Imagem: corbis
Comprar ovos, leite, pão… coisas banais. Estacionei o carro no parque, estiquei os
braços e bocejei, era o último sítio onde me apetecia estar naquele dia ensolarado. Saí, arrastei os pés, peguei num carrinho e lá fui nem feliz nem contente. Apenas fui. Passei por uma série de coisas inúteis em promoção e fui direita ao assunto. De repente, olfatizei um perfume no ar que me chamou atenção, tentei seguir de onde vinha… mas sem grande sucesso. Fiquei a pensar naquele aroma durante uns segundos acabando por esquecer.
Olhei para os shampoos, e as milagrosas características de cada um, e lá veio
novamente aquele cheiro frutado e doce, hipnotizando as minhas narinas e todos os
receptores sensoriais do meu cérebro. Passei os olhos, rodei a cabeça e nada… depressa
interiorizei que iria aventurar-me a descobrir. Deslizei o carrinho em passo acelerado,
passando pelas várias “ruelas” do supermercado e nada. Seria possível? Seria um
truque do além? Encabecei aquela demanda de corpo e alma, pois queria descobrir
o que já me tinha inebriado o espírito. De volta da fruta, entre o ananás, as mangas e
bananas… aquela curiosidade latejava-me na mente… Quem seria?
Por meros segundos, lá senti novamente, coração pulsou e num instinto quase desumano, deslizei o carrinho até aos congelados. Passei rapidamente a pente fino a área com os olhos. Com o nariz aguçado, rodei a cabeça em todas as direcções, como se a presa não me fosse escapar desta vez. E lá estava… escolhendo calmamente entre brócolos e uma macedónia… Estagnei, fiquei qual anime japonês com os olhos brilhantes e com raios de sol a passar nos cabelos. Retomei a mim, e disfarçadamente peguei nos gelados, nos crepes… enquanto de soslaio ia admirando aquele apolo. Um charme derrubador, uma presença, nem que estivesse a um 1 km de distância já se sentia. Por segundos meu olhar cruzou-se com o dele… colapsei, sentia as pernas a tremer, o coração a bater mais alto que os pensamentos e atabalhoadamente, e meti crepes e gelados e profiteroles no carrinho. Saí dali num foguete, e parei num corredor longínquo, arfando, com a mão poisada numa caixa de nestum. Inspirei e respirei calmamente, sem me importar com quem passava ou olhava para mim com ar intrigado.
Lentamente dirigi-me para as caixas de pagamento, receando encontrá-lo, e ao mesmo tempo desejando. Meti-me numa fila qualquer, com o espírito bem longe dali. Ao que me apercebi tinha ficado a pairar nos congelados. Paguei os gelados, crepes… nem queria nada daquilo, e fui para o carro. Arrumei as compras e finalmente sentei- me. E ali fiquei no silêncio. E não parei de pensar naqueles olhos castanho mel, porte atlético, mas sem ter aqueles músculos que mais parecem hematomas… e as mãos… ai as mãos… firmes e delicadas, e continuei por ali a divagar nos pensamentos…
Um calor súbito e delicioso invadiu-me por completo, comecei a deslizar as mãos entre as pernas, e foram subindo por dentro da camisola, toquei nos mamilos deliciosamente hirtos e apalpei a mama com mão. Entre pequenos gemidos, a outra mão deslizou para dentro das calças e descobri a cueca humedecida. Esfreguei suavemente até ficar completamente molhada e sedenta latejando de desejo. Levantei a camisola para cima e apertei as mamas com força, entre um olho aberto e o outro meio fechado vi que a noite já tinha caído e os vidros tinham embaciado. Continuei, mais solta e sem querer saber do mundo à minha volta, arfei de prazer, não ia parar até atingir o clímax. Desci novamente com a mão e desta vez meti-a dentro da cueca. Torturei o clítoris com um dedo em cima dele. Desejei ser polvo e ter mais mãos para me satisfazer. Completamente molhada enfiei dois dedos bem lá dentro e com a outra mão devorei o clitóris. Enquanto me penetrei intensamente, gemia e contorcia-me de prazer no banco do carro. E quase asfixiei quando soltei o grito final de imenso tesão, ao mesmo tempo que me vim e molhei resto da minha mão escorrendo até ao pulso…
Deixei-me cair para trás e inclinei o banco. Respirei ofegantemente e abri a
janela do carro para sentir o ar na cara. Enquanto não parei de sentir o coração a querer pular fora do peito não me levantei. De repente alguém meteu um papel pela janela do carro, que me caiu no colo. Sobressaltada puxei o banco, olhei para todo o lado mas não vi ninguém. Suspirei profundamente, um pouco assustada, peguei no papel e li: “Topei-te nos congelados, liga-me… P.s. quem me dera ter sido esse banco…”
10 comentários:
hummm querida mas texto tão delicioso este...
fiquei duro de imaginar a sena...
beijos gulos em vc...
o prazer da escrita voltou......
viva o prazeres da vida.
Obrigada por partilharem o que sentiram. É muito bom saber que causa bons efeitos.
Ola,boa historia adorei as fotos mto boas mesmo.
Beijos doces
Deusa
:) não consigo deixar de pensar nos congelados todos a derreter... sei quem foi que te topou ;)
É excitante imaginar uma mulher num momento de intimidade destes... A forma como o mesmo é descrito, ainda potencia mais a sensação de desejo...
E sim, também sou da opinião de que há bancos com sorte... :)
Muito bom!
Obrigada a todos. Visto que gostaram haverá mais brevemente.
Ah, e olfatizar é... priceless ;)
Vai haver mais é? Humm...
Que texto,... muito bom.
LOL
ADOREI! ADOREI! Estes são aqueles tipo de textos que nos transportam para outra realidade e nos oferecem um final inesperado.
Realmente a coisa poderia ter sido bem melhor se a fuga do super não se tivesse dado lol
Saudações alienígenas
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