quarta-feira, 27 de maio de 2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

provocação gratuita 56

"Eu não tenho corpo...
eu sou o meu corpo
e o SEXO é... O CORPO INTEIRO!!!!"

Lido no cantinho da Papoila Rubra, provocado por uma citação de Vitor Fuenmayor

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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Luxúria

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A luxúria é o desejo passional e egoísta por todo o prazer sensual e material.

Segundo a Doutrina Católica é um dos sete pecados capitais e consiste no apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes; sexualidade extrema, lascívia e sensualidade.

Em Bhagavad Gita, Krishna disse: é a luxúria, nascida dentre a paixão, que se transforma em ira quando insatisfeita. A luxúria é insaciável e é um grande demónio. Conheça-a como o inimigo. (3.37).

Texto retirado daqui
Foto retirada daqui

Envolta no cetim dos lençóis sinto-lhes a cor, o cheiro, a vontade e o desejo… E quero mais…

Será mesmo pecado?

domingo, 17 de maio de 2009

~ 26

Enviei um e-mail à Nádia, a dizer que o resultado das análises foi negativo. Queria saber se ela estava bem, se já tinha ido ao médico, pedi desculpa por não ter escrito antes por causa do problema da Alice, mas que já estava a melhorar. No fim disse que gostei muito da estadia dela nas Flores e que gostava de repetir.

O segundo mail interessante que recebo é dele. É muito curto e objectivo, pergunta-me se estou bem, deixa-me preocupada com a Alice e diz que gostava de repetir o que fizemos nas Flores. Não sei o que responder, por isso vou adiando a resposta. Tenho trabalhado imenso, isto é cansativo, exige muita resistência e paciência, chego ao final do dia e estou exausta.

~ 25

Inicialmente, ficamos em Manaus, mas depois vamos para a selva, andamos de jipe, de barco, a pé, acampamos em tendas, onde calha.
A paisagem é verde, verde, verde… é outro mundo, as pessoas são um bocado desconfiadas de início, mas depois aceitam-nos bem.
Os telefonemas são contados ao segundo. Temos algum tempo de satélite e aproveitamos para enviar mails e falar um pouco com os amigos e família. O primeiro mail que recebo é da Catarina, a perguntar como correram as viagens e como foi nos Açores. Conto-lhe o que se passou sem grandes pormenores, mas ela quer saber tudo. Depois manda-me outro mail com uma frase que não me sai da cabeça:
"Sabes o que eu acho? Tu não és lésbica coisa nenhuma, tens é assuntos mal resolvidos com homens!"

E eu fico a pensar nisto. Será que ela tem razão? Isto abala-me um bocado. Como é que eu posso testar a teoria dela? Tou no meio da selva com os meus colegas, não me vou envolver com ninguém da equipa.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

~ 24

Acordo, demoro algum tempo a perceber onde estou. Já é de dia. Levanto-me, vou à procura dele e encontro umas folhas escritas à mão, em letras grandes e elegantes:

"If I could only touch your soul
The way I touched your body
I would be the happiest man on earth
If I could be with you forever
Like I'’ve been today
I would be in Paradise"


Era suposto eu ficar impressionada com isto?

Estava a preparar o almoço quando ela acordou finalmente. "Que horas serão?" "Quase meio-dia." "Hã?! Meio-dia?! A pílula, vieram entregar? Por que não me acordaste? Já passaram o quê, umas 12h? Merda, essa merda é mais eficaz se for logo tomada!"
"Tem calma, diz aqui que pode ser tomada até 72h."
"Era só o que me faltava era esta merda, foda-se!"

"Temos de ir fazer as análises. E convém ires ao médico assim que puderes."
Sim, até parece que vão chover médicos para onde eu vou! Anyway, as hipóteses de engravidar depois de tomar isto são muito remotas.

Almoçámos no alpendre, passeámos pela ilha, mostrei-lhe os meus sítios preferidos e levei-a ao aeroporto. Que pena ela ter de ir embora…

Ele despede-se com um beijo cinematográfico que me deixa embaraçada. Sempre fui muito discreta em público, mas soube bem.

A viagem corre bem até Toronto, excepto o gajo ao meu lado que ressona que nem um porco. Ainda bem que trouxe o ipod, mesmo assim, com o volume no máximo ainda oiço o ressonar de fundo. Sinto-me um bocado mal disposta e reparo que tou com uma hemorragia. Nada de grave, parece que é normal depois de ter tomado aquela merda.
Depois encontro o resto da equipa e vamos no mesmo voo para o Brasil, já é bem melhor.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

~ 23

Estranho isto de ser pegada ao colo, não estou habituada. "And now what?" Pois, eu sabia que ele não ia querer ficar por aqui. "Qualquer coisa, desde que não voltes a meter o teu caralho na minha cona".

Eu ri-me. Aquilo era suficientemente vago para eu poder gozar um bocado…

Ele pede-me para me levantar. Pega no vibrador, e pergunta-me "Which one do you prefer up your ass, this or mine?" Mas ele estava à espera que eu dissesse o quê? Se tenho dois buracos, escolho os dois, mas desta vez, ele fica com o de trás, que eu não quero cá mais surpresas. Foda-se!
O gajo é um bocado grande, mas eu gosto, é uma mistura de dor e prazer muito intensa.

Pus-me a pensar como seria estar com ela e outro homem. Estava mais que provado que ela daria conta do recado…
Pensei também que esta tinha sido a melhor sessão de sexo a dois que já tinha tido. Boy, ela deixou-me completamente louco! Exausto, satisfeito, estendi-me na cama a descansar.

Ele não tem pentelhos, é impressionante! Uma vez rapei os meus todinhos, andei três dias com montes de comichão, jurei para nunca mais.
Gosto de manter um montinho na parte de cima, gosto de os puxar às vezes, mas isto assim dá imenso jeito para lamber e morder, e chupar… sabe um bocado a borracha, mas não tem nada a ver com o pseudo-pau do outro filho da puta com quem andei, isto é um caralho a sério! Tenho de lhe agradecer…

Eu estava exausto, mas o Johnny não resistiu às carícias dela e começou a erguer-se. Unbelievable! Ela estava a esforçar-se, dava para perceber que não tinha prática, mas a intenção era boa.

"Ouch! Be carefull with your teeth! ". Prática não é o meu forte, mas eu aprendo depressa.
Em breve ela apanhou o jeito, mas quando eu estava quase a explodir, ela parava. Tive de lhe implorar para não parar, estava a ficar doido.

Ela sorriu como quem se prepara para alguma, pegou no vibrador, enfiou-lhe um preservativo…
… e enterrei-o no cú dele. Pelos vistos gostou, porque se veio logo de seguida.

Engulo um bocado da nhanha sem querer, sabe a ranhoca. Esta parte era dispensável, mas pelo menos não me engasgo.

Ela era mesmo surpreendente! I loved it!

Encosto a cabeça à barriga dele e deixo-me estar a ouvir os intestinos dele a funcionar e a olhar para aquele bicho estranho, agora murcho e inofensivo. Começo a entender o fascínio dos homens pelo membro.

Ela ficou assim, e eu deixei-me estar também, adormecemos e acabei por acordar com a campainha. Era o Ernesto, teve de ir e voltar porque ninguém estava disponível para fazer a entrega àquelas horas da noite. Meu fiel Ernesto, sempre disponível!... Ela estava tão bem a dormir que eu deixei-a estar. Fiquei a olhar para ela, a dormir num sono profundo, aproveitei para escrever um pouco. Depois ainda fiz yoga antes de me juntar a ela para dormir um pouco. O teto podia desabar que ela não acordava, eu acordei com a primeira luz do dia e ela continuou a dormir, impressionante.

