domingo, 7 de outubro de 2012

Swingin' (in the rain) parte 1

“We’re swingin’ in the rain
just swingin' in the rain
what a glorious feeling
We’re happy again”

Após mais de uma década de cumplicidades e experiências partilhadas, procuramos sempre renovar, provocar, temperar as emoções que nos unem. Foi isto que nos levou a um bar swing, numa tentativa de ultrapassar um preconceito que diz que esses sítios são uma espécie de mercado da carne de gente machista e preconceituosa com a mania que é muito para a frente.
Chamemos Yin à nossa parte feminina e Yang à masculina. Yang propôs que fôssemos no dia de aniversário da Yin e depois de um dia bem passado em família e um jantar japonês que muito nos agradou, fizemos uma agradável caminhada pelo parque e lá fomos todos aperaltados.
Temos de dizer que não é fácil dar com estes sítios, são muito discretos e é necessário conhecer alguém do meio que nos dê os contactos, caso contrário é muito difícil. Tentámos inscrever-nos no clube mais conhecido e recomendado mas ninguém nos respondeu. Foram uns amigos que nos indicaram um sítio disposto a receber-nos.
Deparámo-nos com uma vivenda, tocámos à campainha e uma mulher simpática abriu-nos a portas e fez as honras da casa. Ao cumprimentá-la, a Yin disse-lhe “muito prazer”, ao que ela responde “Não é prazer, é muito gosto, neste meio diz-se muito gosto”. O Yang gostou da mini-saia dela, a Yin achou-a vulgar. Fomos apresentados aos vários casais, dizendo-nos os nomes que logo a seguir esquecemos. Fizemos uma visita guiada pela casa, que não era muito grande, algumas divisões labirínticas com colchões e sofás semi-privados a convidar ao voyeurismo, muitas cortinas e as escadas para um sótão que não espreitámos. Fez-nos lembrar uma casa de putas às escuras.
Pedimos bebidas e procurámos uma mesa. O Yang pediu uma água tónica e a seguir trancou-se no whisky, a Yin experimentou “Pussy”, uma bebida energética que lhe deu um certo gozo pedir e depois um creme de whisky. Comentámos os casais, claro, supondo que eles também nos estariam a comentar, mas com alguma discrição. Havia uma faixa etária mais velha e alguns casais da nossa idade, dos quais destacámos um, com muito bom aspecto, a menina tinha uma combinação engraçada de calções de ganga curtinhos e sapatos de salto clássicos que lhe ficava a matar, apesar da Yin dizer que jamais sairia assim vestida, gostou de a ver. O elemento masculino do casal também não tinha mau aspecto. Entretanto chegaram mais casais e um em particular, chamou-nos a atenção.
A primeira coisa que reparámos foi num reduzido top branco que reflectia a luz ultravioleta, iluminando um par de mamas intimidante para a Yin. Ela era alta, e a Yin, mesmo de saltos, ficava à altura das suas mamas. E que mamas! Daquelas redondas cuja gravidade não afecta. Nós não temos preconceitos em relação a estas coisas, a Yin gosta de mamas firmes, redondas, de bicos espetados, sem exagero de tamanho. De facto, prefere-las pequenas e firmes a grandes e flácidas. Não que alguma vez tenha saboreado algumas das últimas, mas não lhe apelam muito aos sentidos. O Yang não é tão criterioso e, basicamente, é mamodependente, gosta de as usar como anti-stress. Corpo escultural, pernas longas enfiadas numas calças justas, corpo bem feito, bom demais para ser verdade. Depois ele - careca com estilo, como a Yin gosta, à altura do seu par. "Way out of our league", foi o que pensou a Yin. Curiosamente, a mestre de cerimónias apresentou-nos toda a gente menos este casal, nem sequer lhes mostrou a casa. Devem ser habitués com objectivos específicos, pensou Yin, ou então são profissionais e vieram animar o pessoal. Longe da Yin ousar meter conversa, a sua auto-confiança estava algures em parte incerta, e depois, que haveria aquele casal modelo de querer com uma gaja baixinha quase careca e um gajo careca barrigudo e pitosga? Por mais dedicação que tivéssemos posto nos nossos trajes, nunca poderíamos estar à altura deles. Depois de algum tempo em que já estávamos a ficar fartos da música e das irritantes luzinhas laser a rasgar o escuro, surgiu oportunidade de meter conversa com um casal e o Yang não a desperdiçou. Eles estavam perdidos, a olhar para todo o lado à procura de mesa e ele ofereceu a nossa, o que nos salvou a noite e a partir daí absorveram toda a nossa atenção. Ficámos a saber que moravam perto de nós e tínhamos alguns interesses em comum. A rapariga era tímida, ficou encostada ao marido e quase não falava mas a conversa fluiu e só voltámos a reparar no casal modelo quando nos vínhamos embora. A Yin estranhou ainda lá estarem, pensou que não deveriam ter encontrado casal à altura. Não deve ser fácil. Não voltámos a ver o casalinho da menina com as pernas bonitas. Quando A Yin foi com o elemento masculino do casalinho conterrâneo buscar os casacos, ouviram uma deliciosa melodia que vinha do andar de cima. Alguém estava a aproveitar bem a noite. Decidimos sair juntos com o outro casal, a mestre-de-cerimónias falou-nos no registo num site e pediu-nos o nosso e-mail para o fazer, ao que acedemos e seguimos viagem para casa atrás do casalinho.

