Voltaram
para o lounge, os quartos já não tinham muito que ver, já tinha passado
o reboliço, estava tudo a descansar, calma e silenciosamente. Falávamos
com os embaixadores e o casalinho estreante, trocávamos ideias sobre as
nossas experiências. O Guardião e a sua Musa estão perfeitamente à
vontade naquele habitat, têm uma regra simples: só se envolvem
sexualmente com casais quando ambos lhes agradam. Ele é hetero, ela é
bi, mas diz que só se envolve com mulheres em contexto de casal em
situações muito próprias. Nós compreendemos a dieta deles e reconhecemos
que a nossa é diferente, mais variada. Fizemos percursos bem diferentes
e aprendemos bastante com isso, continuamos a aprender. A Yin estava a
explicar à Musa como se relacionava sexualmente com mulheres quando o
Guardião acordou e perguntou se ela já tinha beijado alguma “não leste
esta história desde o ínicio”, pensou. E começou a explicar as
diferenças, que todos os beijos são diferentes independentemente de
serem trocados entre mulheres ou homens e que só houve um que não gostou
particularmente. O Guardião quis saber pormenores, ela tentou
explicar-lhe que houve falta de coordenação, como numa dança, como num
idioma em que os pares não se entendem, e que o facto de sentir um sabor
intenso a tabaco também não ajudou. “Beija-me lá para ver se gostas” -
disparou ele de repente. Ela não estava nada à espera, ele insistiu, ela
ficou sem jeito, escondeu-se atrás de uma almofada, disse-lhe que não.
“Porquê? É porque fumo?” voltou a insistir, os outros riam, mas ela
voltou a dizer que não, já tinha beijado outros fumadores e gostado, o
sabor a tabaco não era tão intenso, não gostava era de sentir que estava
a lamber um cinzeiro. Ele continuou a insistir madrugada fora, mas ela
não cedeu.
continua aqui
2 comentários:
Cede! Cede! Cede!... :)
veremos se cede ou não... nos próximos capítulos ;)
Enviar um comentário