~ 22

"Tem lá calma, vou telefonar a um amigo meu que é médico e tu falas com ele, vai ficar tudo bem." Não entendia porque é que ela estava tão preocupada com as doenças, uma vez que não se protegeu minimamente quando esteve com a Alice, mas achei melhor não o dizer, para ela não se enfurecer de vez.

Falo com o médico ao telefone. Ele faz-me uma série de perguntas, algumas das quais eu não sei responder, tipo quando foi a data do último período. Depois diz que me vai enviar o contraceptivo e explica-me como devo tomá-lo. Pergunto-lhe sobre as doenças e ele diz para passarmos no dia seguinte no posto de saúde para fazermos análises. Dentro de meia hora no máximo tenho o assunto resolvido. Respiro de alívio…

Preparei um chá calmante para os dois, para ajudar a digerir o que se passou. Ela acalmou mais, depois de falar com o Tomás.

Falo-lhe sobre a minha família para ele perceber por que me passei. "Nunca conheci o meu pai, a minha mãe nunca se preocupou comigo, fui criada pela minha avó que tinha a mão bastante pesada e assim que pude, pus-me a milhas. Jurei que nunca vou ter filhos, porque está mais que provado que existe na minha família uma incapacidade genética para tratar bem deles."

Ela estava sentada na rede com um roupão leve vestido. E eu com uma enorme vontade de lhe saltar em cima outra vez, mas sabia que tinha de ir devagar. Ainda tínhamos algum tempo antes de alguém chegar, por isso convinha aproveitar.

Ficou um ambiente estranho agora. "Esperamos pelo Ernesto, ele não deve tardar".

"Não te preocupes, vai correr tudo bem." A última vez que um gajo me disse isto, não correu nada bem. Será que eu não sou capaz de aprender com os meus erros?"

"A sério, confia em mim". Percebi que frases feitas não resolvem nada. Decidi investir no toque, ela respondia muito melhor assim.
Comecei pelas mãos, olhei-a nos olhos, ela estava tão ansiosa como eu para recomeçarmos, mas estava a deixar o medo falar mais alto.
Abracei-a, rocei a minha face pela dela, beijei-a na testa e dei-lhe algum tempo para ela decidir agir.


Fogo, ele é mesmo irresistível! Acocora-se aos meus pés, pega-me nas mãos, olha-me com aqueles olhos azuis irresistíveis e despe-me por dentro. Abraçamo-nos, sabe tão bem! Depois eu não resisto e beijo-o. Não sei porque faço isto, vou novamente meter-me na toca do lobo, mas não resisto. Não precisava de ver o pau dele espetado para perceber que está pronto para outra. Mas desta vez não o vou deixar foder-me, ai não vou não!
Em vez de tentar espetar-me, ele decide investir novamente na minha cona. E desta vez a tia Antónia não me valeu e vim-me à força toda!
Muuuuito bom!


Desta vez ela não se retraiu e deixou-se ir. Linda menina! Depois peguei nela e levei-a para a cama.

~ 21

“Sim, se usares preservativo”. Ele sorri e diz-me para tirá-lo debaixo da almofada. Estou a cair que nem um patinho nas garras dele, mas a esta altura do campeonato, já não me importo. “Are you sure?” “Sim, I’m sure, anda lá com isso!”
A música das baleias desaparece para dar lugar a Sadness dos Enigma, não sei se na realidade ou só na minha cabeça.




O que se seguiu valeu bem a pena todo o esforço que eu tinha feito e muito mais. Quando ela decidiu colaborar… e depois quando decidiu dominar…Eu sabia, desde o primeiro momento em que a vi, que nos íamos dar bem na cama. Consigo sentir isso no primeiro contacto que tenho com alguém, é pura química.

É bom, é quente, envolvente… um bocado lento para o meu gosto. Decido tomar o controlo da cavalgada e perco completamente o controlo de mim, nada mais importa a não ser aquela cena, a casa podia cair, podíamos estar no meio de uma multidão que eu continuava com o mesmo empenho.

Eu tentei controlar-me, mas chegou a um ponto que não conseguia mais, pedi-lhe desculpa, mas ela parecia não se importar nada, aliás, ela continuou como se nada fosse, e eu deixei-me ficar. Peguei num vibrador pequeno, enfiei-lhe um preservativo e apontei-o ao rabo dela e fi-lo entrar devagar. Ela protestou um bocado no início, mas depois aceitou e começou a vir-se estrondosamente.
Ela era tão boa que dali a pouco eu estava pronto para outra, sem sair de dentro dela, e continuei até me vir novamente.
Ela ficou finalmente exausta, a viajar algures pelo espaço, numa qualquer lua de Saturno.
Então reparei que o preservativo desapareceu dentro dela.

“Terra chama Nádia, o preservativo ficou dentro de ti” Hã? FODA-SE!! Começo a procurar desesperadamente pela porcariazinha de latex.“Merda, como é que isto foi acontecer!” “Porra, não é suposto teres de sair logo e segurares esta merda?! Foda-se!” Vou furiosa para a casa de banho, vai ser lindo se esta merda não sai, até me passo! Tava a ser bom demais! “Eu vou chamar o médico”. “Espera, não é preciso, já consegui tirar!” Foda-se, esta merda espalhou-se toda, NÃO ACREDITOOOO!

Ela grita comigo furiosa, por causa das doenças e porque não quer engravidar e eu tento acalmá-la sem grande sucesso.

“Caralho, eu devia ter visto que isto ia dar merda! Quem me manda a mim ser assim? E agora? Quem é que me diz que tu não tens uma DST? Preciso de contracepção de emergência! Existe alguma farmácia neste fim de mundo? Como deves calcular, eu não tomo a pílula, nunca precisei disso! Eu não posso correr o risco de engravidar, ouviste? Mas porquê que eu havia de me meter com um gajo?”

~ 20

Comecei pela barriga, mordiscando e lambendo, devagar, e fui descendo, passeando pelas coxas, pelas virilhas, rodeando, rodeando…

“Do you like it?” Isto irrita-me. Não é coisa que se pergunte numa altura destas. “Cala-te e chupa!” saiu-me assim de repente. Sempre quis dizer isto, mas nunca tinha tido oportunidade. Ele sorri de novo e mergulha a língua em mim.
Ok, Nádia, concentra-te, controla a respiração, pensa na tia Antónia a dar-te beijos! Ele é muuuito bom com a língua, mas eu tenho que o deixar dar ao maxilar durante bastante tempo, cansá-lo…

Estive mais de meia hora a tentar que ela colaborasse, o máximo que consegui foi acelerar-lhe a respiração. Não entendo, parecia estar a fazer de propósito, what's the point? Fui buscar um vibrador, mas ela recusou, disse que não havia problema, que estava cansada, que era melhor tentar noutra altura. Ela era mesmo difícil de contentar!

A frustração dele não é tão satisfatória como eu pensava. Tento mudar radicalmente de postura, mesmo sabendo que me vou estar a meter na boca do lobo.

Fiquei bastante decepcionado com a falta de colaboração dela, estava à espera de alguma entrega, mas ela parecia estar a fazer-me um enorme favor. Estava a pensar como havia de dar a volta mantendo o que tínhamos combinado, quando ela começou a quebrar as regras.

