sábado, 28 de maio de 2011

carpe somnium [6]

continuação daqui | início

Muda a música e desta vez é “Flight of the Bumblebee” tocado por um violino eléctrico, num ritmo incrivelmente frenético.
A Ângela vem direito a mim em zigue zague, de óculos protectores, bata branca e luvas cirúrgicas, com uma enorme seringa na mão a esguichar um líquido azul e uma expressão perversa na cara, digna de filme de terror. Antes que eu começasse a temer pela minha saúde, surge atrás de mim um aquário de peixes zebra cancerosos, moribundos, a nadar meio de lado. Eu desvio-me, ela enfia a seringa lá dentro, a tentar acertar nos peixes e quando consegue, eles mudam logo de cor, ganham um aspecto saudável e põem-se a nadar que nem uns doidos ao ritmo da música.
- Ena, conseguiste, encontraste a cura, parabéns! – digo eu super entusiasmada. Então agarro-me a ela, levanto-a do chão, abraço-a e beijo-a, agarramo-nos os três e ouve-se uma multidão de aplausos e muitos flashes disparados que quase me cegam.
O cenário muda novamente e eu sei de imediato que isto tem dedinho dela: o templo transforma-se num espaço muito clean, minimalista, com um belíssimo jogo de luz suave e assentos confortáveis e novamente o baixo da Bjork a fazer tremer os subwoofers da minha imaginação.
Estamos as duas completamente nuas, de joelhos, em frente uma da outra, sinto-a a tremelicar e estou surpreendentemente calma, como se estivesse a compensar para abraçar o equilíbrio. Começo a sentir algo a percorrer-me o corpo lentamente, uma coisa externa, olho e estão a nascer adornos nos nossos corpos, parece uma planta trepadeira a crescer pernas acima, a desabrochar flores, muito simples, geométricas… é um metal quente que eu não distingo, e as flores parecem pequenas pedras preciosas muito brilhantes! Mas toda a estrutura é flexível e adapta-se perfeitamente aos corpos… sobe sexo acima, barriga, umbigo, envolve-nos os seios, coroa os mamilos, segue para os braços, mãos, pescoço e termina nas orelhas. Eu fico a olhar completamente embasbacada, e ela diz:
- Gostas? É prata casada com cobre e diamantes.
- Oh, é lindo Ângela… alta joalharia! – ela sorri e eu dou-lhe um beijo terno na face, sinto o cheiro dela a inebriar-me. Dou-lhe um beijo na boca, ao de leve e ela agarra-se a mim, beberica-me os lábios com se fosse um beija-flor, tão bom…

All is full of love…


continua aqui no próximo sábado

quarta-feira, 25 de maio de 2011

provocação gratuita 77


Acabei de abrir as pernas, está calor mas os mamilos estão arrepiados. Apetece-me um banho no mar, algo deserto mas infelizmente não tenho companhia... Seria tremendo aproveitar a água quente a molhar-me e as estrelas a verem tesão, provocação e prazer...

Foto e texto por Pink Poison


sábado, 21 de maio de 2011

carpe somnium [5]


Começo a ouvir os sons que eles fazem. Até são discretos, mas o meu super ouvido onírico é capaz de escutar o roçar da pele como se fosse um avião a levantar voo. Claro que depressa me arrependo do meu ataque de estupidez aguda quando decidi deixá-los sozinhos. Paro de chuchar nas azedas e decido espreitá-los. É que nem sequer preciso de procurar um buraquinho, a minha visão penetra as várias camadas de matéria que nos separam e faço zoom ao que mais me interessa. Oiço a Bjork, numa daquelas músicas que me arrepiam, o que costuma ser um bom indício de qualidade:

You'll be given love
You'll be taken care of
You'll be given love
You have to trust it
Maybe not from the sources
You have poured yours
Maybe not from the directions
You are staring at
Trust your head around
It's all around you
All is full of love
All around you
All is full of love
You just ain't receiving
All is full of love
Your phone is off the hook
All is full of love
Your doors are all shut
All is full of love!
(...)
All is full of love
All is full of love…

Natural, sem corantes nem conservantes, simplesmente lindo e tremendamente excitante. Não resisto a juntar um molho de azedas esfregar-me nos caules. Eles estão mesmo compenetrados a curtir a cena que entretanto mudou de cenário – o quarto luminoso onde os deixei é agora um templo vermelho-alaranjado com cheiro de canela. Estou eu a preparar-me para me pirar e deixar o casalinho dar largas à luxúria, quando ela olha para cima e diz:
- Salta lá daí e vem cá.
- CATRAPUM! - Assustei-me com ela a olhar na minha direcção, com aquela expressão “foste apanhada no teu próprio sonho, não tens vergonha?” dei um pulo e vim cá parar abaixo, fazendo algum estrondo.
Felizmente, caí em cima de um monte de almofadas. Que palhaça, pá. Não sei como raio fiz aquilo, estava a pairar no meio da matéria, e quando ela me chamou, tornou-se instável.

