segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

swingin' (in the rain): o novo Tal Clube

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Fomos algumas vezes ao Tal Clube em festas temáticas, a primeira das quais com a Dupla de Peso, no novo espaço. Ao contrário do que o Dono do Pedaço tinha vaticinado, o sítio voltou a abrir, mas num local diferente, no meio de uma zona industrial, completamente insuspeito). Não conhecíamos o sítio, mas vimos um casal dirigir-se para lá e seguimo-lo. A simpatia de porteiro que por lá andava (parece sempre que nos estão a fazer um grande favor ao deixarem-nos entrar) deve ter achado que éramos habitués e disse-nos para apresentarmos o espaço aos nossos amigos, que nunca tinham ido ao Tal Clube velho. Era festa dos Cowboys e tentámos seguir o dress code, sendo que a Yin foi mascarada de índia. Havia um touro mecânico e o pessoal começou a montá-lo sem roupa e inevitavelmente, mais tarde ou mais cedo, acabava por ir para ao chão almofadado. Divertimo-nos um bom bocado, apesar de não termos testado o touro, a música estava porreira.


No início do verão, voltámos lá a uma sexta-feira para fugir ao barulho da festa da aldeia que faz vibrar os vidros das janelas. Chegámos cedo, pensámos até que ainda não estivesse lá ninguém porque não nos atenderam logo a porta, íamos ver a vista do cimo do edifício quando alguém se dignou a abrir a porta com a já característica simpatia trombuda do costume. Éramos os únicos clientes, pudemos ver tudo e escolher o quarto que mais nos agradou e demos largas à nossa libido. Enquanto por lá estávamos, começámos a ouvir gemer e arfar muito perto, e soubemos assim que já não estávamos sozinhos, alguém devia estar no quarto ao lado. Quando saímos, a Yin assustou-se, porque afinal o outro casal estava ali mesmo, encostado à porta. Pouco depois de voltarmos ao lounge (a parte da disco não costuma abrir à sexta, pelo que a zona dos quartos e esta são as únicas disponíveis) eles também voltaram. tinham muito bom ar, mais novos que nós, bastante fora da nossa liga. Percebemos que eram espanhóis, mas não metemos conversa. Ainda era cedo, mas calculámos que à hora a que chegássemos a casa, já não haveria festa barulhenta e assim aconteceu.


Noutra ocasião combinámos com o Tal Casal ir a uma festa de Halloween. Chegámos relativamente cedo e ainda havia pouca gente. Eles começaram a confraternizar com outro casal com bom ar que nos apresentaram e nós fomos dar uma volta. Sentámo-nos nos sofás do lounge e a Yin reparou numa cota enxuta de olhos vivos e sorriso simpático que meteu conversa de circunstância com ela, à qual retribuiu na sua cabeleira preta lisa com chapéu de bruxa.

Fomos dar uma volta pelos quartos, entrámos num e quando vínhamos a sair fomos barrados por um casal. Na escuridão que estava, não conseguimos ver quem eram, só passado um pouco entendemos que se tratava da cota enxuta de olhos vivos e do seu marido. Eles fizeram-nos um convite bastante explícito para irmos brincar para o quarto, mas a Yin recusou. Nunca recebemos uma proposta assim tão direta de desconhecidos (os felizes do norte nós já conhecíamos minimamente, por isso não contam) e se bem que o Yang não se importaria de brincar com a mulher, a Yin não sentiu nenhuma atração pelo seu par, apesar de ter uma voz interessante. Pensou durante algum tempo sobre o assunto, sobre a química que nos move, na importância do aspeto físico. Pensou também se aceitaria uma proposta para ser vendada e deixar as coisas acontecerem, aceitando não controlar absolutamente nada. Mas o sensor de risco fala sempre mais alto e só mesmo nas suas fantasias mais loucas se deixa ir assim. Passado algum tempo, vimos o homem sair da casa de banho completamente nu e com um ar satisfeito. Sem dúvida que o pessoal mais velho é muito mais pragmático e sabe aproveitar a vida melhor do que nós...

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4 comentários:

Girassol disse...

E se fosse hoje, a Yin mudava a sua decisão e aceitava o convite?

Provoca-me disse...

Acreditamos que dadas as mesmas circunstâncias, agiria da mesma forma, mas se houvesse outra oportunidade para os conhecer um pouco melhor, quem sabe? ;)

Girassol disse...

Numa sala vazia, sentamos a Yin numa cadeira, cobrimos-lhe os olhos com uma venda.
Um desconhecido de sexo indeterminado entra na sala, o silêncio quebrado apenas pelos seus passos. Senta-se ao colo da Yin, de frente para ela.
A Yin beija, cheira, explora-lhe o corpo com as mãos.
O ou a desconhecida levanta-se, sai da sala. A Yin tenta adivinhar quantos anos amadureceu o corpo que acabou de provar.
Um desconhecido de sexo indeterminado entra na sala, sujeita-se à degustação da Yin, sacrificando-se à experiência como o seu antecessor.
Outros oito desconhecidos se seguem.
Desvendamos a Yin, trazemos os desconhecidos de volta à sala, arrumados numa fila de espera.
Cada um na sua vez, diz a sua idade. Dizemos-lhe a idade imaginada pela Yin.
A Yin levanta-se da cadeira. Vira-se, despe a tanga, arregaça a saia rodada curtinha para a cintura.
Ajoelha-se em cima da beira do banco. Os pés de salto alto vermelhos balouçam invertidos no ar, apoia as mãos no topo da cadeira. Olha para trás e arqueia as costas.
O, ou a desconhecida avançam. Por cada ano de diferença, a Yin leva uma palmada no rabo.
Volta a sentar o rabo aquecido na cadeira.
O próximo desconhecido da fila avança.


carpe vitam! disse...

Ahahahah! Se olhando para as pessoas já é difícil adivinhar idades, de olhos vendados então... ou não, talvez o toque seja mais certeiro... o mais certo era a Yin ficar com o rabo a condizer com os sapatos! ;D