“Posso fotografar-te?” Ele aceita, claro. Afinal de contas, um corpo bonito é um corpo bonito, independentemente de ser feminino ou masculino. E o dele era lindo. Músculos bem definidos, poucos pêlos… comecei a fotografar pormenores, olhos, cara, pescoço, ombro, mamilo, umbigo… consigo ver a excitação dele dentro das calças, peço-lhe para as tirar. “Are you sure?” Pelos vistos, o gajo quando está excitado perde a capacidade de falar português, o que até me agrada, porque deixa de ter aquele sotaquezinho irritante. Sem o sotaque ele soa muito melhor.Engulo em seco. Não é que ele seja grande, tenho vibradores maiores, mas este é de carne, e está agarrado a um corpo que eu não controlo… Começo a fotografar-lhe as costas, o rabo…

Não resisti, encostei-a à parede e beijei-a. Consegui finalmente beijar-lhe a boca. Funny, beijei-lhe primeiro o sexo que a boca, nunca me tinha acontecido.

Beija-me. A boca dele é enorme, sinto-me um bocado perdida, a língua dele impõe-se, não estou habituada a isso, luto por me impor, geralmente não tenho dificuldades. Mas é bom. Já não me intimida olhar para ele tão de perto. Sinto-lhe a respiração acelerada, a pupila dilatada, a íris muito clara, cristalina… já não me preocupo onde é que isto vai dar, só sei que vai ser a um lugar bom.

Atirei-a para a cama. Tinha chegado a hora da verdade, de ela decidir o que queria. Puxei-a para mim, confrontei-a com o sexo doido para entrar dentro dela. “Do you want me?” Ela acenou que sim com a cabeça timidamente. “Say it!

~ 19

Ela esteve mais de meia hora no banho, quando saiu embrulhada na toalha, tinha os dedos engelhados. Sugeri uma sessão de massagem que ela aceitou com alguma desconfiança. Escolhi um óleo de cacau e amêndoa comestível, delicioso… Comecei pelos pés. Tinha feito bastante uso do curso e a experiência acumulada ajudava.

Bolas, ele é bom! Mas eu não vou deixar transparecer isso tão depressa. As baleias desconcentram-me, o que é bom. Porque se eu me concentrar, sou muito bem capaz de me vir com estas massagens. Não lhe posso dar este gostinho, era demasiado fácil…

Subi para as pernas, ela abriu a toalha… tive de me esforçar para me concentrar, fi-la virar-se de barriga para baixo, massajei os gémeos, os adutores e os glúteos, com o maior dos profissionalismos, mas insistindo junto às virilhas. Ela parece um pouco insensível aos meus esforços.

Quando era puto, só pensava em mim, em satisfazer rapidamente as minhas necessidades e depois então pensava em quem estava ao meu lado. Agora consigo controlar a minha urgência, pensar primeiro nela e só depois em mim. É na satisfação dela que reside o meu primeiro prazer.

Massaja-me as costas, o peito, o pescoço, a cabeça, enfim, serviço completo. Ele está a controlar muito bem a testosterona, estou a gostar.

“Fecha os olhos” Ela olha-me com um ar desconfiado. “Vá lá, confia” Pelos vistos, a última vez que ela ouviu isto de um homem, as coisas não resultaram muito bem.

Quando olho, ele já está sem camisa e avança sobre mim. Eu páro-o. “Quero ver como te safas com a língua lá em baixo” Ele sorri. “Como queiras”. Kiss, do Prince seria a música perfeita para este momento, mas eu duvido que ele goste de Prince...




Parecia haver qualquer coisa que não batia certo, ela estava a evitar-me, a avançar e recuar, que irritação!

~ 18

Ele disse casinha? Isto é uma quinta enorme! Cada pessoa por quem eu passo sorri e cumprimenta-me, fazem-me sentir especial. Paramos finalmente junto a uma pequena casa junto a uma escarpa. Tem uma piscina natural escavada na rocha, espectáculo!

Ele aparece à entrada, vestido de branco, com aquelas calças e camisa largas, tipo pai de santo ou o caralho, muito relax, completamente diferente de quando o vi com lacinho e smoking, até o cheiro é diferente, mais doce… é bom na mesma.
Ela estava super entusiasmada, falava pelos cotovelos, dizia que estava apaixonada pela ilha, que tinha de voltar com mais calma, sugerir uma reportagem… Descarregámos a bagagem dela. Pouca coisa, para quem vai ficar 3 meses fora de casa. Mas também, na floresta, com certeza que não vai usar alta-costura nem vários tipos de calçado.

“Bem, grande produção! Costumas trazer para aqui todas as tuas conquistas, é?” “Não, só as especiais” diz ele, e pisca-me o olho. Realmente, não se poupa a esforços para impressionar, o sítio é lindo, integra-se perfeitamente na paisagem, no interior a decoração é rústica mas com toques de sofisticação, é tudo perfeito. Nunca ninguém se tinha dado a tanto trabalho para me impressionar, geralmente sou eu que tento impressionar, nem sempre com grande sucesso. Quem pode, pode…

“Queres comer alguma coisa?” “Não, obrigada, comi no avião.” Sugeri então que ela se pusesse à vontade, que tinha um banho à espera, o que lhe agradou.




Que raio de música tão estranha. “São baleias no oceano, gostas?” digo que sim. Ele que não pense que eu me vou render assim tão facilmente.O banho é uma delícia, ele deixa-me completamente à vontade, alguns dos meus receios já se desvaneceram, mas ele que não pense que eu vou ser fácil…

~ 17

Começo a preparar o ambiente para a receber. Espalho pot pourri feito com flores da quinta, preparo as velas…

Primeira classe, o gajo comprou-me um bilhete em top executive! Nunca na minha vida tinha voado em primeira, direito a almoço e champanhe!Uma pessoa pode habituar-se a isto facilmente! A viagem corre bem, numa hora tou em Ponta Delgada. Ligo ao João a dizer que já cheguei e que correu tudo bem e ele diz-me que a Teresa tá à minha espera. Faltam 3h para o voo das Flores e ela vai guiar-me um pouco por S. Miguel.A viagem para as flores já não é em 1ª classe e demora quase tanto tempo como de Lisboa a S. Miguel. Mas quando saio do avião, vejo que vale a pena…Do aeroporto, vê-se a ilha do Corvo. Tou no ponto mais ocidental da Europa. Isto é lindooo!Faço questão de dar a volta à ilha, filmar e tirar montes de fotos, pois não sei se vou ter essa oportunidade mais tarde. A ilha parece ser pouco maior que Lisboa, mas o tamanho é a única comparação que se pode fazer. Tudo o resto é único, muito azul do céu e das hortênsias, ar puro, magnífico!

O Ernesto liga-me a dizer que finalmente vêm a caminho. Preparo-lhe um banho com sais relaxantes e pétalas de rosa. Está tudo a postos para a receber.Ela chega no jipe com o Ernesto, tenho de controlar a minha excitação, pareço um puto.

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terça-feira, 12 de maio de 2009

~ 16

Conseguiria eu viver ali o resto da minha vida? A quinta dá imenso trabalho, o meu irmão bem que gostaria de uma ajuda, podíamos apostar mais no turismo ecológico, dar aulas de ginástica… mas e a Academia? E as aulas na universidade? E a agitação londrina, a oferta comercial e cultural? Fui nadar. A temperatura da água estava óptima. Debaixo de água o mundo é diferente…

Não consigo resistir à tentação, nem que seja para conhecer os Açores. Para quem já teve nos cinco continentes, é um bocado estúpido nunca ter ido lá.

Depois de um bom passeio a cavalo, recebo o tão esperado telefonema: “Ok, eu vou. Com uma condição: não fazes nada que eu não queira. Sou cinturão castanho em karaté, não te queiras meter comigo!” Fartei-me de rir! Tratei logo de reservar a passagem, consegui lugar para o dia que ela queria, em top executive. “Fico muito contente por aceitares, boa viagem!”

