sábado, 21 de abril de 2012

domingo, 15 de abril de 2012

My own private rain: o Prazer do Duche

foto: chuveiro by Narcisa


Dos prazeres simples e mundanos, o duche é sem dúvida dos meus prediletos, a minha chuva privada (partilhada ou não), completamente controlável em temperatura, intensidade e direção.

Mas se recuarmos um pouco, a água canalizada é uma invenção que nem todas as pessoas viventes conhecem como realidade desde que nasceram. De facto, as casas de banho atuais são privilégios que as casas modestas do tempo dos meus avós não possuíam.
Os cuidados diários de higiene tais como o banho são relativamente recentes na nossa cultura, mas da Mesopotâmia e de países como índia e Egipto, surgem os primeiros relatos de baldes derramados sobre os corpos. Os romanos, danadinhos para a brincadeira, praticavam orgias em banhos comuns. Davam bastante importância à higiene, difundindo as termas e as propriedades terapêuticas da água. Aproveitando os benefícios do líquido, surgiram também os banhos a vapor finlandeses (sauna) e turcos (hamam). Procurei saber a origem do SPA e verifiquei que deriva do nome de uma cidade belga, conhecida no tempo dos romanos como "Aquae Spadanae" também há que se refira a SPA como sendo acrónimo de salus per aquam ou sanitas per aquam (saúde pela água). Curiosamente, na idade média, era crença comum que a água destruía a protecção natural da pele contra as doenças e por essa razão era preferível não a lavar.  Mas muito antes disso já os gregos, para refrescar os atletas durante as olimpíadas, inventavam o sistema de canalização e o chuveiro que deu origem ao duche moderno. Curiosamente, a etimologia da palavra é do francês douche.
imagem: desenho de vaso grego, daqui

Não há nada como tomar um duche quando o cansaço aperta. Um banho de imersão espumante e perfumado, tomado com boa música, sabe muito bem de vez em quando, mas ao preço a que está a água e o gás, torna-se mais económico e prático o belo do duche. Purificador, recuperador de energias, relaxante duche.

Tanto relaxamento, vapor e toque corporal, tornam o duche num lugar propício para soltar a libido. Seja a solo, seja em companhia, a água estimula o sexo, possibilita a exploração numa atmosfera erótica higienicamente incomparável: as gotas de suor fundem-se com as de água e outros fluidos do corpo provocados pela excitação e escorrem pelo ralo após o prazer. Simultaneamente excitante e relaxante, o duche tem sido palco de inúmeras fantasias ao longo dos tempos, apenas limitadas pela imaginação. Manejar o jacto do duche com mestria, alternar água fria com quente, são apenas algumas ideias...

Existem dois tipos de pessoas: as que preferem tomar banho de manhã, e as que preferem tomá-lo à noite. (Ok, três ou quatro tipos, mas não quero falar nas que não tomam banho e das que tomam banho a toda a hora). Eu prefiro tomá-lo antes de deitar, gosto de entrar na cama de corpo e alma limpa, após a festa molhada, exclamada e cantada por cada gota (e por vezes por mim também) da bendita água!

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