sábado, 14 de maio de 2011

carpe somnium [4]

continuação daqui | início

E de facto, não o quero desapontar. Vou abrir-lhe a porta.
E lá está ela, Ângela McQueen, um pouco desconfiada, sem ainda perceber muito bem no que se está a meter, mas mortinha por descobrir. Nívea, graciosa, irradia uma aura luminosa à sua volta, um brilho infantil no olhar pelo qual eu não posso deixar de me sentir atraída. Uma sensualidade nata, sublime, que eu jamais consegui exalar e não precisa de mais nada para me deixar rendida e a ele também. Faz um ar incrédulo, como se apesar de tudo ainda duvidasse das minhas infalíveis capacidades de persuasão (pelo menos no meu sonho).
Estou com uma fominha de menina… mas contenho-me, não quero ir com demasiada sede ao pote, viro-me para ele e digo:
- Ela quer-te, é óbvio que te quer. Só que tem de ser quando ela quiser, como ela quiser. Mas não é sempre assim que funciona com as mulheres? Por que não fazer-lhe a vontade? Eu consegui resolver o quando, agora deixo para ti o como. – e dirijo-me à porta.
- Onde vais? – pergunta ela.
- Para o telhado - respondo já do lado de fora.

Estou aqui há um bocado, nua, a apreciar a paisagem. Se fumasse, certamente aproveitaria este intervalo para o fazer. Mas como não fumo, desencanto uma azeda para morder. Já agora, encho o telhado de trevos e azedas amarelas fresquinhas. Ui, que são mesmo azedas! Fazem-me tremelicar os olhos e formigueiro atrás das orelhas. Preciso de estar constantemente ligada, não posso vacilar, não posso permitir-me perder a lucidez, adormecer no sonho ou perder a consciência, não sei se o conseguiria retomar. O mais pequeno deslize e PUF!, esfuma-se tudo.

 continua aqui para a semana

quarta-feira, 11 de maio de 2011

chovia...

texto e foto por Pink Poison

Chovia como chove agora e eu desafiei-te:
“Vamos foder na praia…!”
“Com este frio…Não.” vira rolha de champanhe, tamanho e tudo
“É o teu mar, o teu refúgio sem fim, mas está dentro da bolha…” mesmo
assim brrrrrrrrrrrrrrrrr... agora tu podes mudar as coisas =)
“Ah, pois mas isso era na fase antes de ti, agora na fase “dep...”, estou
almareado”
Na areia, e a chover muitíssimo, havia pressa, haviam beijo onde apenas
línguas se roçavam, ficámos de pé, ninguém saberia se sexo seria o fim mas
muitas apalpadelas… Tirei-te a blusa: “Tu matas-me, nós os...., quando
ficamos doentes, ficamos a sério” Nestas condições nao ha doença que
pegue...avança à vontade e eu disse: “ Eu sou a tua doença, a tua febre e
a tua cura” ui... 3 em uma?… Beijei-te o peito, lambi, confesso que a chuvada
me dava mais tusa não era a chuva..era eu, era de me veres de pau teso…
Estavas teso, sem nada encolhido…
“faz-me”
“Faço pois…“ (Com um olhar que irás conhecer depois) mas que imagino com
o olho a brilhar
Estava calma, comecei por rodopiar a língua entre o teu rabinho e tomates, lambi-
os, mexi-lhes, ria-me de prazer, pus uma mão em cada uma das tuas coxas e
chupei só a cabeça, cada chupão, tu estremecias… neste momento tenho a
mão no pau e esta tão teso. tão duro que acredito que quando o sentires
assim...vens-te na hora!
“Agora páro…”
“Mazinha a menina” e mexi-te na cona por cima das calças e tu disseste...
“Anda”
Tomámos um banho quente… acabei o que comecei, e, ups, deixei cair o sabonete…
Viste-me de costas e de uma só vez entraste-me pela cona adentro… e meti-te um
dedinho no rabinho
“Estás tão apertada!“, fodias-me com tanta vontade, tanta tusa que parecia que
íamos explodir… Parei…
“Que foi estás magoada?”
“Não, estou apenas a curtir a tesão monumental que me dás
intelectualmente” e alternava a foda entre o cu e a cona tal como me
imploravas
Começa uma sucessão de orgasmos e tu estavas um bocado espantado…
“Que queres que faça?” sim porque já me tinha vindo 2 vezes
“Que me tires da banheira, tenho as pernas a tremer, que me seques e te
encostes a mim, quero vir-me só de te ter colado a mim…”
“oh, eu faço isso mas colado a ti não consigo… quieto…” impossível ter um
cuzinho encostado a mim e ficar quieto
“Faz concha… enraba-me, dá-me um copo de vinho e uns frutos secos…”
Mais tarde sentei-me em cima de ti, lambeste-me a cona toda, de uma ponta do
rego à outra e eu dizia “meu **zinho, se parares, bato-te” dasss isso é que
não
Vim-me e bebeste (sim, eu tenho esta capacidade orgásmica), daqueles
intelectuais, só destes intelectuais, um Acabámos com uns copos de vinho tinto,
frutos secos, queijo branco com mel, tofu aos quadrados e muita beijoca… nessa
boca boa =D