Consigo negociar a minha ida com a produtora de modo a estar lá no mesmo dia que o resto da equipa. Onde é que eu me vou meter?. . .

segunda-feira, 11 de maio de 2009

~ 15

“O gajo o quê?!” A Catarina não queria acreditar. “Se fosse eu minha linda, não pensava duas vezes! Açores! O tipo é bom até dizer chega, tem bom gosto, ainda por cima Flores, nunca lá fui, mas dizem que é só a ilha mais bonita do arquipélago! Do que é que tu tens medo?” “E se o gajo me fode? Aquilo deve ser no cú de Judas, a milhas da civilização!” “Ó filha, tu sabes muito bem defender-te, com tantas artes marciais, tenho a certeza que por mais força que ele tenha, não consegue obrigar-te a fazer nada que não querias. E será que é assim tão mau se ele te foder? Além disso, a ilha é muito pequena, em meia hora estás do outro lado e toda a gente se deve conhecer” “Mas eu não te percebo, quando foi com a Alice, fartaste-te de me chatear para ter cuidado e agora és toda pró?” “É diferente, tu estavas a querer passar por cima do tipo, agora pelo que me dizes, a própria tipa é a favor” Esta Catarina tem com cada lógica… no entanto, é a pessoa mais sensata que eu conheço e em quem eu mais confio.

Não posso deixar de ligar à Alice. Pergunto-lhe como tá, ela parece-me cansada. Falo-lhe da proposta do João e pergunto-lhe se ela já lá foi, ela diz que ainda não teve oportunidade e pergunta porquê que eu ainda não marquei a passagem. Eu explico a cena do trabalho. Ela diz que isso é só uma desculpa, que se eu me deixar de merdas que consigo conciliar isso e que se a produtora não pagar a viagem, ela paga.

Açores… o sítio mais perto do paraíso que eu conheço. As Flores então, é Natureza pura, exerce um efeito verdadeiramente purificador em mim, sempre que posso, gosto de escapar para lá. O calor das pessoas, paz, inspiração, gosto de ler lá.
Para ser perfeito, só mesmo ela vir.

Eu quero ir, mas tenho medo. É verdade, detesto admiti-lo, mas é demasiado tentador…

domingo, 10 de maio de 2009

~ 14

O resto da noite foi mais ou menos pacífico. O concerto foi memorável, como sempre aliás, mas este teve um gostinho especial. A Alice tem uma canção com o soneto Amar! da Florbela Espanca, o arranjo musical é muito bom, e o tema vem bem a propósito do que tínhamos estado a falar ao jantar:

“Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...”


Era das poucas músicas que ela cantava em português, e eu já lhe tinha dito que devia cantar mais, porque o fazia muito bem. Assim que começaram os primeiros acordes, pedi à Nádia para dançar comigo, ela recusou prontamente com a boca mas aceitou depois com o corpo, mal eu a cheguei para mim. Até tirou os sapatos… Ela dava-me imenso tesão.

A música é muito boa, gostava de fazer um clip, estou a imaginar um campo de flores silvestres e ela no meio, a flor mais linda!
Ele cheira bem. É mais do que evidente que existe tensão sexual entre nós, o que me assusta bastante, a última vez que isto me aconteceu em relação a um homem não correu nada bem. Mas aquele convite não me sai da cabeça. A Catarina vai ter muito que ouvir, nem que eu tenha de ir ao atelier chateá-la!

Tive a ver os vídeos. O gajo não é muito de falar sozinho. Pronto, é um homem agarrado ao pau e aos binóculos, até podia aproveitar alguns planos para um remake do clip do Billy Idol, mas não é nada de especial… nem sei por que me dei ao trabalho, mera curiosidade, se fosse uma gaja era com certeza bem mais interessante.

No vale dos lençóis, fecho os olhos e sorrio. Depois venho-me a pensar nele e em como ele poderia dar-me prazer… acho que isto é tudo uma grande estupidez. Não quero pensar mais nisso. Tenho de canalizar os meus pensamentos para o trabalho, a viagem vai ser altamente!

No duche, venho-me a pensar naquele decote indecente, na vontade que tinha de a comer em cima da mesa, desejando que ela aceitasse a minha proposta e que me deixasse fazer tudo o que tinha em mente com o corpo dela. A Alice chegou muito tarde e completamente high. O pior foi depois, quando o efeito passou… Tinha de ajudar a livrar-se do vício, mas o pior é que ela não admitia que precisava de ajuda, e eu tinha passagem marcada para o dia seguinte.

~ 13

“Eu vou para os Açores amanhã, não posso adiar mais a passagem, vou lá ficar uns dias sozinho. Tenho uma casinha nas Flores, onde a minha mãe nasceu. Gostava que fosses lá ter comigo. É só dizeres o dia e eu marco a passagem.”

!?! Estou a tentar não parecer impressionada. “Lamento, mas como te disse, para a semana vou para a Amazónia, tenho viagem marcada, ainda tenho montes de coisas para tratar e tenho de ir com a equipa, temos montes de equipamento para levar e…”

Ela ficou mesmo speechless. Depois desenvolveu um chorrilho de desculpas. “Vá lá, ainda por cima fica a caminho. Podes pelo menos tentar alterar a passagem, apanhar um voo para os States ou para o Canadá e daí vais para onde quiseres. Ainda chegas primeiro que os teus colegas, se for preciso. Um dia, não te peço mais que isso.”

“Um dia para quê? Não penses que me compras com uma viagem aos Açores, eu não sou nenhuma puta, tá bem?”

Ela quando quer sabe ser dura. Mas eu não estava disposto a desistir tão facilmente. “Muito pelo contrário, a ideia é eu ser o teu escravo sexual, deixa-me provar-te que não preciso de usar o meu «pau» para te enlouquecer de prazer.”

Tou a beber, e engasgo-me. Não são conversas para se ter à mesa, não consigo comer nada. Será impressão minha ou isto saiu de um filme qualquer? É demasiado irreal. “Como é que eu posso confiar em ti? Eu não te conheço! Como é que eu sei que não chego lá e no meio do nada tu decides violar-me? Como é que eu sei que tu não és um serial killer?”

“Olha para mim. Olha-me nos olhos e diz-me se vês um violador ou um serial killer.

Eu sempre tive péssimo sentido para avaliar o carácter das pessoas à primeira impressão. Geralmente quando embirro com alguém, é porque é boa pessoa. Aconteceu com a Catarina, a primeira vez que a vi achei-a super convencida, insuportável.

“Tens de confiar em mim, eu jamais faria alguma coisa que não quisesses. Fala com a Alice, ela conhece-me bem. Pensa nisso.” E decidi não insistir mais. Percebi que era tudo uma questão de tempo, de a deixar pensar sobre o assunto. As cartas estavam na mesa, era a vez dela decidir se queria jogar ou não.

Pois, mas eu também não conheço a Alice assim tão bem…
“É estranho para mim essa vossa relação, tão… aberta. Vocês não têm ciúmes?”

Tenho ciúmes do tempo que ela passa com a agente, com os músicos, com os fãs… não tenho ciúmes dos encontros sexuais dela com outras pessoas. É estranho isso? Talvez. Nós baseamos a nossa relação na sinceridade, procuramos ser sempre honestos um com o
outro. Não ia gostar que ela fosse para a cama com alguém e não me contasse, isso sim, seria uma traição.

“Mas agirias assim com alguém que amasses?”

“Eu amo a Alice. Lá por não querer passar o resto da minha vida com ela não significa que não goste a sério dela. Eu não acredito na monogamia, o ser humano não foi feito para conhecer apenas um parceiro sexual e passar o resto da vida com ele, nós gostamos de variedade e evoluímos com isso. O problema está em saber gerir os sentimentos e as relações com honestidade. Podes dar maior prova de amor a alguém do que aceitar que essa pessoa escolha com quem quer estar? Não é puro egoísmo quereres a pessoa que amas só para ti? A fidelidade não pode ser um conceito a que se fica preso, cheio de medo de cair em tentação. Fidelidade tem de ser um sentimento recíproco de honestidade e compreensão. Honestidade para assumir o que se quer e o que se pensa e compreensão para entender o que os outros querem e pensam.”