Há quem diga que “quem anda à chuva molha-se”, mas nós temos impermeáveis, agora só falta mesmo a chuva…


continua aqui

13 comentários:

Anónimo disse...

swing é para quem n se ama.

Provoca-me disse...

Poderá ser, mas parece-nos muito mais interessante quando há de facto amor. é necessário uma cumplicidade especial, muita confiança e espírito de aventura que nem toda a gente consegue.

Alien David Sousa disse...

Swing não é para toda a gente. É necessário ter uma predisposição para tal. Tipo entrar de cabeça numa piscina. Há quem desprese esta prática e quem já tenha dito que salvou a relação. Tudo depende de com quem se está e da nossa abertura ou não para antrar numa coisa dessas.

"conhecer alguém do meio que nos dê os contactos, caso contrário é muito difícil"

Da próxima vez entrem em contacto comigo, estou já aqui ao lado no aliens corner ;)

Saudações alienígenas

Anónimo disse...

De facto,é complicado ter acesso a alguns sitios.Só com contactos,ou indo na companhia de alguém conhecido do meio.
A minha 1ª experiência,foi semelhante é vossa,no que diz respeito ao sitio.Não cá!Em Sevilha...mas "lá",as coisas são muito mais "abertas".São discretos qb,mas o sitio em si,também era uma vivenda.Só que nós,eu e o meu companheiro,acabamos por nos envolver nessa noite.Foi agradável.

*Leila*

carpe vitam! disse...

Alien, não te sabia tão conhecedora destas lides, temos de facto que conversar para trocar ideias ;)

Leila, já ouvimos falar da "abertura" de Sevilla, mas também não me parece que seja isso que procuramos, tenho sérias dúvidas. Em relação ao envolvimento a dois, também passou pela cabeça da Yin envolvermo-nos na casa de banho, ela gostou do espelho vertical, e só poderia realmente ser a dois, devido à falta de espaço. Depois acabámos por não o fazer porque ficámos na palheta com o casal conterrâneo e o sexo ficou para mais tarde, em casa. Mas isso são cenas dos próximos capítulos... ;)

Pedro Ferreira disse...

Relato bastante interessante. Aguardo por novos desenvolvimentos.

Anónimo disse...

Quando a chuva aparecer não esqueçam de avisar.

carpe vitam! disse...

Posso adiantar já que chuva virá na parte 3. quando é que não sei, ainda teremos de fazer umas diligências ;)

dermatologistested disse...

aguardo #2;#3.... :))

Casal com Desejos disse...

A nossa vontade de conhecer outros casais com as mesmos gostos que nós, também nos levou a visitar um club de swing.

Fomos pouco antes de criar o blog. Enviamos fotos nossas, e entretanto entraram em contacto connosco para darem as indicações.

Chegando ao espaço, verificamos que era agradável, e vimos de tudo... Casais atraentes, normais, e de todas as faixas etárias... Mas para desilusão nossa ninguém veio ter connosco, contrariando todas as nossas expectativas...

Depois de tanto comer com os olhos, sem conhecer ninguém subimos ao 1º piso e começamos a foder cheios de desejo, deixamos a porta aberta, mas os casais passavam e nem olhavam... Nesse aspecto desiludiu-nos, e nunca chegamos a perceber o porquê de tanto isolamento. Parecia que estávamos mais à vontade que os outros casais apesar da nossa inexperiência neste campo.

Somos ambos bastante altos mas não creio que isso seja um factor determinante para as pessoas se acanharem. Será?

Aguardamos conhecer um casal interessante que nos convide novamente :)

Bjs...

carpe vitam! disse...

derma, estamos a aguardar autorização e revisão de textos. isto de contar histórias verídicas convém que se tenha o máximo de cuidados para com as pessoas envolvidas ;)

casal, já vi que têm belos corpos, não sei até que ponto isso pode ser intimidante, mas o tesão é uma coisa contagiante, provavelmente quando chegaram a casa, os casais que vos viram fizeram o mesmo. Eu adorei ouvir a sinfonia de gemidos que vinha lá de cima, mas não me atreveria a ir lá espreitar. Apesar de quem procura aqueles sítios para foder saber que pode ser observado e isso poder ser excitante, creio que não é o tipo de local que reúna condições de higiene suficientes (pelo menos os que visitámos) que me deixem à vontade para o fazer, além de só gostar que me observe quem eu quero, entendem?

Alien David Sousa disse...

Carpe, estarei sempre à tua disposição para trocarmos ideias...já sabes que para mim falar sobre sexo é rejuvenescer!
kissses

carpe vitam! disse...

é agora que me vais dar o teu mail para trocarmos impressões em privado? sabes qual é o meu, aguardarei... ;)