeitamente, nunca tendo sido necessidade de procurarem outros parceiros para satisfazerem as suas necessidades.
Complementavam-se quase sem se aperceberem de que o faziam.
Por isso aquele silêncio, aquele vazio que se instalou na mesa depois dele ter comunicado a sua decisão.
-Não dizes nada?
-Não há muito a dizer. A tua decisão está tomada, por isso resta-me desejar-te as maiores felicidades.
-Estás desiludida!
-Não! Apenas admirada, por certo já sabias disto há algum tempo e deixaste-me à margem dessa decisão, por isso acho que não tenho nada mais a dizer.
Pegou na carteira e dirigiu-se para a porta sem um último olhar.
Ele seguiu-a apertando-lhe ligeiramente o braço para a obrigar a parar.
-Foi tudo demasiado rápido, mas tens razão devia ter-te dito algo assim que soube.
-Não tinhas essa obrigação e a tua decisão só demonstrou que a minha opinião era irrelevante. Por isso e como nenhum dos dois acredita em relacionamentos à distância o melhor é separarmo-nos aqui.
Olhou-a intensamente e puxou-a para si enquanto os seus lábios aprisionavam os dela. Foi um beijo longo a que ela tentou resistir. Mas ele forçou a sua língua entre os lábios cerrados dela, quando conseguiu deixou-a a rodopiar na boca, a acariciar o céu da boca e a enrolar a dela.
Os braços puxaram o corpo esguio dela até si, fazendo-a sentir o calor que emanava do sue peito e a respiração cada vez mais ofegante dos dois.
A resistência dela era cada vez menor e com um suspiro sentiu que a mão direita dele se apoderava do seu seio, fechando-a numa carícia possessiva.
Tentou evitar que ele a levasse até ao seu carro, mas a vontade de o fazer era nula, por isso foi sem surpresa que se viu deitada na cama do quarto dele. Um espaço onde tantas vezes tinham deixado os corpos falarem do desejo que os consumia.
Ele começou por lhe beijar os lóbulos das orelhas, dando pequenas trincas que a excitavam, a seguir penetrou a língua no orifício do ouvido molhando-o com a saliva quente, soprou-lhe levemente deixando-a arrepiada de prazer. Ela tentou mexer-se para lhe dar igual prazer, mas ele prendeu-lhe as mãos e com uma perna imobilizou-a.
Fez-lhe o mesmo na outra orelha e estremeceu com os gemidos que ela soltou.
Com a língua foi deixando rastos de saliva no rosto. Tocou-lhe de leve os lábios e viu que ela queria um beijo mais intenso. Sorriu e desceu até ao pescoço, beijou-o dando pequenos chupões que punham o sangue dos dois a ferver. O decote do vestido era uma tentação e não resistiu a deixar a sua boca pousar no espaço entre os dois seios. Por cima do tecido deixou os dentes procurarem o bico do seio, trincou-os com alguma força para a fazer vibrar.
Ela mexeu-se ligeiramente para sentir o sexo dele de encontro ao dela. Sentiu o prazer dele a crescer entre a calças. Mas deixou-se ficar imóvel por mais uns minutos, apenas rodopiou as nádegas para que ele sentisse o movimento.
Não queria que ele parasse de lhe morder os seios, aquele movimento estava a excitá-la. Arqueou o corpo para que ele entendesse e enquanto com a boca mordiscava um mamilo com a mão apertava o outro em movimentos ritmados.
Parou um instante para a olhar fixamente, enquanto retirava o vestido que lhe cobria o corpo.
-Nova esta lingerie
Admirou a lingerie negra que contrastava com o branco da sua pele, antes de deixar a mão apertar os seios que beijava há pouco.
Com este toque ardente ela não conseguiu manter-se impávida por mais tempo.
Puxou a camisa e ouviram-se alguns botões a cair no chão.
Atirou-o para cima da cama e beijou-o com alguma violência, enquanto a mão forçava a entrada nas calças. Sentiu-o crescer quando o apalpou. Carlos tentava livrar-se do cinto e das calças para sentir o contacto com o corpo dela. Quando o conseguiu as mãos dela agarraram firmemente o pénis dele começaram uma massagem intensa. Primeiro de uma forma leve abrindo e fechando os dedos, aos pouco foi aumentando de intensidade indo de baixo para cima, enquanto isso ela beijava-lhe o interior das coxas e os testículos, quando o sentiu gemer deixou a língua percorrer o pénis de baixo para cima. Com os lábios apertou-lhe ligeiramente a cabeça antes de o deixar escorregar dentro da sua boca, até o sentir tocar na garganta. Com movimentos ritmados e com a ajuda mão chupou-o uma e outra vez, apertava as nádegas para o sentir entrar em si. O corpo dele estremecia e procurava o calor do rasto de saliva que ela deixava.
Quando ela deixou os dentes arrastarem-se por todo o pénis, ele agarrou-a e deitou-a na cama quase sem fôlego.
-És uma verdadeira tentação, mas agora é a minha vez de te enlouquecer. Quero saborear-te, sentir-te estremecer.
Beijou-lhe os seios, sem lhe retirar o soutien, com os dentes apertou os mamilos e depois chupou-os como se estivesse faminto. A renda molhada colava-se à pele e tornava-se uma tentação para ele. Com a mão afastou ligeiramente as pernas dela e deixou-a parada na sua vagina sobre a cuequinha fio dental. Ela impacientou-se e mexeu-se para o obrigar a mexer-se.
-Pede-me!
-Peste.
-Pede, quero ouvir-te pedir.
-Toca-me, sente como estou molhada, cheia de vontade de te sentir.
Deixou a mão escorregar para dentro das cuequinhas, sentiu um líquido quente a escorrer e com os dedos afastou os lábios. Com o dedo indicador penetrou-a, ouviu-a suspirar e meteu um segundo dedo enquanto a boca brincava ainda com os mamilos.
A humidade dela sempre o tinha excitado, parecia um pequeno ribeiro a convidar a um banho de prazer. Ela mexia o corpo ao mesmo ritmo que os dois dedos dentro dela. Ele retirou-os e procurou o pequeno montinho que ela tanto gostava que ele acariciasse. Começou com suaves movimentos circulares. Viu-a fechar os olhos e estender a pernas, a seguir pegou-lhe na mão e levou-a até onde queria ser tocada. Ele sabia exactamente onde era, mas gostava que ela o conduzisse. Quando lhe largou a mão e a levou até ao seu pénis ele aumentou o ritmo da carícia beijando-a selvagemente selvaticamente.
Ela tentou tirar a lingerie, ele impediu-a. Estavam a excitá-lo aqueles pedaços de rendas molhados colados ao corpo dela.
Quando a sentiu tremer encaminhou o pénis teso para dentro do corpo dela. Ela apertou-lhe as nádegas para que a penetrasse mais profundamente.
Os minutos passaram e eles continuavam insaciáveis. Virou-a de costas e obrigou-a a ficar deitada de encontro ao colchão enquanto a penetrava.
De seguida ela enrolou as pernas nas suas costas, enquanto ele a elevava e encostava à parede, deixando o pénis rodopiar dentro dela.
Os seus corpos conheciam-se perfeitamente e sabiam onde queriam ser tocados.
Os gritos pareciam uma música selvagem. Gemiam e tocavam-se até que exaustos deixaram soltar-se o orgasmo que há algum tempo procuravam conter.
Foi um só grito que se soltou de ambos, quando o esperma dele se soltou e o corpo dela estremeceu descontroladamente.
Os dois corpos ficaram exaustos na cama desmanchada.
-És perfeita. Uma bela diabinha tentadora - disse ele quando conseguiu recuperar o fôlego.
-Pena que tenha sido a última vez. Será uma boa recordação, certamente.
Ele tentou desculpar-se, achava que podiam tentar, podia ser que resultasse.
-A nossa relação sempre foi muito física, a ausência acabaria por matá-la, por isso o melhor é acabarmos enquanto ainda conseguimos fazer o que acabamos de fazer e sermos felizes.