É um ponto de vista. Até parece fazer sentido, mas eu não sei. Este jantar está a deixar-me confusa, ele exerce uma influência estranha sobre mim que eu não consigo controlar, tenho um bocado de medo disso.

~ 12

“O vídeo está no gravador”, disse-lhe, e desta vez sou eu que faço o olhar desafiador. Notei alguma dificuldade da parte dela em olhar-me nos olhos, o olhar dela é sempre fugaz.

Verifico que realmente o vídeo está lá. Qual é a ideia dele, afinal?

“Eu sei que não te sou totalmente indiferente, se assim fosse, não estavas aqui.”

“Tou aqui porque preciso do gravador”.

“Certo, mas não te ias dar ao trabalho de te vestir assim se não me achasses interessante. Não vale dizer que é uma noite de gala, porque da outra vez deste bem a volta ao texto, não te vestiste assim… esses sapatos então, aposto que te estão a incomodar bastante. Se não é interesse, o que é isso?”

Que lata! “Porque acho divertido, faz bem à auto-estima de qualquer pessoa sentir-se desejada. Apeteceu-me provocar-te um bocado, e pelos vistos resultou.”

“Não posso dizer que não tenha resultado, estás realmente deslumbrante, não vou dizer que não me passou pela cabeça possuir-te aqui em cima da mesa.”

O meu coração dispara. “Estás a ver por que é que eu prefiro as mulheres? Os homens são tão básicos! Não podem ver um decote querem logo enfiar o pau! Depois vêm-se uma vez e pronto. Não conseguem pensar com as duas cabeças ao mesmo tempo! Vê-se mesmo que foi um gajo que inventou a expressão «orgasmos múltiplos», simplesmente porque enquanto uma mulher se pode vir uma série de vezes sem descanso, os homens não!” Isto acaba de me sair da boca e eu já sinto que exagerei. Até fico com pena dele, coitado. Fica uma eternidade a olhar para mim sem dizer nada, o que me incomoda bastante, mas desta vez consigo manter o olhar no dele, a controlar a respiração, até ele sorrir.

Ela estava brava. Conseguia sentir-lhe a respiração acelerada. Achei melhor não alimentar aquela discussão do sexo dos anjos que não nos ia levar a lado nenhum. “Explica-me lá qual é o teu trauma com os homens. Já foste para a cama com algum?”

“Já. Mas nenhuma das minhas experiências sexuais com homens foi satisfatória.”
“Com quantos homens já foste para a cama?” - pergunta-me ele.
Um. E chegou bem. “Com vários”.

Perguntei quantos, mas ela foi evasiva. “Não julgues os outros todos por causa desses. Devias dar-me uma chance.”

“Mas olha lá, tu por acaso alguma vez tiveste alguma experiência sexual com um homem?”
“Já.” – Por esta é que eu não esperava. É que não esperava mesmo!

Ela ficou atónita. Agora era eu quem se estava a divertir.

“Tás a gozar! Já levaste no…”

“Não, mas não invalido à partida essa possibilidade.”

Caralho! O gajo tá a falar a sério?!

Foi muito divertido ver a reacção dela. Era por isso que eu a achava tão… sugestiva.

“Mas, porquê eu?”

“Por que não tu? És diferente, ainda por cima lésbica… e eu adoro mulheres impossíveis. Tive de andar imenso tempo atrás da Alice para ela me deixar entrar, não imaginas como ela foi fácil para ti.”

“Não vou negar que sinto alguma atracção, mas isso não chega. Tu tens um pau, e isso desqualifica-te à partida, lamento.”

“Tens medo do meu pénis?” Devo ter dito isto com um ar de gozo, por que ela olhou para mim com desdém. Tentei apaziguar o diálogo: “Ouve, eu não preciso de o usar para satisfazer uma mulher. De facto, quero provar-te isso.”

“Ai sim, como?”

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~ 11

Estranho, sinto-me poderosa, linda, mas ao mesmo tempo frágil e insegura, isto não é normal… devo estar a ficar maluca, os saltos dos sapatos desequilibram-me as pernas e os miolos. Vou a cantarolar Brass in Pocket dos Pretenders na minha cabeça, a ver se me convenço que sou mesmo boa e especial, mas está difícil.

Ainda por cima isto é calcetado, caraças… eu sabia que me ia arrepender.
O que vale é a vista do rio, a outra margem toda iluminada... 
  
43 minutos depois da hora marcada, lá estava ela. Mas seria mesmo ela? Bem, que transformação! Abordo-a mais uma vez por trás, enquanto ela olha estarrecida para o rio.

"Bela vista!" ele quase que sussurra ao meu ouvido. Bolas, sinto um arrepio… ele até que tem um bom timbre, não fosse aquele sotaquezinho irritante.
O restaurante é muito fixe, modéstia à parte, tenho bom gosto, mas eu só cá tinha vindo uma vez, é caro e só é bom para se comer com os olhos, quando não se tem fome. Espero não encontrar ninguém que eu conheça.



Ela estava mesmo deslumbrante, fiquei surpreendido. O vermelho escuro era definitivamente a cor dela. Agradou-me pensar que ela se produziu assim para mim, mas talvez fosse pretensão minha. Ou talvez seja pura provocação.


Começamos por falar de viagens, dos sítios por onde já passámos. Eu digo-lhe que já conheço meio mundo à conta do trabalho e daqui a uma semana vou para a Amazónia fazer um documentário sobre o abate ilegal de árvores e o impacto que isso provoca nas tribos e em todo o ecossistema. É uma cena que me entusiasma falar do meu trabalho. Falo-lhe de mais alguns projectos em que estive envolvida, alguns dos quais ele viu o resultado final. Ele pergunta-me o que me prende a Portugal. "Lisboa é um vício" digo, e ele entende e concorda. Fico a saber que afinal ele tem dupla nacionalidade, filho de mãe portuguesa e pai inglês. Tendo isso em conta, ele até nem fala mal. "Falo com a minha mãe e irmãos, leio bastante em português e venho cá sempre que posso". Tem uma academia de ginástica com um sócio e tem montes de dinheiro, pelo que posso entender.

Que decote, my God, atrás e à frente, era de perder a concentração. Só me apetecia saltar-lhe em cima. Tentava não olhar para os seios dela, mas era inevitável.

Isto é divertido, ele não tira os olhos do meu peito! As minhas mamas devem ter um poder magnético que eu ainda não tinha descoberto. Maravilhas do wonderbra invisível… os homens são tão básicos!


"Ok, isto é tudo muito interessante, mas eu gostava mesmo de saber se trouxeste o gravador, como prometeste." Ela olhou-me com olhar desafiador. A maquilhagem realçava-lhe os olhos verdes escuros que eu até então ainda não tinha reparado. Fui ao bolso do casaco e pus o gravador em cima da mesa.

Respirei de alívio! A brincadeira ia sair-me cara se eu não devolvesse o gravador a tempo. Óptimo! "Muito obrigada!" Meto o gravador dentro da ridícula bolsa minúscula que o Paulo me impingiu e dou graças pela miniaturização da tecnologia.

"Agora em relação ao vídeo, foi estranho ver-me a mim próprio, dancing with myself, não estou nada habituado a ser filmado, muito menos a ver-me em filme. Calculo que queiras ver também." Ela divagou um pouco, disse que se não tivesse curiosidade, não tinha posto lá as câmaras, mas que não está disposta a dar nada em troca por isso.

