foto por TenderPuffies editada por mim
continuação daqui
Convidou-me para lanchar na casa dela num sábado e eu fui sem hesitar, todo contente e expectante. Tomei banho, perfumei-me com um after shave pavoroso, queria agradar-lhe, ultrapassar a minha timidez naturalmente desajeitada.
Cheguei mais cedo que a hora combinada, mas ela já tinha a mesa posta com uma pequena toalha aos quadrados vermelhos com toda a espécie de doces e bolachas e pão, leite, iogurte… e antes mesmo de comer alguma coisa, ela pergunta-me:
- Tens namorada?
- Não – respondi envergonhado.
- Já tiveste? – voltou ela, a mastigar bolacha com doce.
- Já – respondi prontamente, tendo dúvidas se por trocar cuspo no banco do trás de um autocarro com uma miúda lhe podia chamar isso. Ainda para mais quando no dia seguinte ela não me reconheceu.
- Não – respondi envergonhado.
- Já tiveste? – voltou ela, a mastigar bolacha com doce.
- Já – respondi prontamente, tendo dúvidas se por trocar cuspo no banco do trás de um autocarro com uma miúda lhe podia chamar isso. Ainda para mais quando no dia seguinte ela não me reconheceu.
- Fizeste sexo com ela?
- Não… - disse-lhe baixando os olhos.
- Não… - disse-lhe baixando os olhos.
- Queres fazer comigo? – disparou ela levantando-me o queixo e olhando-me nos olhos. Senti um calafrio espinha abaixo. Não estava a acreditar naquilo. Engoli em seco.
- Ag...ora?...
- Por que não, os meus pais não estão cá e apeteces-me tanto…
Vá-se lá perceber o que ela viu em mim que me tornou apetecível. A verdade é que também ela me apetecia. Muito. E assim juntámos as duas vontades que afinal eram só uma.
A boca era doce. Talvez fosse do doce de pêra com bolacha Maria, sabia bem. Ela fumava, mas não se notava o gosto do tabaco. As nossas roupas voaram rapidamente para fora dos corpos e quando ela viu os meus boxers brancos às cerejas, desatou a rir e exclamou:
- Let’s pop the cherry!
Ainda sinto os lábios à volta da cabecinha, a língua… depois os dentes, ui… mais devagar! Ela engolia-me com gosto e vigor e não demorou muito tempo até eu explodir-lhe na boca. Ia pedir desculpa, mas ela arrebatou-me com um beijo antes de eu abrir a boca. Já tinha provado o sabor daquilo e não tinha achado nada de especial, mas misturado com o dela, ganhava outro paladar.
Quis retribuir-lhe o gesto e fui descendo. Provei devagar aquelas pêras, aquelas duas firmes, redondas, sardentas e doces pêras que ela tinha no peito. Desci mais até ao triângulo de pêlos e aventurei-me entre eles de olhos fechados, sem saber muito bem como lhe poderia dar prazer, mas ela tratou de me ir indicando o caminho até a fazer gemer.
Toda ela me sabia a pêra, ao doce, ao fruto, já nem sei bem. Foi buscar preservativos. Colocou um com a boca. "Sabe a pêra", disse ela, e eu não fiquei surpreendido. Abraçou-me e deslizou sentada sobre mim. Deixou-se ficar assim um pouco imóvel enquanto me beijava e eu curtia aquele lugar quente, envolvente. Depois começou a mexer-se devagar. Delírio. Pensei que não fosse aguentar três segundos sem me vir outra vez. Mas aguentei. Não muito mais que isso, mas lá me fui aguentando. E depois de me vir, ela tirou o carapuço e voltou a lamber-me até eu estar pronto para outra. E passámos a tarde naquilo, a experimentar diferentes posições e formas de amar, até que se fez noite e tive de voltar para casa da minha avó e ouvir o típico “mas por onde é que tu andaste?”. Tinha-me esquecido completamente, no dia seguinte os meus pais voltariam para me buscar. Esperei que toda a gente estivesse deitada para ir ter com ela, mas não estava ninguém em casa ou ela não me ouviu, ou não quis abrir a porta...
Nunca mais a vi. Foi estudar para longe e por lá ficou. Por esta altura, sempre que vejo uma pêra rocha, não deixo de sorrir. Mordo-a com força e saboreio-a com vontade, por entre lembranças daquele Verão.