Era puto, algum acne e pêlos por todo o lado a nascer, nunca me hei-de esquecer. Férias de Verão, terra dos avós. Queria juntar uns trocos para os meus jogos e foi a minha avó que apareceu com a ideia: apanhar pêra. Não posso dizer que me tenha agradado muito, mas lá fui eu, de manhã bem cedinho, na camioneta, com um monte de velhas. Bem, havia outro rapaz da minha idade e uma rapariga um pouco mais velha.
O trabalho era simples mas cansativo. As mulheres andavam de balde na mão, a colher a fruta das árvores e os homens carregavam as caixas para os tractores. Eu e o outro rapaz não fomos considerados “homens”, pelo que nos meteram junto com as mulheres, a acartar os escadotes e a apanhar as pêras mais altas. Claro que os "homens" ganhavam mais. A hierarquia era rígida na apanha da fruta.
Apesar do dia de trabalho terminar cedo, nos primeiros dias chegava morto a casa, todo arranhado, apanhei um escaldão no nariz e só via pêras à frente quando fechava os olhos. Depois fui-me habituando. Gostava da companhia do outro rapaz, falávamos sobre jogos, ele tinha o que eu queria comprar e ao final do dia ia até casa dele jogar.
A rapariga era gira e simpática, discutíamos filmes e séries que pirateávamos e pensava nela no duche, enquanto lavava a pila a alta velocidade. Observava-a discretamente.
Uma vez, trouxe uma t-shirt bastante larga de uma marca de caramelos de fruta. Lembro-me perfeitamente, porque quando ela ergueu o braço para apanhar uma pêra, a manga larga deixou-me ver por breves mas iluminados instantes uma maminha. Era pequena, rija, com o bico espetado. Parecia uma pêra! O meu sangue baralhou-se todo, sem saber se havia de se concentrar na minha cara ou na minha pila, acabou por ir para os dois lados, para meu grande embaraço. Ela sorriu, mas não me pareceu ter notado. Passei o resto do dia a tentar ver de novo, mas só consegui vislumbres parciais.
Noutra altura, estava ela no cimo do escadote, a colher as pêras mais altas com umas calças coladas ao corpo. Conseguia perceber que estava a usar uma tanga cor-de-rosa pela falta marcas nas nádegas e pelo tecido que aparecia por baixo das calças. O cromo do outro rapaz passou por mim e comentou, num tom demasiado alto:
- Achas que não te topo, tás sempre a olhar para ela, ainda agora tavas a olhar pró cu dela! – ia morrendo de vergonha. Fiquei com a nítida impressão de que ela ouviu.
continua e termina aqui
14 comentários:
A crueldade dos putos...
LOL
:)
Eu diria antes... a curiosidade dos putos!
:)
é os rapazes são tramados, mas as raparigas não ficam atrás!
Tinha um amigo de um amigo meu que catalogava os vários tipos de mamas...Um tipo era a forma de 'pêra',depois havia outros ( eu achava graça à forma 'ovo estrelado')!
Beijinhos*
(esse amigo do meu amigo matou-se...Pum)!
cheira-me a trungalhunguice...
tilidinha, era um tipo muito à frente, esse amigo do teu amigo! devia ser um incompreendido... gosto muito de molhar o pão na gema do ovo estrelado!
gosto dessa espécie de trungalhunguice, tu sabes que vai haver, claro, é típico da pêra ;)
despertares, despertares... os verões de infância, passados longe, na terra dos avós, têm quase sempre algo que se lhe diga! ;)
é verdade, e os da adolescência dizem sempre algo de embaraçoso...
Belo texto, humedeci-me ao lê-lo, excita-me sempre muito rapazes lavando a pila a alta velocidade, fantasiando com maminhas entrevistas numa fresta da manga descida de uma t-shirt de uma marca de caramelos de fruta.
Amei.
ainda não consegui perceber se estás a falar a sério ou a ironizar. volto a perguntar: que raio de blog é o teu?
qual deles?...
o que está no perfil "triunfo da vontade"?!?
uau! que foto provocadora!
embora prefira melões, esta pêra
parece muito saborosa...
foi, porque entretanto, já a comi ;)
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