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~ 10

A Alice liga-me. Pede desculpa pela figura que fez na véspera espera poder compensar-me para a próxima, tão querida. "Já sei que vais jantar com Johnny, fazes muito bem, ele tem uma surpresa para ti, espero bem que aceites!" - Fico curiosa.
Tou preocupada com o que hei-de levar vestido, isto não é normal. Apetece-me provocá-lo, não sei muito bem como, mas aposto que o Paulo sabe.
Vou ter com ele, é Domingo e isto é uma emergência. Ele adora estes desafios. "Transforma-me numa mulher atraente." Ele desata a rir e começa a fazer uma série de perguntas a que não me apetece responder, digo-lhe apenas que vou jantar ao Spot com um homem e quero provocá-lo.
Temos de negociar muito bem as cores e os acessórios. A parte que mais curto é o decote, parece que tenho umas mamas bem maiores e apetitosas. Collants tá fora de questão, ele arranja-me meias com ligas de silicone, menos mal. Echarpe? Nem pensar! Levo um casaco de malha fininho, no tom do vestido. "Tanga? Mas tu drogas-te? Ele não me vai ver o rabo!" Ele lá me convence porque o vestido é muito leve e assim não se notam marcas das cuecas. O pior é os sapatos. Não calço sapatos de salto desde que torci um pé aos 13 anos. Ele diz que está fora de questão ir de saltos rasos, tendo em conta que não sou muito alta e arranja-me uns sapatos pretos com salto cromado e bicudos que eu detesto. Ele diz que são perfeitos, condizem lindamente com o espaço e que me ficam a matar e eu acabo por ceder. Tenho de aprender a andar nisto até logo à noite. Começo a pensar que nada disto é boa ideia.


Levantei-me bem cedo para ir correr no parque e passei o resto da manhã na cama com a Alice. Andava a tentar convencê-la a largar a cocaína, mas ela sempre foi muito teimosa. Estava expectante para saber a reacção da Nádia à minha proposta. A Alice adorou a ideia e acha que ela vai aceitar. Depois ligou-lhe a pedir desculpa pelas coisas que lhe disse na véspera.

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sábado, 9 de maio de 2009

~ 9

Elas estavam a matar-me de desejo! Depois a Alice foi buscar a maldita cocaína e estragou tudo…

Ela vai à bolsa e saca de um espelho e de um pacotinho. Não me agrada a ideia de ela se ir drogar aqui. Não me agrada nada. "Devias parar com isso" "Está tudo sob controlo, não te preocupes. Queres?" "Não preciso disso para me divertir" "Mas assim, é muito melhor, devias experimentar" Depois de ela ter tudo preparado para snifar, eu sopro aquela merda toda. Ela fica fodida, já tínhamos emborcado 2 garrafas de champanhe, ela mais que eu, e começa a gritar comigo, empurra-me "grande puta, isto era coca da boa!" Fiquei a olhar para ela surpreendida. "És pior que Johnny, sempre a chatear-me!"
Cheguei-me ao ouvido dela "ele consegue ouvir-nos". Ela prega-me um estalo e empurra-me.

Fiquei espantado, não entendi o que se estava a passar, por que estavam à estalada.

"Qual é a tua ideia, cabra?" "Desculpa, não era minha intenção chatear-te". Na verdade, só fiz aquilo para ver até que ponto ia a sinceridade dela. "Devias ter-me dito!" "Mas qual é o problema, tu própria me disseste que vocês não têm segredos, não me parece que tenhas dito alguma coisa que não quisesses que ele ouvisse." Não é isso, é uma questão de princípio, de sinceridade." O ambiente fica um bocado esquisito, sinto que meti a pata na poça com toda a força.

Fartei-me de rir! Então ela não lhe contou dos microfones?! A Alice realmente não gosta nada desse tipo de surpresas. Pus-me a pensar sobre o que mais é que ela não teria dito… e pouco depois reparei no pequeno orifício na caixa dos lenços. Got you! Já tinha desconfiado que teria de dar alguma coisa em troca pelo privilégio de assistir de camarote àquele espectáculo. Aposto que isto foi mais uma das ideias secretas da Nádia. Andei à procura de mais câmaras, do local onde estariam a gravar, mas não encontrei nada, devia ser numa daquelas divisões trancadas. Procurei a ver se encontrava as chaves, não havia muitos sítios onde poderiam estar, porque o apartamento não parecia estar mobilado à excepção do quarto e um armário na casa de banho. Procurei debaixo dos tapetes, por cima do armário, debaixo da cama, nada. Espreitei pelo buraco da fechadura da primeira porta: uma cozinha, nada de especial. Espreitei pelo segundo, não dava para ver muito bem, mas parecia ser outra casa de banho interior, mas vi uma luz ténue... a dizer… REC? Era ali que estava o gravador! Peguei no meu canivete e tentei abrir. Depois de algumas tentativas, lá consegui, era uma despensa.
Entretanto oiço a Nádia a chamar-me para ir buscar a Alice.

Ela decide ir andando, apesar da minha insistência para que fique. Queria tanto dormir com ela! Não posso deixá-la conduzir neste estado, por isso chamo o João. Não queria nada que ele viesse cá, mas é o melhor a fazer.

Peguei no gravador, vesti-me e meti-me no carro o mais depressa que pude, tinha chegado a altura de intervir!

Ele nunca mais chega! É difícil mantê-la aqui, ela grita e esperneia, quer meter-se no carro, isto não está a correr nada bem. Como é que uma mulher tão linda se transforma assim? Mas porquê que eu não a deixei fazer o que queria? Deve estar a ressacar. Sou tão estúpida...

Quando cheguei, a Alice já se estava a meter no carro. Peguei nela e metia-a no banco de trás.

Desculpa, eu não sabia que ela tinha um problema assim tão grave. "Não faz mal, eu trato dela". "Depois falamos". Fico sozinha a ver o carro afastar-se. Merda, merda, merda!
Agora tou sozinha numa casa de sonho. Lindo. Vou ligar à Catarina, talvez ela possa vir cá ter. Foda-se, ela tá a trabalhar! Agora não larga aquela merda enquanto não estiver pronta, já sei como é, tenho de esquecer que ela existe nos próximos dias. Quando lhe chega a criatividade, não já ninguém que a pare. Depois eu é que a aturo quando está deprimida!
O vídeo! Pode ser que nem tudo esteja perdido. Eh, eh, vamos lá ver como é que o gajo se portou… FODA-SE, eu não acredito nisto! O gajo levou o gravador! Caralho, como é que eu vou explicar o desaparecimento do gravador na produtora? Tenho de o recuperar até segunda-feira, senão tou fodida! Tenho de lhe ligar… Caralho, ele não atende! Foda-se!


Levei a Alice para o hotel, ela precisava de dormir, tinha de a tentar convencer a fazer reabilitação. Mas com a agenda tão preenchida como ela tinha, ia ser complicado agora. Não suporto vê-la drogar-se, mas lá fui eu arranjar-lhe a coca…

Vou para casa, não faz sentido continuar aqui. Mas antes vou fumar um charrito no jacuzzi…

Depois da Alice acalmar, liguei para a Nádia, para falarmos sobre o vídeo.

"Hi Nádia". "João! Tou farta de tentar ligar-te! Comé que tá a Alice?" "A Alice está bem, está a descansar, bem precisa depois do «tratamento» que lhe deste." Não entendo se isto é uma crítica ou um elogio, mas tudo bem.

"Queres o vídeo, não queres?" "Por favor, eu preciso de entregar o gravador na produtora, podes ficar com o vídeo, mas tenho de entregar o gravador na segunda!" Amanhã a Alice tem um show. Vem jantar comigo amanhã que eu levo-te o vídeo."