Desejaste!


domingo, 8 de maio de 2011

carpe somnium [3]


Faz-se noite num céu muito estrelado. O quarto crescente da Lua é uma hammock brilhante para onde voamos os dois. Sabe bem o frio da noite no corpo quente. Ele senta-se nela e começa a baloiçar. Ajoelho-me no chão do céu e paro-o por um instante, para salivar no seu menino e encaixá-lo nas minhas mamas.
Peço-lhe para continuar a baloiçar. Apetece-me embalá-lo, mas não é para o adormecer, antes para o pôr em ponto de rebuçado. Paro-o novamente e começo a explorar com a boca, para ver até onde posso ir com os dentes, onde é que tem cócegas, como prefere ser tocado.
A língua explora os arredores e penetra-o devagar, enquanto as minhas mãos rodopiam no corpo dele, sabe-se lá onde irão parar. Num gesto absolutamente felino, as minhas unhas encolhem, para não o magoar e os meus dedos esgueiram-se para dentro dele, enquanto a minha boca continua a explorar – parece estar a gostar.
Vem-se na minha boca e continuo a lambê-lo lentamente enquanto me vai explorando o corpo. Quando fica novamente em pé, salto-lhe para cima. A lua embala-nos, transformada que está na hammock brilhante, a banhar-nos com a sua luz prateada. Ele lambe e morde-me as mamas e todas as partes de corpo que consegue alcançar e assim ficamos até nos fartarmos. Descemos à terra ainda encaixados, a escorrer um no outro e aterramos nos lençóis de cetim branco a ouvir:
“so let go, jump in
oh well, whatcha waiting for
it's alright
'cause there's beauty in the breakdown
so let go, just get in

- Dlim-dlão – já sei quem é, limito-me a dizer:
- Trouxe companhia. Nem posso dizer que seja uma grande surpresa porque tu já deves suspeitar quem é.

continua aqui para a semana

segunda-feira, 2 de maio de 2011

carpe somnium [2]


