quarta-feira, 10 de agosto de 2011

chuva miúda

foto: rain drops on pine tree por Desert Nana

Era uma daquelas noites estupidamente quentes de verão em que o calor convidava a insónia. O ar dentro de casa estava saturado e irrespirável, a arder-me no corpo. Levantei-me e fui espreitar lá fora. Estava bem mais fresco, temperatura agradável, a brisa quente do sul fazia-se notar, mas abafada por uma humidade persistente. Fui andando até ao caminho de terra batida, pelos trilhos do pinhal, a sentir a humidade transformar-se em chuva miúda. Uma chuvinha molha-tolos, desprovida das memórias de Inverno, ainda a aprender a chover. Soube bem senti-la na cara, cheirá-la na terra. Mesmo estando com medo de chover, assentava a poeira e libertava o aroma dos pinheiros, tornava tudo mais fresco e intenso.
Continuei o meu passeio sem ver nem ouvir vivalma, apenas alguns cães a ladrar longe, um carro a passar na estrada principal, até que avistei duas pessoas aproximarem-se da clareira onde estava. Instintivamente, escondi-me atrás de um arbusto seco, que me permitiu continuar a ver a movimentação do casal. Sim, consegui aperceber-me, apesar da pouca luz, que se tratava de homem e mulher, ouvia-os falar e rir, tornou-se óbvio o que iriam ali fazer.
Abraçaram-se e beijaram-se com urgência, contra um pinheiro. Ele acariciava-a por cima da roupa, até ela despir a túnica num só gesto, revelando o corpo alvo, nu. Atirou a túnica para o chão, ajoelhou-se nela e começou a abrir-lhe as calças, numa lenta tortura. Mamou-o com ternura, até ele pedir que parasse. Ela obedeceu e colocou-se de gatas, convidando-o a entrar.
Ele penetrou-a devagar, numa estocada prolongada, que a fez suspirar um gemido. Foram aumentando o ritmo, embalados por ela e eu assistia ao baloiçar hipnótico das suas mamas. Brilhava-lhe o luar na pele branca, reflectido pela chuva. Ele era mais escuro, mais peludo, mexia-se com vigor dentro dela, conseguia sentir-lhe o vibrar da carne cada vez mais forte.
Intumesci. O tesão era respirável, embriagante, contagiante. A minha pulsação acelerava com a deles e esforcei-me para não fazer nenhum som que me denunciasse. Queria juntar-me a eles, mas sabia que se os surpreendesse, só iria conseguir assustá-los e cortar-lhes o tesão. Dominando a vontade, mantive-me no meu canto, a observar, enquanto me ia tocando. E assisti atentamente ao desenrolar do querer, por entre gemidos e suspiros, na dança da chuva aprendiz que apaziguava o calor estival humedecendo ainda mais os corpos.
Voltaram a vestir-se entre sorrisos cúmplices e seguiram caminho. Respirei fundo. Tirei a t-shirt, estendi-a no chão, deitei-me. Fiz-me vir e finalmente adormeci.

10 comentários:

Anónimo disse...

senti-me lá...ao teu lado.

estranho

carpe vitam! disse...

pode parecer estranho, mas eu queria mesmo levar quem ler até Lá...

Anónimo disse...

...sem comentários, porque o que disseste sentir diz tudo...

:)

carpe vitam! disse...

gosto de inspirar boas sensações ;)

Luís Namora disse...

Fico feliz por te teres vindo e finalmente adormecido.

carpe vitam! disse...

Oh, sabe sempre bem, grazzie :) no entanto, a parte mais deliciosa foi mesmo a chuva ;)

(que espécie de blog é o teu?!?)

Anónimo disse...

não parece estranho e conseguiste...só faltou o doce :-)

carpe vitam! disse...

nop. doce é a parte em que me venho e me saboreio ;)

Anónimo disse...

...e eu ao lado a desejar-te

carpe vitam! disse...

isso só prova que o desejo sexual é danado de contagiante...