Tinham estado juntos há dois dias, hoje Carlos partia para Nova Iorque e ela tinha uma reunião importante numa empresa com quem queriam assinar um contrato.
Teria de deixar de lado os seus pensamentos e concentrar-se naquilo que era verdadeiramente importante. Pegou na carteira e nos papéis que estavam no banco ao lado e abriu a porta para sair.
Não esperava que estivesse um vento tão forte que fez com que a porta se soltasse da mão e batesse violentamente no carro que estava a estacionar ao lado.
Soltou um impropério e preparou-se para a discussão que se adivinhava.
- A culpa é minha e assumo. Por isso vamos despachar isto que já estou atrasada para uma reunião.
As restantes palavras ficaram presas na sua garganta. O ocupante do outro carro era um verdadeiro deus, mas com uma cara capaz de assustar o mais valente dos guerreiros.
- Incompetente. Já viu os estragos que fez?!?
-Já assumi a minha culpa, lamento o que aconteceu, mas de facto estou atrasada para uma reunião muito importante, por isso dou-lhe todos os dados que necessita e cada um segue o seu caminho.
Apesar de contrariado ele concordou e rapidamente resolveram a questão seguindo cada um para o seu lado.

Respirou fundo, procurando esquecer o incidente e entrou no moderno edifício que era sede da empresa. Apresentou-se e foi encaminhada ao escritório do administrador.
Deixaram-na numa sala ampla, com uma luz natural excelente e muito bem decorada.
Estava a analisar um quadro de um pintor que admirava quando sentiu a porta a abrir.
-Você???
A surpresa dele era tão grande como a dela.
- Desastrada como é agradecia que não tocasse no quadro. É uma obra de arte de um pintor conceituado e posso assegurar que é bastante dispendiosa.
Pensou numa dúzia de palavrões para lhe dizer, mas sabia que estava em desvantagem, pois aquele contrato era demasiado importante.


continua...

13 comentários:

Vontade de disse...

Muito muito bom... e a fotografia, linda. ;)

Quimera disse...

Quase me reconheço nessa luta amor- carreira. No meu caso o amor está a ganhar:-)

Stargazer disse...

Muito giro! Estou curiosa para as cenas dos próximos capítulos!

Zé das Cricas disse...

Muito bom!

Venham as próximas cenas...

Anónimo disse...

Vontade de
Agradeço a leitura e espero que acompanhes os próximos capítulos
beijo
Toque

Anónimo disse...

Quimera
passa para veres o próximo capítulo...quem sabe o que sairá vencedor
beijo
Toque

Anónimo disse...

Stargazer
e eu espero que os próximos capítulos sejam igualmente do teu agrado
beijo
Toque

Anónimo disse...

Zé das Cricas
aparece que as próximas cenas estão já, já a sair
beijo
Toque

pecado original disse...

É sempre bom regressar e ver que tudo continua bom na mesma:)

carpe vitam! disse...

pecado, cada vez melhor, com sangue novo!

Anónimo disse...

pecado original
espero que tenhas gostado do início do conto
beijo
Toque

Anónimo disse...

Carpe vitam
que o sangue novo seja portador de coisas novas
beijo
toque

carpe vitam! disse...

Toque, sangue novo é sempre portador de coisas novas, neste caso, coisas boas! ;)