Ok, não tava à espera desta, agora ele vai querer trocar o vídeo por alguma outra coisa que eu não vou querer dar. O pior não é o vídeo, é mesmo o gravador…

Perguntei-lhe qual o melhor restaurante para irmos e fiz a reserva. Ela sugeriu um dos restaurantes panorâmicos do Casino, o que me pareceu muito bem depois de ter ido ao site. Marquei o jantar cedo, já contava que ela se fosse atrasar. Veio mesmo a calhar porque a Alice ia jantar só depois do concerto com a agente e os músicos, não ia dar muito pela minha falta.

~ 8

Pego na metade do coco e encho-o de chocolate. Sorrio para ela, e começo a beber e a entornar chocolate no meu corpo. O chocolate tá morno, percorre devagar o meu corpo, uma delícia. Umm, que bem que sabe o toque dela, a língua… já tive com gajas que trabalhavam melhor com a língua, mas acho que é tudo uma questão de prática, com alguma orientação, ela chega lá. "Sabias que clítoris em grego significa chave?" ela murmura que sim, "chave do prazer!" boa, andámos a ler o mesmo livro…

O som não era muito perceptível, nem sempre conseguia ouvir o que diziam, mas elas também não perdiam muito tempo a falar…

Tou completamente lambuzada e pegajosa, vou para a piscina. Ela segue-me. Dava jeito ter daqueles tubos de respiração. Mas tudo bem, vou buscar fruta e atiro-me para cima dela, no colchão de ar. É claro que caímos as duas, fartamo-nos de rir, tenho de ir apanhar a fruta ao fundo da piscina e experimentar mais devagar, com jeitinho… consegui. Com a cabeça virada para os pés dela, mas consegui. Começo a comê-la e ela a mim, com papaia, uva, manga, abacaxi, banana… que delícia! Perco a conta às vezes que me venho, é muuuuito bom! Quando a fruta acaba, mergulhamos e ficamos debaixo de água até não aguentarmos mais. É mágico!

Ela canta para mim, já um bocado bêbada, mas com imensa sensualidade… eu podia muito bem apaixonar-me por ela...


~ 7

Arrendamos uma moradia num sítio discreto, com piscina e jacuzzi. Arrendamos um pequeno apartamento a meio km de distância, virado para a piscina. Contrato um serviço de catering para fazer uma mesa de frutas com uma cascata de chocolate à beira da piscina. Uma coisa com estilo, nada dessas pirosices que se vêm em casamentos e baptizados. Trouxe da produtora uns binóculos xpto. Testo-os. Consigo ver uma mosca pousar numa cadeira, a 500m. Isto vai ser lindo! Depois preparo a parte do som. Com as indicações de um colega, consigo montar um sistema sem fios muito simples…
À hora marcada, lá estava eu. Não consegui arrancar uma pista da Alice, ela só dizia “tu vais gostar…” Era um apartamento num bloco de prédios, nada de especial. Abri a porta, comecei a ouvir música vinda de uma das divisões.


Procuro saber as preferências musicais dela e faço um DVD com montes de mp3, dá para umas 24h de som. Está tudo a postos, ela nunca mais chega. “Dlim, dlão!” Campainha? Quem será? A Alice tem a chave…


Todas as outras divisões estavam fechadas à chave. Era um quarto com casa de banho. Havia uma poltrona e uma mesa. Na mesa estava uma tigela de fruta, outra com chocolate, champanhe, uns binóculos, uma caixa de lenços de papel? e um envelope.


Dentro do envelope dizia: casa vermelha. Parecia daqueles jogos room escape, mas eu tinha a chave saída, aqui o desafio era claramente entrar no jogo.
Ah, Alice! Ok, ela preferiu tocar à campainha. Cumprimenta-me com um tímido beijo nos lábios. Ela é tão linda! Custa-me a acreditar que está mesmo aqui! Apetece-me agarrá-la, despir-lhe a roupa, e comê-la todinha, mas tenho de ter paciência, ela parece uma virgenzinha!


Comecei a ouvir vozes familiares: “Achas que ele já chegou?” “Pontual como é, não tenho dúvidas”. Onde estariam elas? Alice? Nádia?
Nada. Peguei nos binóculos e procurei a casa vermelha. Não foi fácil, estava numa zona residencial e tinha uma visão de 180 graus para procurar, mas lá encontrei.

Very clever! Very nice touch! Aquelas mulheres sabiam tratar-se bem! Adorei a cascata de chocolate e fruta, boa ideia deixarem alguma para mim. Percebi que não me conseguiam ouvir, apenas eu a elas.
Ficamos cá fora, à beira da piscina, o tempo está óptimo. Ela adora a cascata e começa a mordiscar a fruta. Ofereço-lhe uma taça de champanhe que ela aceita com agrado. Brindamos ao amor, ao sexo e à paixão. “Vamos experimentar o jacuzzi?” Eu peço-lhe para ela me pôr creme protector nas costas, e depois ofereço-me para lhe pôr a ela. Ela é bem mais escura que eu, por isso trouxe um creme bronzeador que cheira a morango. É uma bela desculpa para percorrermos o corpo uma da outra. Não resisto e puxo-lhe o laço da parte de cima do bikini branco. Que belos mamilos castanhos! Ela ri-se e tira também o meu. As minhas mamas são bem mais pequenas que as dela. Adoro as mamas dela! Ummm, que delícia!

Sentei-me confortavelmente na poltrona. Consigo vê-las perfeitamente, os binóculos são muito bons. Elas estavam lindas, a Alice é uma verdadeira estrela, um sol quente e resplandecente, absolutamente magnífica num vestido amarelo-torrado. A Nádia estava de preto, ela andava sempre de preto, mas eu acho que a cor dela é o vermelho, adorava vê-la de lingerie vermelha! Ela é um pouco mais pequena que a Alice, muito viva, cheia de iniciativa, I like that! Elas deixaram-me completamente hot, por isso decidi despir-me. Dava tudo para poder estar com elas!

Entrámos no jacuzzi. Adoro esta sensação de estar nua na água borbulhante! Agarramo-nos, beijamo-nos debaixo de água, ao de cima, como calha. Apresento-a a um pequeno amiguinho à prova de água, ela adora-o. O desejo toma conta de nós, brincamos até nos fartarmos.

Aquelas mulheres deixavam-me louco de desejo, tinha de aliviar a tensão acumulada. Nessa altura entendi o porquê dos lenços, não pude deixar de sorrir.


Saímos do jacuzzi para as cadeiras, ao pé da cascata de fruta. Começo a mordiscar umas uvas e ela pega em metade de um coco, com ar de quem está a preparar alguma. Começa a beber o leite, deixa um fiozinho escorrer-lhe pelo queixo, pelo pescoço, pelo peito, pela barriga… umm, tenho de lamber aquilo! Tenho de lambê-la toda! Sabe muito bem vê-la em êxtase, muito bem mesmo!


Ah, se eu pudesse estar com elas!...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Gozo Vitorioso

Vem cá, minha Marília, tão roliça,
So'as bochechas da cor do meu caralho,
Que eu quero ver se os beiços embaralho
Co'esses teus, onde amor a ardência atiça:

Que abrimentos de boca! Tens preguiça?
Hospeda-me entre as pernas este malho,
Que eu te ponho já tesa como um alho;
Ora chega-te a mim, leva esta piça...
Ora mexe... que tal te sabe, amiga?
Então foges c'o sesso? É forte história!
Ele é bom de levar, não, não é viga.

"Eu grito!" (diz a moça merencória).
Pois grita, que espetada nesta espiga
Com porrais salvas cantarei vitória.