Então se é assim, vou aproveitar!
Um belo banho de espuma e pétalas de rosa a ouvir sons da floresta. É, relaxam-me e eu estou mesmo a precisar, estou demasiado excitada. Claro que no meio da espuma não resisto a tocar-me e tento aliviar um pouco a minha tensão. Não consigo. Deixa cá ver… unhas vermelhas, lábios da mesma cor brilhantes mas não colantes e mamilos a condizer. Passo um lápis preto pelas pálpebras ao de leve, só para realçar a cor dos olhos. Lingerie preta transparente e umas meias da mesma cor pela coxa, muito simples. Para completar, apenas uma gabardina preta pelo joelho e uns sapatos pretos de salto razoável.
Espera, vou dar um jeito nesta celulite – belisco-me no rabo e o assunto está resolvido, que maravilha!
Deixa-me só ver o que consigo fazer contra a gravidade – tiro o soutien e as minhas mamas balançam mas não saem do sítio, fantástico! Estupendaça! Ahahahaah! Caramba, sinto-me uma feiticeira com poderes ilimitados. Usá-los assim parece batota. Mas raios, é o meu sonho, não estou a magoar ninguém, só me quero divertir, que mal tem?
Apetece-me dar uma de Leslie Gore, mas a aldrabar a letra toda e cantarolar: it's my dream and I do what I want to do, do what I want to do, doooo what I want to doooooo! you would do it too if it happened to you!
Vou a voar no bólide, tentando seguir o curso da auto-estrada para não me perder. O meu bad boy transforma-se numa carrinha Lancia Lybra azul céu e rasga confortavelmente as nuvens brancas a toda a brida. Vou a comer tangerinas, a ver se acalmo. Isso não me impede de sentir aquele calorzinho na barriga, que sobe por mim acima sempre que alguma coisa me excita a sério. Chego lá num instante, mal tendo tempo para curtir o carro e tenho lugar mesmo à porta. Pego no telemóvel e aviso:
- Cheguei.
- Então sobe. É no último piso, 69…
– Ahahahaha! Roger… - remato armada em agente secreta, a adivinhar-lhe o sorriso.
Apesar de não me lembrar de nenhum edifício tão alto em Aveiro (aquilo é tudo tão plano, se houvesse, via-se) subo ao 69º andar. Lá em cima, uma vista fabulosa sobre a ria dá-me as boas vindas. Esmerou-se. Ah, espera lá, eu é que me estou a esmerar!
Bato à porta.
- Entra. – Respiro fundo e entro em passo decidido, ansiosa por saber se reservei a mim própria mais alguma surpresa. É um espaço bastante claro e amplo, ele a ler recostado numa cama enorme, quadrada, com montes de almofadas. Zero 7 a pairar no ar como um perfume e ele, bonzaço como sempre. Tronco nu, calças de ganga, descalço. Levanta-se e vem na minha direcção. A minha pulsação acelera, tento disfarçar. Gaita, nem no meu sonho consigo controlar o meu corpo, sinto-me corar.
- Olá – diz a sorrir, a 1 metro de mim. Eu ponho o dedo em riste e disparo:
- Deixa-me só avisar, para o caso de não saberes, que não passas de uma personagem sonhada por mim.
Qualquer semelhança com a realidade não é coincidência, mas antes uma forma de eu fazer com que isto seja o mais real possível. No entanto, não te poderei imputar a responsabilidade dos teus actos enquanto estiveres no meu sonho. – Não sei o que me deu para dizer isto de uma assentada, mas parece-me ético fazê-lo. Principalmente para não me enganar a mim própria.
Chega-se a mim, agarra-me pelos ombros. Eu com os saltos e ele descalço, somos da mesma altura. Olho-o nos olhos e esboço um sorriso tímido. Estou a tremer. Olho para o chão de madeira clara, vejo os pés dele. São elegantes, reparo nos tendões desenhando sulcos sob a pele em movimento. Num impulso, dirijo-me à orelha, roçando suavemente a minha bochecha pela dele e sussurro:
- Tens uns pés giros. – Começa a rir, a encolher os ombros em curtas sacudidelas que me fazem lembrar o Mutley. Gosto mesmo do riso dele, caramba. Depois vira-se para a minha orelha e responde:
- Eu sou todo giro. – Pronto, já cá faltava a resposta do Mr. Ego. Mas para quê contestar quando é verdade? Limito-me a sorrir, é assim que me faço entender.
Tentei imaginar esta cena umas quantas vezes, lembro-me que até cheguei a sonhar com isto, mas nunca consegui esta clareza. Nunca me consegui aperceber do exacto momento em que as nossas defesas baixam a guarda. O momento em que a pele vence a distância que separa os dois corpos para dar lugar ao toque que solta o desejo: tocam-se os lábios. Não são muito polpudos, começo por beijá-los com cuidado, mas quando chego à língua… um rodopio de volúpia percorre-me o corpo todo e concentra-se na minha boca. Consigo sentir-lhe intensamente o sabor, a textura, a temperatura, a respiração, e isso deixa-me tonta, a querer enfiar-me mais dentro dele, a querer sorvê-lo para dentro de mim. Foda-se, já andava
há que tempos a esperar por isto!
- Sabes a tangerina – diz ofegante. Sorrio e não resisto a fazer aquele trajecto que há muito me apetece: percorro com a língua o pedaço de pele que vai do seu ombro à orelha e depois vou por aí abaixo, a beijar como quem morde, até ao arrepio. Absolutamente irresistível…
Abre-me a gabardinha. É fácil, é de molas.
- u-U! - Gosto do esgar que faz quando olha para o meu corpo… o soutien abre-se à frente, e as cuecas de lado. Afinal de contas, a lingerie é apenas um véu, quanto mais fácil de desviar, melhor. Mas ele ainda passeia as mãos por cima do tecido transparente por uns momentos, numa antecipação do gozo que é despir uma mulher.
Estou nua à frente dele, só com meias e sapatos. Tira-mos devagar, a percorrer as pernas de alto abaixo, a rir para os pêlos avermelhados da minha púbis.
- Cheiras a tangerina – diz a inspirar o aroma que se solta do coraçãozinho peludo.
- É, estive a comê-las e houve uma que me quis comer a mim… sabe bem tangerina com suco de menina… agora tu - e faço-me a ele, desapertando as calças. O menino dele espreita ansioso para sair das calças:
– Cheiras a… cão man – digo com os lábios encostados à glande. O sexo dele é curioso: moreno e ligeiramente curvado para cima, aparadinho, desafiante.
Agrada-me a ideia de não ter de me preocupar com doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes indesejadas. O sexo dos sonhos é sempre 100% seguro!
Subo pelo corpo dele acima com a língua, até lhe morder o queixo, pego-lhe na mão e digo:
- Anda, quero mostrar-te uma coisa!

continua aqui para a semana