Manuel Maria Barbosa du Bocage

quarta-feira, 6 de maio de 2009

~ 6

Tinha andado com o meu sócio a ver possíveis localizações para a Academia e a tratar das papeladas. Era um trabalho muito burocrático, mas tinha de ser feito. Os estudos que fizemos diziam que seria uma aposta ganha à partida. Era bom que fosse, porque estávamos a apostar muito, e se não resultasse o Patrick não me iria perdoar a insistência.
Tinha sido um dia estafante. Quando cheguei ao hotel, o porteiro avisou-me que tinha correspondência na recepção. Fiquei curioso, de quem seria?
Era um CD. Introduzi-o no laptop, passei-o pelo anti-vírus, tudo ok. Era um zip file, necessitava de uma password para aceder, damn it. Depois de inspeccionar melhor a caixa do CD, encontro uma frase: vai ao teu mail. Fez-me lembrar Alice in Wonderland. Na minha inbox encontrei realmente uma mensagem de uma Alice no País das Maravilhas, com password no assunto. Abri a mensagem, dizia simplesmente “cherries”. Introduzi a pass e finalmente acedi ao ficheiro.

Dá-me imenso gozo fazer o vídeo! Tou certa de que a Alice também gosta. Este encontro é muito intenso, temos pouco tempo, temos de ser rápidas! Gosto de fazer as coisas com calma, mas esta urgência da descoberta não deixa. Ela é muito generosa, gosto disso. Tou doida pra tar com ela outra vez, com mais calma.
Gostava de ver a cara dele quando vir o vídeo…

A Alice e a Nádia enroladas! Madonna's Erotica, beautiful! Que bela surpresa! No final, diziam para ir ter a uma morada no próximo sábado se as quisesse ver ao vivo. Felizmente consegui alterar a data de regresso.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

~ 5

Decidi uma vez mais não insistir. Ela parecia-me mesmo indisponível, talvez fosse mesmo daquelas coisas impossíveis com que se pode apenas sonhar. Ela era muito dona do seu nariz, she drives me crazy, iria ser difícil domá-la, mas daria imenso prazer… enfim, não se pode ter tudo, pensei em concentrar-me na Alice, em tentar chegar à Nádia através dela, e depois logo se veria.

Vou para o judo remoer o que se passou. Chego a casa, tomo um bom banho de imersão e ligo para a Catarina. Ela não me atende, deve estar no atelier, vou ter de esperar que chegue a casa. Começo a acariciar-me, a pensar na minha deusa, sabe bem… toca o telefone, nem acredito, é ela!: “Não consigo deixar de pensar naquele beijo” música para os meus ouvidos! “Queres encontrar-me?” Digo-lhe que sim, vontade não me falta! Pergunto-lhe pelo João, falo-lhe da proposta que ele me fez. “Ah sim, Johnny é mesmo assim, ele é muito querido, espero que não o tenhas levado a mal” Bem, eles são muuito à frente! A ideia de ela lhe contar o que andamos a planear, em vez de me chatear até me excita. Especialmente por ele não intervir. Vou fazer tudo para a tratar bem…
“Tive uma ideia. E se nós deixássemos Johnny assistir sem participar?” Por esta é que eu não esperava. Recuso, porque sei como os homens são, nem que fosse amarrado! (Pensando bem, isso até poderia ser interessante) mas não, nem pensar!...
Pensando melhor, “a ideia de ele ver agrada-me, mas não o quero a interferir minimamente. Tive outra ideia!” Quando eu me ponho com estas merdas…

início | continua... quando nos apetecer

~ 4

16:33. Não aguentava esperar mais. Será que ela me iria deixar ali plantado ao pé das oliveiras? Ia ligar-lhe, mas ela apareceu entretanto. Trazia um top que me deixava ver-lhe o umbigo, era muito branquinha. E magrita, mas com músculos, o karaté fazia-lhe bem.

Isto de passar o dia a filmar animais, é cansativo, mas foi bem fixe, pra variar! É verdade, tenho de me despachar…Um pouco depois da hora combinada, cá tou eu. Peço uma sangria e preparo-me para o que o João tem a dizer. Tou curiosa para ver o que vai sair daqui. Ele até me parece interessante, tendo em conta que é um homem. Tenho alguma dificuldade em olhá-lo nos olhos, não sei porquê, estes olhos azuis incomodam-me, não me deixam nada confortável e isso irrita-me um bocado. Isso e o sotaque british de imigrante de longa data. Já não o acho tão snob de ténis e t-shirt. Agora parece-me apenas parolo.

“Não te quero tomar muito tempo, por isso vou directo ao que me trouxe cá. Eu sei que estás interessada na Alice, quero saber se estás interessada em mim também.”

“Interessada?” Decido fazer-me de parva, na verdade, não sei bem o que ele quer dizer com aquilo. Como é que um gajo destes pode estar interessado em mim? Sexualmente?

Que engraçado, ela corou! “Sim, eu reparei no teu «interesse» por ela, queria saber se eu posso fazer parte desse jogo.”

Ok, a sinceridade dele espanta-me, e a proposta também. Será que isto traz água no bico? Será que a Catarina tem razão e o melhor que tenho a fazer é afastar-me?
“Não”, respondo decididamente. “Eu só gosto de mulheres, lamento.”


“Que pena. Acho-te muito interessante. Podíamos passar uns bons bocados os três, ou só nós dois… Mas então diz-me, quais são os teus planos em relação à Alice? Ela está muito frágil, e já me disse que está interessada em ti, eu não quero que se magoe. Ela está com um problema com drogas, está a passar por uma fase delicada…”

Que protector! “Já percebi, vou ser prudente, não tenho intenção de a prejudicar, muito pelo contrário. Mas se te preocupas assim tanto com ela, por que me tás a fazer estas propostas? Não é egoísmo da tua parte?”

“Vamos lá deixar-nos de infantilidades. A minha relação com a Alice é muito sincera. Eu gosto dela, nós damo-nos muito bem, mas sabemos perfeitamente o que queremos e isso não passa por uma relação exclusiva nem de longo termo. Sinto-me atraído por ti e ela também. Penso que podemos juntar o útil ao agradável e…”

Ele está a ir depressa demais para mim. E eu gosto das coisas bem aceleradas, mas isto é demais. Até me sinto um bocado ofendida, afinal de contas, já lhe tinha dito que a minha cena eram mulheres, não quero ter nada a ver com ele. Tenho de deixar isto bem explícito.

“A Alice sabe que estás aqui?” Disse-lhe que não, que apenas lhe tinha dito que ia tratar do assunto, sem adiantar pormenores. “Ok, eu admiro o vosso fair play, mas realmente não alinho com homens. Se fosses mulher, podia ser que até fizéssemos um belo trio, mas assim… Eu estou mesmo interessada na Alice, e se ela sente o mesmo, então vou falar com ela. Se a vossa relação é assim tão aberta, com certeza que não te importas que ela se passe um «bom bocado» comigo, pois não?”

Confesso que a ideia de lhe pedir a namorada emprestada é um bocado estranha para mim, mas não deixa de ser excitante. Conquistar uma mulher a um homem, é um desafio interessante, nunca me aconteceu, embora já tenha deixado algumas meninas com dúvidas sobre orientação sexual. Se ele não contestar, dou a mão à palmatória, deixo de implicar com ele.

“De facto, não me importo nada, eu quero mais é que ela se divirta e seja feliz.”

Isto cheira-me a esturro, mas ok. Vou fingir que acredito. “Então tá, vemo-nos por aí” E vou andando. Afasto-me devagar, à espera que ele grite “espera!”, mas nada. Que raio de conversa mais estranha!